24 de dezembro de 2024

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nossos sites, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar o Portal do Trânsito, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

24 de dezembro de 2024

Como educar crianças, de 6 a 9 anos, para o trânsito


Por Tecnodata Educacional Publicado 23/10/2019 às 03h00 Atualizado 08/11/2022 às 21h57
Ouvir: 00:00
CriançasA linguagem utilizada para uma criança de 3, 4 ou 5 anos é diferente da utilizada para uma criança maior. Foto: Pixabay.com

Publicamos, recentemente, uma sugestão de atividade a ser desenvolvida na escola, por instrutores, quando convidados, voltada para crianças de 2 a 5 anos. Hoje, vamos apresentar uma sugestão para trabalhar com crianças de 6 a 9 anos.

Primeiro, qual o motivo de separar por faixa etária?

Assim como nós, adultos, elas também aprendem de forma diferente em cada faixa etária. A linguagem utilizada para uma criança de 3, 4 ou 5 anos é diferente da utilizada para uma criança maior…isso se quiser ser “ouvido”. A expressão: está falando grego é bem apropriada nesse caso. Uma criança maior, vai dispersar sua atenção muito rapidamente se a linguagem utilizada com ela, for a mesma que com os menores.

O mesmo ocorre com os menores: não conseguirá prender a atenção deles se usar linguagem mais difícil ou uma apresentação em Power Point, vídeos de acidentes. Aliás, péssima estratégia para usar em escola, abandone-a. Caso já tenha passado pela sua cabeça usar esse recurso, faça de conta que nunca, jamais pensou nisso!

As crianças, ao completarem 6 anos de idade começam a ser responsabilizadas pelas suas atividades escolares, passando pela ansiedade de aprender a ler e escrever que reflete na família. Mas ainda estão desenvolvendo a autonomia, precisam brincar, explorar materiais criativos, jogos, brincar e se expressar, de preferência, se movimentando. Isso vale também para as crianças de 7 a 9 anos, com a diferença que, nesse segundo grupo, já estão com o processo de alfabetização inicial, se não completo, em vias de completar. Uma observação: alfabetização propriamente dita não se encerra nunca. Estamos sempre em processo.

Contar histórias, cantar e pedir que construam algo, são atividades que trarão melhores resultados nesta faixa etária. Lembrando que não basta desenvolver atividades com elas, precisamos ter um objetivo claro por trás disso: vamos à escola falar sobre Trânsito. Selecionamos uma atividade que pode ser adaptada ou reformulada, conforme a necessidade e a percepção do aplicador.

Material

– Tapete com quadrados vermelhos e verdes. Não precisa ser de tecido, embora seja mais durável e pode ser utilizado outras vezes. O TNT, ou mesmo placas de emborrachado, que são encontrados em lojas especializadas, terão uma vida útil muito maior. Monte em um local aberto, variando a posição das cores: misture-as.

– Uma boa alternativa é um tecido (lençol antigo, por exemplo) simples, de cor clara onde serão pintados círculos ou quadrados vermelhos e verdes.

– Use um prato descartável de sobremesa redondo, dividido em 4 partes. No meio coloque uma seta que precisa ter mobilidade pois deverá ser girada. Em cada uma das partes do prato, próximo das bordas, serão colocados quadrados ou círculos coloridos. Repetindo em cada parte, as mesmas cores. Próximo do centro do prato deverá desenhar ou colar, o desenho e escrever pé direito em uma parte, mão esquerda em outra parte, pé esquerdo e mão direita nas outras duas. Não precisa ser um prato, pode ser feito um quadrado de papelão. Terá o mesmo efeito.

– Pátio da escola ou uma sala de aula onde as crianças possam se deslocar à vontade.

OBSERVAÇÃO: Lembrando que o motivo de trabalhar com as cores vermelho e verde é por estarmos falando de travessia de pedestres, não de veículos.
Desenvolvimento

O primeiro passo é lembrar o significado das cores vermelho e verde no semáforo para pedestres. Converse sobre as cores utilizadas para o semáforo de veículos também, lembrando a eles que nem sempre há semáforos para pedestres, então, é importante conhecer.

