Valores baixos chamam atenção, mas comprar carro em leilão é um bom negócio?

Leilões, tanto os públicos quanto os privados, costumam apresentar preços significativamente inferiores aos praticados no mercado e podem representar uma ótima oportunidade para quem deseja trocar de veículo. No entanto, é importante que o comprador fique atento a alguns detalhes para fazer uma escolha acertada. Assim como em qualquer leilão, é fundamental examinar com cuidado cada automóvel disponível para identificar qual deles se adequa melhor às suas necessidades.

Os leilões podem ser classificados em dois tipos: particulares e públicos. No caso dos leilões realizados pela Receita Federal, as propostas de compra são enviadas previamente e organizadas para o dia do evento. O participante que oferecer o maior valor assume a dianteira na fila e tem a opção de cobrir as ofertas dos outros licitantes.

Uma das principais questões que o consumidor deve considerar é a procedência desses veículos.

Os carros disponíveis nos leilões da Receita Federal provêm de apreensão ou abandono e estão relacionados a ações de fiscalização aduaneira. Esses automóveis foram retidos por motivos legais, fiscais ou por terem sido abandonados em áreas alfandegárias.

Além disso, existem também veículos inservíveis provenientes de órgãos governamentais, que já não têm mais função para o serviço público e são vendidos para reutilização ou como sucata. Apesar dos riscos envolvidos, é possível encontrar preços bastante vantajosos. Um exemplo disso é o Jeep Compass Longitude 2018 na cor branca que está disponível em um leilão, com um preço inicial de R$21.815. Para se ter uma ideia, esse mesmo veículo poderia ser comercializado por R$94.637, conforme a Tabela Fipe. A economia parece significativa, especialmente considerando a diferença de mais de R$70 mil. Contudo, há um processo a ser seguido para avaliar as condições do carro.

Ao contrário das concessionárias oficiais ou multimarcas, não há garantia oferecida para esses produtos em leilões.

É nesse ponto que o consumidor deve ficar alerta: veículos vendidos em leilões particulares podem ter cobertura apenas para alguns itens específicos. Já os veículos de leilões públicos não contam com garantia alguma.

Por esse motivo, é fundamental verificar se é possível realizar uma vistoria no automóvel antes de fazer o primeiro lance. No caso dos leilões privados, a origem dos veículos pode variar bastante em relação aos promovidos pela Receita Federal. Muitas vezes, eles provêm de seguradoras (geralmente com sinistros e perdas totais ou parciais), locadoras ou empresas que possuem pequenas frotas e optam por leiloar os modelos antigos ao substituí-los e até mesmo bancos ou financiadoras.

É essencial compreender que há duas formas de obter veículos oferecidos em leilões: aqueles destinados à restauração ou uso e os direcionados exclusivamente para empresas de desmanche legal. Os automóveis vendidos para desmanche geralmente vêm de sinistros severos.

Os fatores que determinam a ida de um carro a leilão são:

• 1. Valor de mercado: veículos cujo valor residual é significativo o suficiente para justificar sua venda.
• 2. Condição recuperável: mesmo se estiverem danificados, desde que possuam peças reutilizáveis ou possam ser consertados.
• 3. Procedimento legal: carros apreendidos ou abandonados que devem ser vendidos em leilão público por exigência da lei.

Em suma, a decisão sobre se um veículo será leiloado depende do interesse financeiro que ele pode gerar em novos compradores. A maioria dos automóveis disponíveis em leilões apresenta danos causados pela exposição ao clima, como pintura deteriorada, oxidação na carroceria e manchas decorrentes da incidência solar. Tais reparos precisam ser considerados no planejamento financeiro do comprador.

Portanto, realizar uma inspeção minuciosa do veículo é extremamente importante. Afinal, os carros podem estar em diferentes estados de conservação, algo que deve estar na lista de preocupações de quem participa do leilão.