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Motoristas presos por embriaguez viram voluntários em hospital


Por Mariana Czerwonka Publicado 05/08/2015 às 03h00 Atualizado 08/11/2022 às 22h47
 Tempo de leitura estimado: 00:00
Fotos: Soldado Feliphe Aires / PM PR

Palestras e voluntariado em hospital estão sendo usadas para conscientizar condutores que cumprem pena por embriaguez ao volante. As ações passaram a ser adotadas após a criação do projeto “Justiça e Sobriedade no Trânsito”, pelo juiz da 2ª Vara Criminal de São José dos Pinhais, Augusto Gluszczak, em parceria com o Batalhão da Polícia de Trânsito (BPTran).

O projeto, que acontece na última sexta-feira de cada mês, está fazendo com que infratores no trânsito se conscientizem assistindo palestras e participem de oficinas práticas, na sede da 2ª Vara, rua Rui Barbosa, no bairro Afonso Pena, em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Depois estes mesmos condutores trabalham como voluntários no atendimento às vítimas de trânsito que chegam em hospital de São José dos Pinhais.

O juiz explica que a pessoa após ser presa por embriaguez ao volante passa por uma 1ª audiência em apenas 12 dias. Em seguida, uma nova audiência, com menos de 30 dias, é marcada e o infrator encaminhado para assistir 8 horas de palestras. As aulas são dadas por um profissional do BPTRan que ministra a palestra, que procura conscientizar o infrator.

Depois o motorista passa por uma triagem com um psicólogo e um assistente social para poder cumprir as 40 horas de colaboração no hospital. O infrator fica à disposição para ajudar no transporte de pacientes nos leitos. Após este período a pessoa ainda é monitorada por dois anos.

“O simples pagamento de uma prestação pecuniária ou uma cesta básica não era suficiente para conscientiza. Entendemos que é uma forma inovadora, junto ao Poder Judiciário e demais instituições, para tentarmos mexer com as emoções desse infrator, fazendo com que ele pense e reflita sobre suas atitudes”, acrescenta o juiz Gluszczak.

“O principal objetivo é a mudança de comportamento e temos percebido isto nas pessoas que têm vindo nestas palestras. Não temos tido reincidência e o motorista participa além de sua atividade. É importante ressaltar o fato de o infrator ser um multiplicador, pois ele coleta estas informações e repassa para seus amigos e familiares”, conta o Comandante do BPTran, tenente-coronel Valterlei Mattos de Souza.

“Nas palestras o motorista tem contato com as consequências de dirigir embriagado através de vídeos e conversas, mas ao se tornar colaborador do hospital ele passa a pensar que poderia ser o responsável por uma pessoa estar naquela situação. Ali ele percebe o quanto sua atitude afeta outras pessoas, promovendo uma responsabilidade, além da conscientização”, afirma o tenente-coronel Valterlei.

O projeto, desenvolvido há quatro meses, conta com a participação, além do BPTran, do Hospital Municipal de São José dos Pinhais, do Departamento de Trânsito do Paraná (DETRAN/PR), da Secretaria de Mobilidade Urbana (SEMUTRAN), do Corpo de Bombeiros, do Grupo de Alcoólicos Anônimos, do Centro Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPSad), do Conselho da Comunidade, do Ministério Público, da Defensoria Pública e Guarda Municipal.

Durante o cumprimento das 8 horas, os apenados passam por várias palestras no decorrer do dia, além da atividade ministrada pelo BPTRan, como Serviço e Controle de Infecção Hospitalar, Educação Permanente, Detran, SEMUTRAN, Corpo de Bombeiros, Alcoólicos Anônimos, CAPSad e no final é aberto para depoimentos. Em todas as atividades é repassado para os infratores as consequências de dirigir sobre o efeito de álcool.

Com informações da Agência de Notícias

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