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Redução de limite de velocidade é implementada em Curitiba


Por Mariana Czerwonka Publicado 18/11/2015 às 02h00 Atualizado 08/11/2022 às 22h42
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Área calma CuritibaFoto: Luiz Costa/SMCS

A Prefeitura de Curitiba iniciou ontem a fiscalização de velocidade e demais infrações de trânsito na Área Calma de Curitiba, localizada na região central da cidade no perímetro que compreende 140 quarteirões, entre as ruas Rua Inácio Lustosa, Rua Visconde de Nácar/Rua 24 de Maio, Rua André de Barros/Rua Nilo Cairo, Rua Mariano Torres, Rua Luiz Leão e Avenida João Gualberto. O limite de velocidade na Área Calma é de 40 quilômetros por hora.

Segundo a Prefeitura de Curitiba, a Área Calma foi criada com o objetivo de humanizar o espaço público da capital paranaense, propiciando um ambiente de melhor convivência no trânsito entre pedestres, ciclistas e motoristas. O foco principal é aumentar a segurança para toda a população, reduzindo o número de acidentes na cidade.

Essa é uma medida polêmica que tem despertado a ira de muitos condutores, porém vários estudos comprovam que a redução traz muitas vantagens, tais como: melhora na fluidez do tráfego e redução de acidentes.

Para o especialista em trânsito e diretor da Tecnodata Educacional, Celso Alves Mariano, a medida é favorável à coletividade. “Quanto menor a velocidade de deslocamento, mais se demora para chegar ao destino, é claro. Então pensar em reduzir os limites de velocidade torna-se um pesadelo. Mas vivemos em cidades, dividindo espaços com várias outras pessoas que também têm pressa. Nessa condição, o limite de velocidade poderia ser bem mais alto do que é. Mas com outros veículos circulando – e quanto mais veículos houver – menor será a velocidade possível de ser desenvolvida sem que comecem a acontecer acidentes ou congestionamentos. Por isso não há como melhorar o trânsito sem pensar no coletivo”, diz.

Segundo o especialista, se as pessoas entenderem os motivos, a resistência irá diminuir bastante. E não é preciso ser um expert para compreender o que se passa e porque a redução da velocidade média traz vantagens. “Sabe aquela brincadeira de infância chamada Escravos de Jó? Aquela que exige concentração, agilidade, habilidade e, especialmente, sincronismo? A distração ou erro de um, prejudica a todos. No início é preciso cantar a letra e executar os movimentos bem devagar. Só é possível acelerar na medida em que todos os participantes conheçam as regras, estejam empenhados em respeitá-las e entrem em sintonia. Tentar acelerar por ansiedade, além das limitações que se impõem naturalmente, é provocar falhas no processo. O “gargalo” aparece imediatamente quando alguém demora demais, se atrapalha ou erra. Muito parecido com o que acontece no trânsito. E é muito mais fácil de cometer erros, quando a velocidade é alta”, explica.

A redução da velocidade nos centros urbanos tem sido adotada em diversos países e em também em cidades brasileiras, não só pela melhora na fluidez como para o aumento na segurança. A Organização Mundial da Saúde, que estuda soluções para o trânsito desde a década de 70, recomenda a implementação de legislações e políticas públicas nos cinco principais fatores de risco, responsáveis por mortes e lesões no trânsito e que devem ser priorizadas: uso do capacete, a não associação de bebida alcoólica e direção, uso do cinto de segurança, uso de cadeirinhas e o limite máximo de velocidade urbana de 50 Km/h.

Além disso, estudos realizados em diversos países mostram que, a partir de uma velocidade de 40 quilômetros por hora dos veículos, cresce exponencialmente o risco de uma lesão fatal dos pedestres em atropelamentos. Com o veículo a 40 km/h, há 20% de risco de lesão fatal; a 50 km/h, 50% de risco; a 60 km/h, 80% de risco; e, a partir de 70 km/h, 100% de risco. Quanto maior a velocidade, menor o tempo de o condutor frear e evitar um acidente, pois o veículo percorre muito mais distância para frear completamente estando em uma velocidade maior.

A cidade de Londres, na Inglaterra, conseguiu reduzir em 40% os mortos e feridos no trânsito nos últimos anos. Entre os principais fatores de mudança para essa conquista inglesa está a redução da velocidade em ruas e avenidas, medida chamada de “traffic calming”. Hoje, 25% dos principais corredores viários da cidade tem um limite máximo de 30 km/h, totalizando 280 km de ruas com essa velocidade máxima para todos os veículos automotores.

Para Mariano, o que a população precisa entender é que a velocidade é um fator determinante para a gravidade de um acidente e por isso a Área Calma é tão benéfica. “A velocidade inadequada reduz o tempo disponível para uma reação eficiente em caso de perigo. Além disso, quanto a maior a velocidade, no caso de colisões e atropelamentos, maiores serão as consequências para todos os envolvidos”, conclui.

Saiba mais:

Entrevista Celso Mariano – CBN 

 

Band Cidade – Área calma em Curitiba:

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