A mobilidade urbana é um segmento que vem impulsionando diversas transformações nos últimos anos, como melhorias de tráfego nas cidades, controle de fluxo, entre outros. No entanto, até pouco tempo atrás, quando se falava em inovação no pagamento do transporte público, tudo era bem arcaico, principalmente na forma de compra dos bilhetes, que até dezembro de 2020 se dava apenas via bilheteria e cartão de transporte. Com isso, era necessário que os esforços de inovação não ficassem restritos unicamente às cidades e aos meios de transporte, mas assumissem um olhar ainda mais abrangente, envolvendo toda a jornada das pessoas, considerando sua diversidade de comportamento e aprimorando a experiência das pessoas em seus deslocamentos.
Se antes, todo bilhete só podia ser adquirido em um guichê de estação, hoje é preciso estar presente onde o passageiro se encontra – e com um simples smartphone ele está em todos os lugares, simultaneamente.
Foi por meio desse novo conceito, com ganhos de escala e eficiência na operação dos concessionários, que a Plataforma TOP foi implantada, em dezembro de 2020, transformando a jornada diária de quem utiliza o transporte público em São Paulo.
Por meio dela, o passageiro passou a ter a opção de comprar seu bilhete em canais digitais, como o APP TOP. Uma das mais recentes parcerias da Autopass é o Google Brasil, com a disponibilização do QR Code TOP dentro da carteira do Google, contribuindo para a democratização do acesso digital ao bilhete de embarque.
Por isso, diante deste novo cenário, conversamos com exclusividade com o Daniel Takatohi – Diretor de Negócios e Marketing da Autopass, para nos explicar, entre outras questões, qual é o papel do celular na digitalização do transporte público.
Acompanhe!
Portal do Trânsito – Qual é sua opinião sobre o atual cenário no Brasil das tecnologias voltadas para a mobilidade urbana? Podemos dizer que estamos acompanhando, atrasados ou à frente?
Daniel Takatohi – O Brasil tem avançado bastante em diversos aspectos da mobilidade urbana. Podemos evidenciar evolução no controle de fluxo, formas de pagamento via free-flow em rodovias, urbanização e nas formas de pagamento para mobilidade. Neste ponto, nós da Autopass, temos um papel muito importante, pois trouxemos inovações ao mercado via Plataforma TOP, como a compra de passagens para o transporte público via WhatsApp, desenvolvido a partir da análise de perfil e necessidades dos nossos clientes, integração de funcionalidades de banking – que podem ou não ser adotadas pelo passageiro, além da busca por parceiros alinhados com nosso propósito de simplificar a mobilidade urbana. A disponibilização do QR Code dentro da carteira do Google e a aceitação de cartão de crédito e débito diretamente na catraca, por exemplo, são resultados dessas parcerias.
Portal do Trânsito – Ainda dentro da conjuntura da mobilidade urbana, qual é a importância do transporte público para as cidades brasileiras?
Daniel Takatohi – Ele é fundamental e necessário para um país do tamanho do Brasil. Além de termos diferentes realidades sociais vivenciadas internamente, o brasileiro começa sentir a necessidade de deixar mais o carro em casa e se deslocar de transporte público. Falando especialmente de São Paulo, a malha metroviária e ferroviária junto com linhas de ônibus municipais e intermunicipais, fazem com que os paulistanos consigam se deslocar em grandes distâncias em um curto espaço de tempo, privilegiando o transporte coletivo que também contribui para melhorar o trânsito em grandes cidades.
Essa mudança de pensamento vem acompanhando o comportamento de um público mais jovem, que tem priorizado cada vez mais o transporte público como forma de economizar e até por ser uma alternativa mais sustentável.
Portal do Trânsito – E neste contexto, como podemos entender a realidade do transporte público no Brasil?
Daniel Takatohi – Cada estado, cidade e município tem sua própria dinâmica em termos de transporte público, mas acredito que, como um todo, temos muito potencial na otimização da malha metroviária e ferroviária. Ressalto ainda que o mercado de transporte coletivo tem ganhado um forte aliado nos últimos anos, que são concessões públicas para melhoria desses sistemas, por isso acredito que nos próximos anos veremos um bom avanço na acessibilidade desse recurso.
Portal do Trânsito – Quais são os maiores desafios para que o transporte público possa contribuir com as ações voltadas para a mobilidade urbana nas cidades brasileiras?
