Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nossos sites, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar o Portal do Trânsito, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

Crescimento de aluguel de veículos por assinatura traz mudança de comportamento

Com o crescimento exponencial do aluguel por assinatura, o que vemos é uma mudança cultural, em que busca cada vez mais praticidade e economia.


Por Pauline Machado Publicado 22/02/2024 às 15h00
 Tempo de leitura estimado: 00:00
Aluguel de veículos
Juros altos impulsionam o aluguel de veículos por assinatura. Foto: nito103 para Depositphotos

Até alguns anos atrás os brasileiros tinham a aquisição de um automóvel como um bem, um investimento. No entanto, atualmente, com o crescimento exponencial do aluguel por assinatura, o que vemos é uma mudança cultural, em que busca cada vez mais praticidade e economia.

A Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis – Abla estima que em 2024, a modalidade de aluguel por assinatura deve atingir 200 mil – uma alta de 25% em relação a 2023, enquanto em 2020, 80 mil contratos foram registrados. Se as estimativas se concretizarem, o segmento de veículos por assinatura crescerá 150% em apenas 4 anos.

Altas taxas de juros

Tais mudanças de comportamento são reflexo das altas taxas de juros cobradas pelas financiadoras e da dificuldade para obter financiamento.

Apesar dos cortes recentes na Selic, atualmente em 11,75% ao ano e da projeção de que 2024 termine em 9%, o brasileiro paga mais que o dobro para comprar um carro. Em novembro de 2023, por exemplo, os juros cobrados estavam em 25,98% ao ano, de acordo com informações do Banco Central. Neste mesmo cenário, o  valor alto também se justifica e se relaciona à inadimplência crescente ao longo do ano passado, que chegou a 5,3% também no mês de novembro.

J.R. Caporal, CEO da Carflip, startup que oferece aluguel de carros por assinatura com possibilidade de compra futura, explica que, atualmente, a cada dez pedidos de financiamento, sete são rejeitados, deixando um público de milhões de brasileiros longe do sonho de ter um carro próprio, seja para uso pessoal ou para complementar a renda ao se tornarem motoristas de Apps.

“Com a alta inadimplência, os bancos aumentaram as exigências para dar o aceite na proposta de financiamento do veículo, o que leva o brasileiro a buscar modelos alternativos”, reforça.

Mais flexibilidade

O executivo destaca, ainda, que, ao longo de 2023, a Carflip registrou um crescimento de 110% na procura por aluguéis por assinatura. Segundo ele, este movimento está relacionado ao fato de a empresa contar com um modelo mais flexível na análise de crédito, que permite até negativados conseguirem alugar o veículo. “Existe uma régua de aprovação, mas tudo depende do nível de restrição que a pessoa tem”, complementa.

Outro diferencial que atrai os consumidores é o fato de que quem aluga o carro pode adquirir o bem, caso deseje. O acordo inclui a possibilidade de compra após seis meses de uso com desconto do programa de cashback – um montante cumulativo no tempo equivalente a 25% de todos os valores pagos pelo cliente referentes ao uso do veículo, ou seja, taxa de contrato e assinaturas. “ Também oferecemos uma ampla gama de modelos, pois não temos frota. Nosso cliente entra no site, escolhe o modelo que deseja de uma das nossas parceiras e só então é que adquirimos o veículo para a realização do contrato de locação”, detalha Caporal.

Ele enfatiza ainda que, hoje, a startup conta com uma rede de cerca de 100 parceiros entre concessionárias e lojas multimarcas.

Bolso do consumidor

Vale salientar, ainda, a crescente busca dos brasileiros por conhecimentos sobre finanças pessoais. E que as pessoas passaram a comparar os custos e benefícios entre o aluguel e o financiamento de veículos antes de tomar a decisão final. “Ao alugar um carro, você não está preso a um veículo por um longo período. Além disso, tem a possibilidade de acesso a carros mais novos com tecnologia mais recente. Além disso, muitos contratos incluem serviços de manutenção, o que pode economizar dinheiro em reparos e revisões. Já a preocupação com a desvalorização, que em cenário conservador pode chegar a 6% ao ano, não existe. Isso porque o consumidor não é o proprietário do veículo”, acrescenta Jonas Carvalho, sócio-fundador da consultoria de investimentos Hike Capital.

Caporal perfaz, ainda, que o aluguel de veículos de assinatura possuem apenas o custo de mensalidade e, comparado à aquisição, não sofrem desvalorização, custos de manutenção, documentação e seguro. Ele evidencia que, somados, os custos de aquisição, descapitalização, e demais valores despendidos ao longo do período de uso do veículo. E, considerando o crédito recebido pela venda, o financiamento tem um resultado pior se comparado à assinatura de um veículo.

“O consumidor deve estar preparado e prever todos os custos que vão além da aquisição. Diretamente, no caso de uma compra financiada, além do valor disponibilizado para entrada, incidem os custos de juros e IOF da operação. Para um veículo zero km, o consumidor deverá se preparar para os custos de documentação, IPVA, licenciamento e emplacamento. Para os veículos seminovos, os custos de documentação e transferência, sendo IPVA e licenciamento dependendo do período do ano. Para ambos, deverá prever custos de seguro, assistência 24h e revisões”, finaliza.
 

Receba as mais lidas da semana por e-mail

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *