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07 de setembro de 2024

Moscou contra o trânsito


Por Mariana Czerwonka Publicado 16/05/2013 às 03h00 Atualizado 08/11/2022 às 23h39
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Capital russa quer se tornar “metrópole das bikes”, com ciclovia ao longo da margem do rio Moscou, apesar de obstáculos como o clima

Moscou e arredores contam com mais de 20 milhões de habitantes, aproximadamente o mesmo que a Grande São Paulo. E toda essa gente, naturalmente, precisa se deslocar pela cidade: todos os dias, o metrô moscovita transporta 9 milhões de passageiros, segundo a página oficial da rede na internet. Em algumas estações, como Víkhino ou Kitai Gorod, transitam até 150 mil pessoas diariamente. É o maior índice de frequência do mundo.

Nas vias da cidade, o Ministério Regional dos Transportes identificou 53 áreas de engarrafamento nos horários de pico. O congestionamento total chega cada vez mais perto dos 300 quilômetros.

Até o presidente Vladímir Pútin já se desculpou pelo entrave que suas comitivas presidenciais representam para o tráfego moscovita diariamente logo após assumir o terceiro mandato, em maio de 2012, durante uma entrevista ao canal NTV. “Lamento e peço desculpas para aqueles a quem causamos desconforto. Isso realmente me entristece, mas eu preciso ir trabalhar”, disse o presidente, acrescentando que as ruas da capital russa não estão preparadas para um número tão grande de veículos.

De trinta minutos a sete horas

“Do trabalho para casa de carro, partindo da área do metrô Parque da Cultura até a estação Bielorússkaia [8 km], o trajeto leva de 25 minutos a 7 horas! Um dia saí do trabalho às 17h para chegar em casa por volta da meia-noite”, conta a jornalista Natália, 29 anos.

Muitas vezes, os acidentes de carro são a principal causa de congestionamento nas vias. “Quando volto para casa pela rodovia Dimítrovkoe, não há um dia em que não vejo pelo menos um ou dois acidentes pelo caminho. Depois de passar pelo local onde ocorreu o acidente, o trânsito geralmente volta ao normal”, diz o químico Anton Dmítriev, 27.

Os passageiros de ônibus têm um pouco mais de sorte, mas o número de usuários cresce a cada dia e os congestionamentos ameaçam também esse meio de transporte. No verão passado, faixas especiais para ônibus foram delimitadas por toda a cidade, mas elas são poucos respeitadas, exceto em zonas onde há postos de vigilância.

Fluidez a qualquer preço

A solução, segundo o chefe do Departamento de Transportes de Moscou, Gamid Bugalov, é “casar todos os meios de transporte para que a locomoção dos moscovitas se torne mais fluida”. Para isso, o plano de ação do órgão é tão amplo e ambicioso quanto a magnitude do problema.

Até o final deste ano, Moscou ganhará 190 centros de transporte “nível 1”, também conhecidos como terminais de integração. Seu objetivo primordial é desafogar o acesso ao metrô e às estações de ônibus, atualmente obstruído por lojas e estandes, muitas deles ilegais, e criar estacionamentos e espaços verdes. Assim, acredita-se que transição do carro para o transporte público será facilitada.

Algumas estações onde coexistem diferentes meios de transporte serão igualmente preparadas para que a troca seja feita em um único local.

Hoje, quem pega o trem em uma das estações interligadas com o metrô Komsomólskaia, por exemplo, precisa sair da estação para depois ingressar em outro ponto de embarque. A meta para 2020 é criar de 150 a 160 novos pontos de integração em Moscou. Uma linha ferroviária situada entre dois pontos extremos e periféricos da cidade também deverá começar suas operações em 2015 para facilitar a locomoção de passageiros.

O custo dessa primeira etapa é estimado em US$ 65 milhões por ponto de integração, de acordo com Gamid Bugalov. Porém, segundo o diretor de desenvolvimento das estações ferroviárias, Serguêi Pak, os custos devem chegar a US$ 325 milhões. “O governo de Moscou não conseguirá, de modo algum, financiar esse projeto por conta própria”, afirma Bugalov.

Novidades por todo lado

Além do plano estrutural, cada tipo de transporte receberá atenção especial. No ano passado, mais de 620 milhões de passageiros utilizaram os ônibus da cidade. E esse indicador cresce cada vez mais.

Assim, as autoridades prometeram disponibilizar cerca de mil novos ônibus, equipados com um sistema de chamada direta para o Ministério Regional dos Transportes. Por meio do sistema, todos os passageiros poderão dar sua opinião e enviar comentários sobre o serviço prestado.

Em 2012, os trens regionais garantiram o transporte de mais de 500 milhões de passageiros. O Ministério dos Transportes anunciou que, até 2020, o número deve dobrar.

Novas ferrovias serão construídas em direção a Saviolov, Kazan, Iaroslav, Górki e Paveletsk. E novos vagões com banheiro, assentos confortáveis, vidros duplos e ar condicionado entrarão em operação. Além disso, o projeto “Rex” prevê a instalação de trens diretos conectando as principais cidades da região, como Mitíschi, Ramenskoie, Lóbni e Dolgoprúdnoie.

De 2013 a 2030, serão construídos 600 km de trilhos de bondes para facilitar a conexão entre as cidades que circundam Moscou.

O bonde expresso, que pode transportar 30 mil passageiros por hora, vai economizar tempo e reduzir o congestionamento nas ruas e estradas. A primeira linha, cujas obras começarão ainda este ano, ligará a estação de metrô Krasnogvardêiskaia ao aeroporto Domodêdovo.

O metrô continuará crescendo para além das zonas periféricas. No ano passado, a estação Novokoksino foi inaugurada na cidade de Reutov. Em dezembro de 2013, a de Kotélniki também abrirá suas portas.

Fonte: Gazeta Russa

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