A CNT (Confederação Nacional do Transporte) expressa sua grande preocupação com o risco de novo aumento do percentual de biodiesel de base éster ao diesel. A Confederação entende que, para essa decisão, não deve se considerar apenas a capacidade de produção do insumo no Brasil, mas as consequências desse aumento sobre o funcionamento dos veículos. Além disso, os impactos econômico, ambiental e de segurança sobre toda a cadeia de transporte e logística do país.
Um estudo inédito da UnB (Universidade de Brasília) mostrou que o aumento no percentual de biodiesel a partir de 7% eleva a emissão de CO2 e diminui a potência dos motores. Isso gera, por consequência, mais consumo de diesel e impacta a necessidade de maior importação desse combustível, comprometendo a segurança energética nacional.
A medida mais equilibrada, tanto do ponto de vista econômico quanto do ambiental, já parametrizada há bastante tempo, é a mistura de 7%. Ela já é adotada na Europa.
Diversos países têm aplicado percentuais maiores de HVO (sigla em inglês para óleo vegetal hidrotratado – diesel verde), biocombustível mais evoluído e que não causa problemas mecânicos, em detrimento do uso de biodiesel de base éster.
O diesel é o principal insumo do transporte rodoviário, que é responsável pela movimentação de 65% das cargas e 95% dos passageiros no país. O setor, que não pode parar de mover o Brasil devido a problemas com combustível, tem se desdobrado, por meio de ações responsáveis e eficazes. Dessa forma, para encontrar soluções ambientais que efetivamente descarbonizem a atividade transportadora.