Tirar a carteira de motorista é o sonho de muita gente: a garantia de poder se locomover com mais liberdade, sem depender tanto de outras formas de transporte além do próprio automóvel é realmente tentadora. Porém, o passo seguinte à aquisição da CNH pode ser um pouco nebuloso para quem está em dúvida sobre qual deve ser o primeiro carro.
Não basta que o design do carro novo agrade: é necessário que suas especificações supram as necessidades, que a manutenção e os gastos com as obrigações caibam no orçamento e que sua procedência seja de confiança. Afinal, manter um carro não é barato e deve se colocar tudo na ponta do lápis.
Um bom primeiro passo é definir o orçamento. Com uma ideia clara de até quanto se pretende gastar — à vista ou financiado —, deve-se partir para a pesquisa. Como regra geral, carros novos são mais caros, mas oferecem tecnologias mais modernas e mais confiabilidade. Já os usados precisam de uma avaliação mais especializada, mas geralmente cabem mesmo nos orçamentos mais modestos.
Caso se opte por um carro usado, uma boa avaliação feita por um mecânico de confiança poderá dar o panorama geral do carro antes de fechar negócio.
Não se deve deixar enganar pela quilometragem: embora as menores apontem para um carro menos usado, isso não é regra. Há carros de quilometragem mais altas que foram mais bem cuidados do que carros de baixa quilometragem.
O modelo do carro deve se adequar ao uso que terá. Um carro para uma família grande deve ter bastante espaço interno e porta-malas que caibam as bagagens para uma eventual viagem. Um carro para uma pessoa solteira ou mesmo um casal sem filhos pode ser menor, com um espaço interno mais modesto e um porta-malas médio.
Outra questão envolve a potência do carro.
Para a cidade, motores menores tendem a ser mais econômicos e simples de manter, mas a falta de potência pode ser um problema em ladeiras, por exemplo. Além disso, carros menores são melhores para estacionar no espaço urbano. Para quem usará mais a estrada, um motor maior que 1.8 ajuda a desempenhar melhor em viagens, principalmente em retomadas. No entanto, na cidade gastam muito mais.
Portanto, antes de bater o martelo, o ideal é fazer um test-drive. Assim é possível ter uma ideia geral do carro, principalmente para quem é novo de carta. Ter uma noção dos pontos cegos, sentir o conforto do carro, se a dirigibilidade é boa, entre outros pontos importantes é fundamental para não se arrepender da compra.
No mais, deve-se projetar todos os gastos futuros como o da transferência — quando o carro é adquirido de um particular —, IPVA, licenciamento, seguro, troca regular de peças, e quiçá, multas. Tudo deve ser levado em conta, principalmente quando o carro é financiado, uma vez que as parcelas somadas a outras despesas podem extrapolar o orçamento.
Para um primeiro carro, uma boa ideia é escolher um carro menor, como um carro hatch. Com ele é mais fácil ter uma noção boa do tamanho do carro, pela ausência do porta-malas mais saliente, caso dos sedan. Sendo assim, fazer balizas e estacionar em espaços mais apertados torna-se mais fácil. Obviamente que o gosto pessoal deve ser satisfeito, mas os hatch não costumam desapontar como primeiro carro.