Pátios lotados dos órgãos de trânsito contribuem para proliferação de doenças, diz Fenasdetran

Segundo a Fenasdetran, o grande acúmulo de veículos em pátios dos órgãos de trânsito é um problema que precisa ser resolvido.


Por Assessoria de Imprensa
Veículos em pátios de órgãos de trânsito
Os veículos parados em pátios de órgãos de trânsito podem ajudar na proliferação de doenças. Foto: Divulgação Detran/ES

A Federação Nacional das Associações de Detran (Fenasdetran) tem mostrado preocupação com os carros removidos para os pátios dos órgãos de trânsito em todo o país. O cuidado com o tema é decorrente do número de doenças que vem crescendo no Brasil. Como, por exemplo, a Dengue e a Febre de Oropouche – transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti –  e, também, da Chikungunya, transmitida pelo mosquito Maruim.  Além de doenças propagadas por mosquitos, outro problema grave nos pátios que retêm os veículos é a Leptospirose, doença transmitida pela urina do rato.

Segundo dados da Transalvador, na capital baiana são mais de três mil veículos, entre carros e motos, ocupando espaços nos pátios do órgão. Já no Rio Grande de Norte, pelo menos 529 carros e motos foram retidos por policiais rodoviários estaduais nos primeiros 15 dias do ano.

O motivo principal das remoções de veículos é o licenciamento atrasado, segundo o CPRE.

O presidente da Fenasdetran, Mário Conceição, disse em entrevista, que o grande acúmulo de veículos em pátios dos órgãos de trânsito é um problema que precisa ser resolvido. O objetivo é evitar proliferação de doenças, principalmente às comunidades residenciais próximas a essas áreas utilizadas para abrigar veículos retidos em blitz.

“O acúmulo de veículos em pátios dos órgãos do Sistema Nacional de Trânsito, que recolhem esses veículos, obedecendo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), está causando preocupação. Os pátios têm sido um local de transmissão de doenças, principalmente para os servidores e às comunidades locais”, afirmou Mário Conceição. 

No Brasil, foram contabilizados 5.100.766 casos prováveis de dengue em 2024. O número representa mais que o triplo de casos da doença no ano passado, quando houve o registro de 1.649.144 casos. Dados do Ministério da Saúde mostram que os casos de febre Oropouche estão se espalhando pelo Brasil. O País soma 5.102 casos da doença, sendo 2.947 no Amazonas e 1.528 em Rondônia.  Já a leptospirose, foram contabilizadas 16.200 casos no Brasil segundo o Ministério da Saúde.

Com o objetivo de sanar esse problema grave de saúde pública, a Fenasdetran apresentou um Projeto de Lei que sugere ao proprietário do veículo submeter-se ao resguardo do veículo enquanto estiver sob sanção. “O proprietário do veículo deverá manter, sob pena de responsabilização cível e ou criminal, o veículo apreendido em local mantido às suas expensas e sujeito a verificação do Poder Público competente. Nesta guarda, há a impossibilidade de retirada do veículo apreendido sob qualquer pretexto do local de custódia informado e monitorado pela Autoridade de Trânsito”, sugere o projeto. 

Com isso, se instalaria um chip, onde os órgãos competentes poderiam fiscalizar os veículos parados em determinados locais específicos dos proprietários. Assim, os pátios fiquem vazios e diminuam a proliferação de doenças. O PL sanaria outro problema que é o caso de roubos de peças e assessórios dos veículos. Nesse caso, o governo tem que arcar com os prejuízos durante a estadia nos pátios dos órgãos em todo o País. 

Texto de Jailson Barreto

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