Daniel Takatohi – Entendo que, não só no Brasil, mas globalmente, existem discussões sobre a necessidade de priorizar o crescimento da malha ferroviária. Além disso, ações que facilitem o trânsito de ônibus coletivo e tecnologias que facilitem o dia a dia das pessoas que dependem do transporte público. E lembrando que acerca desse terceiro tópico, devemos ter uma postura de escuta ativa para atender aos diferentes perfis de clientes. Ou seja, considerando também as peculiaridades culturais e estruturais de cada local.
Portal do Trânsito – Neste sentido, qual é a importância da tecnologia voltada para a mobilidade urbana?
Daniel Takatohi – É fundamental, já que a tecnologia facilita e proporciona comodidade para as pessoas. No caso da Plataforma TOP desenvolvida pela Autopass, conseguimos transformar um cartão de transporte em uma ferramenta integradora, que alia compra e controle das suas passagens via aplicativo de celular, WhatsApp com pagamento em PIX e até mesmo o bilhete dentro da carteira do Google – resultado de uma parceria estratégica para disseminar novas formas de embarque no transporte público em São Paulo. A crescente digitalização dos clientes promove maior conveniência e agilidade, democratizando o acesso ao transporte público.
Portal do Trânsito – Qual é o papel do celular na digitalização do transporte público?
Daniel Takatohi – No que diz respeito ao celular, entendo que é importante contextualizar um pouco mais. A mobilidade urbana é um segmento que vem impulsionando diversas transformações nos últimos anos, como melhorias de tráfego nas cidades, controle de fluxo, entre outros. Mas quando se falava em inovação no pagamento do transporte público, até há alguns anos tudo era mais tradicional. Isso, principalmente na forma de compra dos bilhetes, que até dezembro de 2020 se dava apenas via bilheteria e cartão de transporte. Com isso, era necessário que os esforços de inovação não ficassem restritos unicamente às cidades e aos meios de transporte. No entanto, assumissem um olhar ainda mais abrangente, envolvendo toda a jornada das pessoas. Dessa forma, considerando sua diversidade de comportamento e aprimorando a experiência das pessoas em seus deslocamentos.
Se antes, só era possível adquirir o bilhete em um guichê da estação, hoje é preciso estar presente onde o passageiro se encontra. E com um simples smartphone ele está em todos os lugares e disponível 24h todos os dias da semana. Aqui vale enfatizar alguns aspectos da Plataforma TOP. Ela transformou a jornada diária de quem utiliza o transporte público em São Paulo. Assim, possibilitando que o passageiro tenha a opção de comprar seu bilhete em canais digitais.
Portal do Trânsito – De que forma, na prática, essa digitalização vai acontecer ou já acontece?
Daniel Takatohi – Falando pela Autopass, ela já acontece desde dezembro de 2020, quando introduzimos o bilhete QR Code como forma de pagamento no Metrô, CPTM e em ônibus intermunicipais da EMTU. Esse foi o passo inicial da Plataforma TOP.
Portal do Trânsito – De que modo facilita a rotina diária dos consumidores de transporte público?
Daniel Takatohi – A Autopass promoveu uma mudança tecnológica que impactou o dia a dia dos passageiros. Dessa forma, fornecendo um amplo leque de opções. Elas vão desde compra antecipada e controle dos bilhetes via APP TOP, 800 ATMs espalhadas por todas as estações do Metrô e CPTM para compra e recarga no local, e até mesmo, a possibilidade de ter o bilhete no caminho da sua casa ou trabalho com 8 mil pontos comerciais. Essas ações presentes dentro da Plataforma TOP facilitam a vida dos milhões de passageiros que dependem do transporte público. Eles agora, podem controlar seus gastos e passagens diretamente de um celular.
Nosso objetivo, desde o início, foi facilitar cada vez mais o dia a dia das pessoas, para que passem menos tempo em filas e tenham mais tempo para si, além de ter alternativas que facilitam sua jornada dentro da mesma plataforma.
Portal do Trânsito – Para finalizar, por favor nos diga em quais cidades brasileiras já é possível encontrar tal tecnologia?
Daniel Takatohi – A Plataforma TOP está presente no Estado de São Paulo, especificamente na Região Metropolitana de São Paulo, e temos interesse em ampliar a democratização de soluções como essa para outras cidades, impulsionando a transformação digital voltada ao transporte coletivo pelo Brasil.