Edital prevê limites para fila de espera em pedágios


Por Talita Inaba

As longas filas nas praças de pedágios, principalmente nos feriados prolongados, deverão acabar nos novos trechos de rodovias federais que serão leiloados pelo governo. Pelas regras do edital de licitação de 5.820 quilômetros de estradas, a demora no atendimento dos veículos nos postos de cobrança não será tolerada e os administradores das vias serão obrigados a liberar os usuários para que a fila ande. De acordo com a diretora da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Natália Marcassa de Souza, sempre que a espera nos postos de pedágio superar os 15 minutos ou a filas ultrapassarem a marca de 200 metros, as concessionárias serão obrigadas a abrir as cancelas e deixar passar gratuitamente a quantidade de veículos necessária para a normalização do atendimento.

Ao todo, estão previstas 67 novas praças de pedágio nos sete lotes de trechos rodoviários que participarão do leilão previsto para abril deste ano. Os últimos contratos de concessão já previam penalidades para as empresas que deixassem os motoristas por 10 minutos ou 300 metros de fila. Mas a regra nunca funcionou na prática. As concessões estaduais também têm regras que limitam o tempo de atendimento dos motoristas nos pedágios. Nesse caso, o tempo é definido pela média anual, excluindo os feriados em que as filas são mais intensas. Segundo o presidente da Empresa de Planejamento Logístico (EPL), Bernardo Figueiredo, trata-se de um aperfeiçoamento para garantir o nível de serviço para os motoristas que trafegam pelas rodovias. “Os parâmetros ficaram mais apertados.” Regra clara. Natália, da ANTT, explica que a regra estará clara para os usuários, com marcações no solo e placas de aviso, que também terão os números de contato da fiscalização da ANTT. “Além disso, também faremos operações de fiscalização nos principais feriados, quando normalmente há maior movimento nessas rodovias.” Outra regra estipulará um índice mínimo de disponibilidade de pistas para cada rodovia concedida.

Caso a média de trechos em obras ou com passagem impedida fique acima desse índice, a tarifa cobrada será reduzida no ano seguinte. “Os concessionários terão que realizar manutenções adequadas, para que a pista não volte a ser interditada para a realização de novas obras”, acrescentou Natália. Ainda assim, caso haja redução na quantidade de acidentes nesses trechos, os concessionários poderão receber um acréscimo de até 3% por ano nas tarifas cobradas dos usuários dessas rodovias. “Haverá um índice que levará em consideração a média de acidentes de todas as outras rodovias no período. O objetivo é tornar esses trechos cada vez mais seguros para os usuários”, concluiu a diretora. A minuta do edital para os sete lotes de trechos rodoviários federais passa pela fase de consulta pública.

A licitação faz parte do pacote de logística lançado pela presidente Dilma Rousseff em agosto do ano passado e cada contrato terá duração de 25 anos. Entre os trechos incluídos nesse edital estão estradas no Distrito Federal e nos Estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Bolsa. Pressionadas pelo noticiário de que os contratos de concessão de sete lotes de trechos de rodovias federais que serão leiloados terão regras mais duras, as ações das concessionárias de rodovias tiveram queda ontem na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F Bovespa). Às 16 horas, EcoRodovias ON perdia 2,03%, a R$ 17,36, Arteris ON recuava 0,37%, a R$ 19,03, CCR ON tinha baixa de 0,90%, a R$ 19,93, e Triunfo recuava 3,37%, a R$ 12,32. No mesmo horário, a queda do Ibovespa era de 0,16%.

Fonte: Estadão.com

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