“Talvez estejamos próximos a mudanças importantes na atividade de formação de condutores no Brasil. O que nos leva a pensar assim?”
Nós já havíamos sentido isso e muitos dos proprietários de CFC se queixam de que o número de matrículas caiu muito, em comparação a anos anteriores. No entanto, o número de veículos fabricados cresceu no mesmo período. Existem explicações para isso?
Hoje vivemos uma mudança de mentalidade no governo federal, que certamente influenciará todas as esferas públicas. Várias declarações provenientes do alto escalão do governo federal, e do próprio presidente Bolsonaro indicam mudanças nessa atividade, como por exemplo, a possibilidade de cair a obrigatoriedade do uso de simuladores, alterações nos preços a serem cobrados na formação de condutores, mudança no limite de pontos no prontuário para a suspensão da CNH, e outras que certamente virão por aí.
Mas há dois fenômenos que precisamos discutir mais a fundo, e que podem estar afetando muito a atividade dos CFCs em geral, e também a segurança no trânsito.
O primeiro, que já comentamos aqui, mas ainda será o foco de outras reportagens, é que está havendo um claro desinteresse dos jovens pela obtenção da CNH. Até há pouco tempo, a CNH era uma conquista altamente desejável para o jovem, porque tinha muitos significados, como liberdade e autonomia para estudar, trabalhar, divertir-se; hoje isso mudou, talvez fortemente influenciados pela facilidade de uso do transporte por aplicativos, o jovem hoje sente-se mais livre se não tiver que dirigir, e isso é coisa muito recente.
Esta é uma mudança muito importante no conceito de mobilidade, e ela não está vindo sozinha. As pessoas estão buscando novos meios de se locomover. Observa-se um muitos países, e recentemente também no Brasil, uma verdadeira invasão das bicicletas de aluguel, de patinetes elétricos, de compartilhamento de transporte por aplicativo. Certamente o transporte coletivo terá que se modernizar para adequar-se a estes novos tempos.
O segundo fator, e este nos parece muito mais grave, é que muitas pessoas estão dirigindo sem estar devidamente habilitadas, com habilitação suspensa ou até mesmo com a CNH cassada. Imaginamos que estes processos sejam caros para algumas pessoas, isso é uma possibilidade; mas a falta de fiscalização encoraja as pessoas a ficarem em situação irregular. Afinal, é possível dirigir por muitos meses e até anos, sem que sejamos abordados por qualquer agente da autoridade de trânsito.
Nós, do Portal do Trânsito, achamos que está na hora de aprofundar este debate. Se estas forem realmente as tendências, como estará este cenário dentro de alguns anos? A verdade é que o cenário está mudando, e mudança vem se acelerando ultimamente. Como reagiremos a isso? Podemos negar que isso esteja acontecendo. Podemos também encarar isso como uma ameaça. E também haverá aqueles que perceberão que mudanças são inevitáveis e que podem sim representar oportunidades, para os mais preparados.
Fazemos parte do grupo que acha que as mudanças são inevitáveis, muitas delas já estão acontecendo e que outras certamente virão. Pensamos também que uma das características mais marcantes de nós, humanos, é a adaptabilidade, fundamental para a sobrevivência. E mais, não queremos ser apenas vítimas ou críticos das mudanças, mas verdadeiros protagonistas, por que não?
Pensando nisso, estamos criando uma sessão no Portal destinada a pensar e analisar o futuro da formação de condutores no Brasil. Oportunamente receberemos convidados que possam nos auxiliar neste debate. Certamente haverá muitas polêmicas e até críticas, que também serão bem vindas, porque acreditamos que é exatamente este o processo que leva ao amadurecimento e ao surgimento de novas ideias.
Você quer participar desse debate do Portal do Trânsito? É fácil!
“Como você vê os desafios do futuro da formação de condutores no Brasil?”. Celso Mariano e a equipe do Portal do Trânsito analisarão a sua ideia em vídeos semanais sobre o assunto.
Enviar para o e-mail contato@portaldotransito.com.br ou pelo link http://portaldotransito.com.br/voce-no-transito/ denuncie/ O vídeo deve ter no máximo 15 segundos ou, se preferir, um texto com no máximo 500 caracteres.Você pode ler alguns textos antes para balizar seus argumentos, como: