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Um COBRADOR de ônibus EXEMPLAR (e também o motorista!)…


Por ACésarVeiga Publicado 04/12/2017 às 02h00 Atualizado 02/11/2022 às 20h16
 Tempo de leitura estimado: 00:00
Cobrador de ônibusFoto: Pixabay.com

Por que não podemos desfrutar de uma mobilidade urbana como a dos países desenvolvidos? A resposta é simples: porque não temos nem cidadãos nem gestores como dos países desenvolvidos. (lá as leis urbanas são respeitadas e cumpridas, mas aqui as atitudes são esfarrapadas cotidianamente)

A começar pelo hábito da “gentileza”…que pode ser definido como a capacidade de perceber a necessidade de alguém e/ou retribuir algo que lhe foi feito, sem ser pedido.

Saiba que, ao contrário do que a maioria pensa, gentileza não deveria ser escolha, e sim um instinto natural do ser humano; mas o que vemos todos os dias, infelizmente, não é isso…logo as pessoas aprendem a ser egoístas e escolhem agir assim em determinadas situações. (reforçando: o egoísmo é uma escolha)

E o principal vilão, sem sombra de dúvidas, é o “individualismo” – originado por causas diversas -, o qual impede que os indivíduos sejam pessoas felizes e que se dediquem ao próximo de forma desinteressada.

Ser afetuoso com alguém, elogiar um trabalho bem feito, cumprimentar o outro, ajudar sem desejar nada em troca, ensinar os filhos a conceder o lugar para aqueles com necessidades especiais nas filas ou no transporte, ajudar a quem precise a atravessar a rua, dizer “por favor” e “obrigado”…(sim, são sinais evidentes de que a convivência urbana pode ser menos medonha)

A falta desses hábitos na sociedade é sintoma da falência moral que resulta no abalo do princípio da cidadania, por não compreender a importância da ajuda e da colaboração do outro na nossa existência. (a escassez deste entendimento é como a “serpente” que estrangula a convivência social no seu enrolar)

Precisamos urgentemente da “apreciação” e do “exame responsável”, a estes numerosos abusos que habitam na falta de gentileza.

O cumprimento das regras de bom convívio continua adormecido…então que abram as prisões da ética e libertem a boa educação, colocando grãos de boas maneiras nas atitudes do cidadão.

Cito o reclame social da “falta de bons modos” da sociedade, pois…exigir “atitudes sociais corretas” – daqueles que não apresentam -, é necessário, pois existe aquele cidadão que merece receber uma advertência, há aquele que pede e até aquele que iria melhorar socialmente com “ela”.

Bem sei que não estamos prontos para ter paz na sociedade, porque ainda vivemos a plantar guerra nas vias públicas e nas interações urbanas. (queríamos colher o quê?)

A falta de educação é um dos tipos de “ignorância”, mas suas motivações são consideradas normais na vida dos habitantes dos grandes centros urbanos e as autoridades governamentais muitas vezes não a tratam com a devida prioridade. (o cinto nacional das “boas maneiras” deveria ser apertado – e reapertado incessantemente)

A imprensa, assim como o cidadão, e mesmo os órgãos responsáveis, nem sempre parecem motivados no sentido de se buscar uma solução eficaz para esse tema.

Nem atingimos este mínimo de conscientização que é de importância indiscutível…

Neste momento, estamos olhando a situação dos “maus hábitos” de conduta coletiva através de um buraco na parede, quando na verdade poderíamos sair e contemplá-los a céu aberto. (mas ainda há esperança de transformar o veneno em néctar…)

Como os anticoncepcionais, que liberaram os homens dos religiosos, certas atitudes – só em parte -, são por vezes animadoras…o que faz escancarar as comportas da “possibilidade”.

No dia 8 de novembro exatamente às 6h32min, ingressei no ônibus – prefixo 0809 -, linha T11 da “Companhia CARRIS Porto-Alegrense”. (foi no fim da linha, sentido bairro Espírito Santo – Aeroporto, em Porto Alegre)

Avancei sendo o primeiro e único a entrar…

Quando cheguei à roleta recebi um sorriso matinal afável, como se amigo de longa data fôssemos – eu e o “cobrador”.

Encostei o cartão TRI no local apropriado e eletronicamente adquiri permissão para passar…

“Bom dia seu Antônio”, sorridente pronunciou o cobrador.

“Bom dia”, respondi surpreso e contente…e ao banco próximo à roleta tomei assento. (tipo o bisbilhoteiro que não se contenta com o inusitado)

E assim, a partir da saída – que foi breve, em cada “parada do coletivo”, e a cada pessoa que entrava, ocorria uma infestação de gentileza digna de recepção em hotel 5 estrelas…

Um festival de:

“Bom dia”, “oi como vai?”, “e daí, tudo bom?”, “olá seu fulano, tenha um bom dia”, “oi dona beltrana, como está à senhora?”, “vamos dando o lugar para o idoso sentar!”…(uma metralhadora comportamental cuspindo boas maneiras para todos os lados)

Há mais um detalhe adicional: o motorista atuava como “discípulo” do cobrador, pois ao abrir a porta, de pronto referenciava o usuário com um grandioso:

“Boommm diiiaaaa”…

E assim, a dupla prosseguiu aspergindo “gentilezas” até o meu destino…

OBS 01: e aos que desciam do coletivo nas paradas anteriores a minha, reparei que o tratamento não ficava em déficit…

 – “Tenha um bom dia”, “cuidado com os degraus”, “vamos deixar o amigo chegar à porta, por favor”, “colaborem com a descida da nossa amiga”…(sintomas do elegante comportamento civilizado)

Bem, este deveria ser um modelo de comportamento amplamente copiado, para evitar que nossas atitudes tornem-se cada vez mais rudes, egoístas e ofensivas.

A fundamental meta de todos deve ser oportunizar-se novos padrões de comportamento, pois, desta maneira, provavelmente seremos conduzidos a viçosos jeitos de ser!

Concordam?

Colaboração e correção de Luciana Farias Pereira.

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