Brasil registrou mil roubos de carros por dia em 2023
O Volkswagen Gol está no topo da lista de veículos com maior risco de roubo.
Em muitos países e no Brasil também, o roubo de carros se estabeleceu como um dos crimes mais comuns, gerando efeitos prejudiciais tanto em nível individual quanto para a sociedade como um todo. A perda de veículos não representa apenas um golpe financeiro significativo para os proprietários, mas também tem consequências emocionais e perturbadoras na vida cotidiana.
No contexto brasileiro, embora tenha sido observada uma diminuição no número de casos de roubo de carros, o problema continua sendo uma preocupação constante. Apesar dos esforços para melhorar a segurança dos veículos, a persistência dessa ameaça representa um desafio significativo para a tranquilidade dos cidadãos.
De acordo com os últimos dados obtidos pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), durante o período de janeiro a julho de 2023, houve uma notável queda de 11,8% nesse tipo de crime. No entanto, apesar desse progresso animador, o problema ainda está presente, com uma média diária de 1.000 casos de roubo e furto de veículos no país.
Como nos anos anteriores, em 2022 houve um aumento de 8% nos casos de roubo e furto de veículos, atingindo um total de 373.225 incidentes. Em 2021, mais de 300.000 veículos foram roubados no país e, em 2020, esse número chegou a 299.500 unidades.
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023 também destacou que, durante 2022, 60,3% dos veículos roubados estiveram envolvidos em casos de furto, enquanto 39,7% foram vítimas de roubos.
Em comparação com o que aconteceu em 2023, a queda de 11,8% nos casos de roubo e furto de veículos não só gerou um alívio para os proprietários de automóveis no Brasil, mas também permitiu a identificação dos modelos que enfrentavam os maiores riscos de roubo.
Entre os carros mais vulneráveis estiveram o Volkswagen Gol, com um total preocupante de 8.941 roubos, seguido pelo Fiat Uno, com 6.865 incidentes registrados. O Chevrolet Onix (4.736), o Chevrolet Corsa (4.399), o Ford Ka (3.413), o Hyundai HB20 (3.084), o Fiat Siena (3.554), o Fiat Strada (2.30) e o Toyota Hilux (2.191) também se encontraram entre os modelos afetados.
De acordo com a consultoria de segurança Marcy Campos Verdes, a posição predominante da Volkswagen no ranking dos veículos mais roubados se atribui à sua marca forte, caracterizada por motores potentes e uma grande variedade de modelos em circulação. “Esse grande número de unidades é um mercado paralelo de peças de reposição. Mas é lógico: os carros mais vendidos estão entre os mais roubados e furtados”, afirma o relatório.
O Volkswagen Gol, líder da lista, destaca-se como um dos carros mais populares do mercado nacional, o que facilita a venda de peças no momento da desmontagem do veículo. Em seguida, vêm os carros mais baratos, de fácil revenda e com grande presença nas ruas, como o Chevrolet Onix. Por fim, as unidades mais utilitárias, resistentes e de maior valor.
Outros modelos, como o Fiat Strada, são de interesse dos criminosos devido à sua capacidade de transporte, sendo usados para transportar cargas e mercadorias roubadas, como produtos agrícolas. A Toyota Hilux, por outro lado, é uma caminhonete grande e cara que é um ímã para os ladrões.
Delitos em São Paulo
Durante os primeiros oito meses de 2023, a taxa de furtos e roubos de veículos na Região Metropolitana de São Paulo registrou um aumento de 28% em comparação com o mesmo período de 2022. Especificamente, foi na cidade de São Paulo onde ocorreu a maior parte desses incidentes, respondendo por 61% do total, de acordo com um estudo da empresa de rastreamento de veículos Ituran.
A pesquisa, baseada em um relatório da Secretaria de Segurança Pública do governo de São Paulo, constatou 46.655 ocorrências envolvendo carros de passeio, veículos comerciais leves e motocicletas na capital e na Região Metropolitana de São Paulo. Esse número representa um aumento significativo em comparação com os 36.546 casos registrados no mesmo período do ano passado.
Da mesma forma, entre os 10 modelos de carros mais afetados em 2023, 86% foram roubados e os 14% restantes foram objeto de furto envolvendo o uso de ameaças ou violência. Nesse cenário, o Volkswagen Golf sofreu um total de 2.541 furtos ou roubos, um aumento de 20% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Enquanto isso, o Chevrolet Onix registrou 2.389 incidentes, mostrando uma leve redução de 0,17% em comparação com o mesmo período de 2022. Por outro lado, o Fiat Uno sofreu um aumento de 23%, com 2.331 furtos ou roubos. No caso do Chevrolet Corsa, observou-se um aumento de 37%, atingindo um total de 2.098. Finalmente, o Hyundai HB20 teve um aumento de 28% com 2.056 furtos ou roubos entre janeiro e agosto de 2023.
Na cidade de São Paulo, os bairros mais afetados por esses incidentes foram, em ordem decrescente, Tatuapé, Ipiranga, Vila Matilde, Itaquera e Vila Prudente.
Em outras cidades da Região Metropolitana de São Paulo, Santo André, Guarulhos e Osasco lideraram as estatísticas. Vale ressaltar que os veículos com mais de cinco anos de uso foram os mais vulneráveis, registrando mais de 30 mil casos.
Além de modelos específicos, as cores dos veículos também desempenharam um papel crucial no crime, sendo que os carros em tons mais populares têm maior probabilidade de serem roubados. De acordo com as estatísticas, os carros de cor prata lideraram o ranking com 27% desses incidentes, seguidos de perto pelos veículos pretos, com 24%. O branco foi responsável por 19%, enquanto o cinza e o vermelho registraram 12% e 11%, respectivamente.
Veículos recuperados
Outro indicador nas estatísticas refere-se ao número de veículos recuperados pelas forças policiais, um aspecto importante no campo da segurança veicular. Durante o primeiro semestre de 2023, houve a recuperação de 23.060 veículos. Assim, constituindo cerca de um terço (35%) do número total de veículos roubados ou furtados.
Isso mostra um aumento em comparação com o mesmo período de 2022. No entanto, uma redução de 21% em comparação com os veículos recuperados em 2019, antes da pandemia.
O número significativo de veículos recuperados é prova dos esforços contínuos da Polícia Civil no combate ao roubo e furto de veículos. Durante esse período, houve a prisão de mais de 500 pessoas e a localização de mais de 450 carros.
Leslie Caram Petrus, vice-diretora de roubo e furto de veículos Divisão de Investigações sobre Furtos, Roubos e Receptações de Veículos e Cargas (DIVECAR), destacou a complexidade desses crimes, relacionando-os a organizações criminosas com divisões especializadas e células criminosas, ressaltando, assim, a necessidade de medidas preventivas.
Esse cenário destaca a importância de considerar o seguro de automóvel como uma ferramenta essencial para proteger os interesses dos proprietários de veículos. Ter uma apólice de seguro pode proporcionar tranquilidade financeira em caso de perda ou dano ao seu veículo. Especialmente em um ambiente em que o crime contra veículos continua sendo uma preocupação constante.
Pesquisa e conteúdo cedido pelo site O Melhor Trato