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Instrutor de trânsito na escola: qual a melhor abordagem?


Por Tecnodata Educacional Publicado 25/09/2019 às 03h00 Atualizado 08/11/2022 às 21h58
 Tempo de leitura estimado: 00:00

instrutor na sala de aula_menorEm épocas como a Semana Nacional do Trânsito, muitos instrutores são convidados a dar palestras e desenvolver atividades dentro das escolas. Nem sempre se sabe qual a linguagem mais adequada para conversar com as crianças. Por mais boa vontade que se tenha e por mais que sejamos pais e mães, ficar frente a frente com uma turma inteira não chega perto de estar com seus filhos, sobrinhos ou até mesmo amiguinhos dos filhos em uma festa de aniversário, por exemplo.

A grande maioria dos instrutores não possui formação pedagógica, alguns até fizeram alguma graduação na área, contudo, nunca atuaram. Isso não é motivo para não ir às escolas e falar sobre um assunto que, para nós, é apaixonante.

A partir deste artigo, apresentaremos algumas sugestões de atividades, por faixa etária, para que possam aproveitar e usar quando forem chamados para conversar com as crianças.

Primeira sugestão: esqueça essa história de palestra! Esse tipo de atividade não funciona com crianças. Eles não têm a capacidade de concentração de um adulto. Adultos já perdem a paciência com falas muito longas, imagine uma criança!!!!

Outro ponto muito importante: a linguagem. De nada adianta usar linguagem técnica com crianças com a justificativa que devem aprender o correto! Óbvio que não vamos usar termos como “Brummm” para carros. Contudo, não há necessidade de utilizar termos como condutor para identificar um motorista, por exemplo! Aos poucos, os termos corretos serão incorporados a linguagem deles, à medida que crescem. Nesse momento tão precioso que teremos a chance de passar alguns conceitos importantes a eles, devemos aproveitar e cuidar mais do que importa.

Mais uma questão: dependendo da faixa etária das crianças, somos como gigantes ao lado delas! A posição de palestrante, lá na frente da sala ou do salão, não vai atingir o objetivo, é necessário estar próximo das crianças, de preferência sentado no chão, com elas, conversando e não palestrando. Então, prepare-se para ir vestido de forma bem confortável para se sentar no chão com elas! E vamos lá!

Rir com eles, ouvir com atenção e responder com paciência, criar algumas regras como, por exemplo, cada um fala na sua vez, não pode falar enquanto outro amigo estiver falando…enfim, essas normas deverão ser lembradas o tempo todo, mas vai valer muito a pena!

Importante: não critique os pais quando as crianças relatarem que não usam cinto dentro do carro ou cometem outras infrações. Limite-se a comentar que todos precisam ter cuidado no trânsito para evitar que alguém se machuque e que estão ali para aprender muitas coisas novas que poderão ensinar aos seus pais.

Crianças de 2 a 5 anos

Para crianças na faixa etária de 2 a 5 anos, por exemplo, temos que nos focar no perigo a que estão mais expostas: travessia de ruas e uso de equipamentos de retenção dentro dos veículos. Nessa faixa etária, muitas crianças não são orientadas nem cobradas pelos pais para utilizar os equipamentos de retenção adequados e, se não são ensinadas por um adulto, não tem referência nenhuma para aprender.

É interessante contar histórias simples, que podem até ser inventadas na hora, junto com as crianças, sem grandes compromissos com o enredo.  Deve ser breve, porque, mesmo para ouvir histórias elas se cansam, principalmente se for longa e complicada. Lembrando que através das brincadeiras é que as crianças mais aprendem. Basta observar uma criança brincando de carrinho ou de bonecas. Muitas vezes utilizam a mesma linguagem dos adultos com quem convivem.

Sugestão de atividade

Material

– uma caixa de ovos vazia, cortada, deixando apenas 4 espaços.

– uma caixa pequena, comum, vazia.

– bonequinhos comprados em casa de festas.

caixa boneco_caixa boneco com cinto

 

 

 

 

 

 

 

Sente-se com as crianças no chão, estabeleça as regras, peça que repitam, pergunte se entenderam. Então comece a história de uma família que, aos finais de semana, vai visitar a casa dos avós. Como é longe, vão sempre de carro. Quantos lugares têm no carro? (Dependendo da idade não saberão, mas não é essencial que saibam, podem nunca ter observado isso. Se for o caso, ao invés da pergunta, diga quantos lugares tem).

As crianças entram no carro e se sentam no banco de trás. Por quê? Quando responderem, elogie. Quem responder errado não deve ser corrigido. Aproveite para fixar o correto: será que não é no banco de trás que deve se sentar? Por que você acha isso? Será que não é perigoso se sentar no banco da frente? E se seu pai ou a sua mãe frear o carro, o que vai acontecer com você? Não permita que a conversa se estenda demais em um mesmo ponto, mas não as impeça de responder e participar. E, não permita que outras crianças façam brincadeiras ou desfaçam da criança que respondeu “errado”. É uma excelente oportunidade para trabalhar o respeito que também deve estar presente no trânsito.

Coloque 5 bonequinhos sentados dentro da caixinha comum e brinque de faz de conta. Diga que aquele é o carro da família e estão indo para a casa da vovó. Comece a movimentar a caixa no chão, como se fosse um veículo se movimentando em uma rua. Com um bonequinho em uma das mãos, faça de conta que ele resolveu atravessar a rua. Que susto! O motorista teve que frear rapidamente! Olha o que aconteceu com os bonequinhos dentro da caixa…todos se misturaram. Podiam ter se machucado!

Agora pegue a caixa de ovos onde está outra família que também está indo passear, mas todos estão sentados nos lugares corretos e com cinto de segurança. Use a mesma brincadeira da freada.

Que bom que estavam todos sentados e com os cintos de segurança, ninguém se machucou! Converse com eles a respeito das duas situações: por que os bonecos se misturaram na caixa onde estavam soltos? Por que no outro carro isso não aconteceu? Pode acontecer isso de verdade, dentro o carro da nossa família? Como devemos andar dentro do carro? Como é mais seguro?

Caso queira aproveitar a oportunidade, pode fazer uma faixa no chão para trabalhar a questão da travessia usando os bonecos. Depois, pode fazer no pátio da escola, mostrando como os adultos devem segurar nas mãos das crianças e mostre porque isso tem que ser feito desta forma.

Evite usar brinquedos como bicicletas, carrinhos, ainda que sejam construídos pelas próprias crianças. Elas devem aprender a ser pedestres, precisam desenvolver a percepção de risco para se protegerem de acidentes seja no trânsito, seja na vida!

O trabalho com crianças exige paciência, persistência e repetição. Não desista se perceber que algumas das crianças não responderam da forma como esperava, tenha a certeza de que plantou uma semente que, quando estiver pronta, germinará. Precisamos fazer a nossa parte para proteger as nossas crianças. Elas são as grandes vítimas do nosso trânsito, dependem inteiramente de nós. Se fizermos a nossa parte, ainda que muitas vezes pareça pouco, e não é, isso fará uma grande diferença no futuro!

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1 comentário

  • fernando
    14/03/2023 às 11:55

    gostei muito dos exemplos dado para traalhar com crianças.

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