Coloque o “tapete” estendido no chão. Monte duas equipes. Dependendo do número de crianças será necessário montar mais equipes.

Duas equipes se colocam, cada uma em uma ponta do retângulo. As outras equipes, se houver, sentam-se nas laterais.

Gire a seta e deixe que pare sozinha. Por exemplo: se parar em pé esquerdo, cor vermelha, o primeiro integrante de cada equipe, deverá subir no tapete e colocar o pé esquerdo em cima da cor vermelha. Gira novamente a seta e os alunos devem seguir a nova orientação. Isso se repetirá até que um dos participantes coloque o joelho ou cotovelo no chão, sendo substituído por outro até que todos tenham passado pelo tapete.

Para dar mais emoção a brincadeira, pode fazer a escolha das cores através de uma história que pode ser criada na hora. À medida que a história avança, as crianças vão se deslocando sobre o tapete, utilizando as mãos e os pés nas cores que são citadas.

Rui vai a pé a escola pelo mesmo caminho todos os dias. Encontra diversos cruzamentos onde deve atravessar. Na Rua XXXXXX o semáforo estava aberto para ele atravessar à direita. Qual é a cor que ele viu?

Para “responder” as crianças devem colocar a mão ou o pé direito na cor verde….se errar, vem outro membro da equipe para substituir o que errou. se acertar, permanece.

Quando ele foi atravessar a Avenida XXXXX, que fica à esquerda do Shopping (mercado, padaria….) o semáforo para pedestres estava fechado. Ele pode atravessar? (vão responder que não) Qual a cor do semáforo? Observe que aqui já foram dadas mais informações para criar mais distrações….

Para “responder” as crianças” devem colocar o pé ou a mão esquerda no vermelho, sem retirar a que está no verde, mesmo que precise cruzar as pernas ou braços para alcançar. Se cair, é substituído por outro componente da equipe.

Importante: não pode colocar pé e mão juntos, ou as duas mãos ou dois pés. Isso vale para o mesmo jogador ou jogadores diferentes.

A história prossegue até que a primeira equipe chegue ao lado contrário do que iniciou, ou todos os integrantes da equipe adversária tenham “caído”.

Sugestão: aumente o grau de dificuldade da atividade com mais detalhes na história. Crianças de 6 anos tem habilidades motoras diferentes das de 9 anos. Vale a pena então, se for um grupo só, de 6 a 9 anos, dividir as equipes por faixa etária: 6 e 7 anos e 8 e 9 anos. Assim dará chance de todos participarem e se divertirem…. serão muitas risadas.

Pode trabalhar com mais de um tapete, mas, para isso, precisará de auxílio. As professoras das turmas são ótimas, peça ajuda a elas.

Ao contar a história, use a mesma cor da orientação anterior, o mesmo lado…enfim, varie e divirta-se com eles. Com certeza, vão gostar muito se você participar da brincadeira. Nunca vão esquecer, tenha certeza.

O objetivo é fixar um conceito que já sabem, mas utilizam pouco. Alguns porque não há semáforos de pedestres em sua cidade, ou no caminho que fazem não tem semáforo para pedestres, ou ainda não andam a pé. Todas as adaptações deverão ser feitas de acordo com a realidade local, ainda assim, o fato de não ter semáforos para pedestres, não é motivo para deixar de trabalhar com eles.

Aproveite para trabalhar também, questões como travessia em linha reta, utilização da faixa, brincadeiras no meio da rua ou no meio-fio e o perigo que isso representa.

Ao final, peça que se sentem, espere que se acalmem e só então feche a atividade, conversando com eles sobre tudo o que aprenderam hoje: as cores e seu significado, a travessia, brincadeiras na rua, meio-fio, travessia em linha reta. Pergunte e espere que respondam. Somente desta forma é que irão internalizar os conceitos.

De nada adianta desenvolver atividades diferentes se não estamos dispostos a ouvir o que as crianças têm a dizer e prestar atenção nelas. É uma grande oportunidade que não pode ser desperdiçada. Tudo que aprendem tirando as próprias conclusões é muito mais valioso, guardam e cobram da sua família e amigos. Assim vamos construindo um trânsito melhor, focado na prevenção, na percepção de riscos.

Bom trabalho!

 

 

 

 

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *