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Questões desatualizadas e “decoreba” atrapalham a formação de condutores no Brasil


Por Tecnodata Educacional Publicado 04/04/2018 às 03h00 Atualizado 08/11/2022 às 22h17
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Avaliação dos candidatosAlguns DETRANs já iniciaram esse processo de modernização da formação de condutores, tornando mais rigorosa a avaliação dos candidatos. Foto: Pixabay.com

Educar os futuros condutores não é tarefa fácil. O instrutor tem a difícil missão de trabalhar em sala de aula com alunos totalmente diferentes uns dos outros, sem um nivelamento de idade ou de conhecimento. Além disso, é dever do instrutor despertar a noção de consciência cidadã nos candidatos à primeira habilitação, que geralmente, estão preocupados apenas em “atropelar” a parte teórica e ir direto para as aulas práticas.

“É assustadoramente baixo o número de candidatos que encara este aprendizado com seriedade e responsabilidade, como um aprendizado para toda a vida. Na maioria das vezes o que se vê são candidatos exclusivamente preocupados em fazer a prova e “tirar nota para passar”, afirma César Bruns diretor da Tecnodata.

Somado a isso, grande parte dos maus resultados decorre dos atuais sistemas de avaliação dos candidatos, principalmente devido à baixa qualidade dos bancos de questões utilizados. Muitas vezes, além de questões incoerentes, que mais servem para “derrubar” o candidato do que para avaliar seu conhecimento (pegadinhas), percebe-se questões excessivamente técnicas, que requerem um conhecimento pouco importante para o objetivo maior que é  vida e a segurança do condutor e do trânsito. Outro ponto destacado é que algumas perguntas são repetidas incansavelmente em todas as provas ou ainda estão desatualizadas, passíveis, portanto, de serem “decoradas” pelos candidatos, fato que elimina qualquer possibilidade do aluno estudar para aprender. “Já foi muito pior, mas ainda recebemos contatos de instrutores que pedem um material ainda não atualizado, pois é assim que cai em prova”, afirma Angélica Rocha, consultora comercial da Tecnodata.

Para Bruns, a solução é simples.Um bom processo de avaliação deve ter as seguintes características: ser projetado em função do público alvo que pretende avaliar, ser adequado ao tipo de ensino que o candidato recebeu, ser coerente com os objetivos que se pretende atingir e ter parâmetros claros, conhecidos por todos os envolvidos”, avalia.

Além disso, as questões devem corresponder a alguns parâmetros para serem consideradas ideais.

“A questão contribui para que o candidato torne-se um condutor mais consciente e responsável? É importante para a segurança do trânsito? É compreensível para a maioria absoluta dos candidatos? O ponto a ser avaliado está claro? Se estiver dentro desses parâmetros, a avaliação está cumprindo o papel de formar um condutor consciente de seus atos no trânsito e que realmente é capaz de levar o aprendizado por toda a vida”, diz.

Alguns DETRANs já iniciaram esse processo de modernização da formação de condutores, tornando mais rigorosa a avaliação dos candidatos. “Esta medida pode ser muito eficaz, quando tomada em conjunto. Se os CFCs trabalharem corretamente, fornecendo ao seu público um serviço de qualidade, será dever do DETRAN garantir que os candidatos tenham uma avaliação correta, justa e coerente”, conclui Bruns. 

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