Mercado de luxo: como o aumento da demanda por veículos premium impacta o setor de reposição automotiva

Dados mostram que o mercado de luxo tem ganhado cada vez mais espaço no setor automotivo.


Por Pauline Machado
Mercado de luxo
Custo das peças e mão de obra qualificada de veículos do mercado de luxo é mais elevado em comparação aos carros convencionais. Foto: Imagem de Jay George por Pixabay

Dados da Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (ABEIFA) apontam que no Brasil, o mercado de luxo tem ganhado cada vez mais espaço no setor automotivo.

Somente entre janeiro e julho deste ano, foram vendidas 16,1 mil unidades de importados. Isso equivale a uma alta de 67,1% em comparação ao mesmo período de 2022.

De acordo Marcelo Martini, gerente de vendas do Aftermarket da FUCHS, fabricante independente de lubrificantes e produtos relacionados do mundo, esses números demonstram que o segmento tem superado a falta de componentes para as montadoras, tanto de veículos premium, quanto convencionais. Essas consequências foram provocadas, sobretudo, pela pandemia de Covid-19.

O executivo ressalta que, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores – Sindipeças, a frota de marcas importadas já representa 14,2% do total de veículos em circulação no Brasil.

“Estes carros chamam a atenção devido ao alto nível de sofisticação, estrutura mecânica e tecnologia, em comparação a outras opções convencionais, cativando e movendo a paixão do brasileiro por carros”, diz.

O impacto dos veículos premium para setor de reposição

Martini destaca, ainda, que, tendo em vista o notável crescimento na busca por carros de luxo, é necessário que o setor de reposição esteja preparado para atender às demandas deste segmento. Nesse sentido, a indústria deve assegurar ao consumidor peças e serviços de qualidade que garantam a saúde dos veículos. “Devido à tecnologia de ponta presente nos automóveis de alto padrão, o aftermarket brasileiro também acompanha essa inovação. Dessa forma, passando a exigir um desempenho mais aguçado durante o processo de manutenção. Este cenário provoca a necessidade de maior conhecimento técnico por parte dos profissionais. Assim como a constante atualização sobre o que há de mais novo no mercado”, enfatiza.

Ele acrescenta que desta forma, os distribuidores e atacados de autopeças passam a ofertar portfólios mais completos. Ou seja, com produtos direcionados exclusivamente ao segmento premium, como scanners, osciloscópios e, até mesmo, fluidos e lubrificantes especializados. O objetivo é oferecer serviços e soluções alinhadas às necessidades dos consumidores.

Manutenção

Outro aspecto importante, apontado pelo gerente de vendas do Aftermarket da FUCHS, é quanto à manutenção preventiva, que é essencial para todos os tipos de veículos. No entanto, torna-se ainda mais imprescindível no caso dos veículos premium. Isso porque, normalmente, estes automóveis, são equipados com alto nível de modernidade, como, por exemplo, câmbios automáticos de última geração, sistema de direção assistida, além de contar com um alto requinte. Este fato faz com que o custo das peças e mão de obra qualificada seja mais alto em comparação aos carros convencionais.

“Por conta disso, para garantir que o automóvel esteja sempre em conformidade, é fundamental que o proprietário mantenha as revisões em dia, com a utilização de lubrificantes de qualidade e que atendam as homologações modernas exigidas nos veículos premium, de acordo com as indicações do manual do fabricante”, orienta.

Martini ressalta que as medidas de prevenção poderão contribuir significativamente para a redução de consumo e maior proteção dos componentes veiculares. Assim como, manter as visitas periódicas ao mecânico especializado traz mais economia ao bolso do motorista, ao evitar gastos dispendiosos com manutenções corretivas. “Diante deste cenário, é fundamental que o setor de reposição siga investindo. Além disso, atualizando-se com relação às soluções inovadoras que atendam este público em específico”, finaliza o executivo.

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