Desde o Império Romano, as estradas pavimentadas são as principais vias de comércio existentes no mundo. No Brasil atual, não teria como ser diferente. Carros, motos e caminhões dividem espaço nos mais de 65 mil quilômetros de estradas que cortam o país de Norte a Sul. Contudo, tamanha extensão não está livre de vários fatores de risco para os motoristas, tais como acidentes e assaltos, por exemplo.
Recentemente, a Confederação Nacional do Trânsito, divulgou o ranking das estradas federais mais perigosas. Num período de um ano, de novembro de 2022 a outubro de 2023, foram mais de 60 mil acidentes registrados, com uma média de 15 mortes diárias. Para a CNT, a soma de estradas mal conservadas, com imprudência e desrespeito às leis de trânsito, como transitar na contramão, são os principais fatores para números tão altos.
Por essa razão, os motoristas de frota que enfrentam o asfalto todos os dias devem estar bem atentos às suas ações atrás do volante. A começar pela atenção em si: a distração de meros 2 segundos dobra as chances de uma colisão ocorrer.
A plena atenção significa mais tempo de reação para quaisquer eventualidades e a percepção correta do entorno, o que engloba desde as manobras de outros motoristas à sinalização da pista.
Algumas outras medidas que envolvem a segurança do motorista e do trânsito em geral devem ser tomadas antes mesmo de se entrar no veículo. Garantir que a manutenção das partes mecânicas e elétricas está em dia significa não ter surpresas durante uma viagem. Hoje, alguns softwares de gestão são capazes de ditar o tempo correto de reparos de dezenas de peças que compõem desde os veículos pesados aos leves.
O planejamento de rota aliado a uma boa análise das condições climáticas são fundamentais para a garantia da segurança do motorista e também de que a carga chegará ao seu destino dentro das conformidades. Planejar as paradas de descanso do motorista, para abastecimento, os pedágios e a rota com o melhor tempo e condições de trânsito são medidas de suma importância para garantir menos situações de fadiga e estresse para o condutor.
Além disso, existem softwares capazes de monitorar as situações de estresse e cansaço do motorista. Tais ferramentas ajudam a diminuir o risco de acidentes de maneira considerável e facilitam a vida de quem precisa desenhar as rotas. Esse é um ganho para todos. Afinal, além das vidas, os acidentes custam caro. A estimativa da CNT é que os gastos com acidentes são o dobro do que se investe na malha rodoviária federal.
Contudo, com treinamentos adequados e investimentos em conscientização e em tecnologia, é possível reverter este quadro tão sério e preocupante. Uma vez que a maioria do transporte de mercadorias se dá pelo modal rodoviário, chegando a cerca de 75% da produção nacional, fica evidente sua importância. Um olhar crítico e especializado sobre ele, tal como o empregado pelas ciências econômicas, seria certamente de grande valia para encontrar soluções.