08 de janeiro de 2025

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08 de janeiro de 2025

Saúde mental é responsável por 30% dos acidentes de trânsito

PRF mira álcool e velocidade como principais desafios para segurança em 2025 e defende avaliação de saúde mais frequente para motoristas.


Por Assessoria de Imprensa Publicado 07/01/2025 às 13h30
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De acordo com a PRF, o maior desafio para 2025 será combater a combinação de álcool e direção e o excesso de velocidade nas rodovias federais. Foto: Divulgação PRF.

Causas relacionadas à saúde mental dos motoristas brasileiros (reação tardia do condutor, falta de reação do condutor e transtornos mentais) foram responsáveis por 30% dos sinistros de trânsito nas rodovias federais brasileiras em 2024. Segundo levantamento de dados feito pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) a pedido da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), estes sinistros responderam por 24% das mortes e 29% dos feridos registrados entre janeiro e setembro do ano passado.

“Os números corroboram o que os especialistas de Medicina do Tráfego e Psicologia do Trânsito vêm alertando há anos: para salvar vidas, precisamos cuidar da saúde física, mental e psicológica dos motoristas com maior frequência”, afirma o diretor científico da Ammetra, Alysson Coimbra.

Conforme o especialista em segurança viária, as recentes flexibilizações no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), como ampliação do limite de pontos para a suspensão da CNH e ampliação do prazo para renovação, provocaram um aumento no número de sinistros, mortes e feridos no trânsito. “O motorista brasileiro está claramente esgotado e o aumento de episódios de brigas, discussões e lesões corporais no trânsito reflete os efeitos da ansiedade, depressão e deterioração da saúde comportamental. Motoristas comuns só passam por avaliação psicológica uma vez na vida, quando tiram a primeira habilitação, o que é assustador. Sem cuidar da saúde mental dos motoristas, não vamos salvar vidas no trânsito”, detalha o diretor científico da Ammetra.

Fatores de risco

Outro fator de grande preocupação para as entidades de trânsito é o número de sinistros provocados por excesso de velocidade e por consumo de álcool e drogas. De acordo com o levantamento da PRF, de janeiro a setembro de 2024 foram registrados 5.985 acidentes causados por essas infrações, que deixaram 6.118 feridos e 453 mortos.

De acordo com o PRF Jeferson Almeida, coordenador-geral de segurança viária da corporação, o maior desafio para 2025 será combater a combinação de álcool e direção e o excesso de velocidade nas rodovias federais. “É um desafio cultural. As pessoas bebem para comemorar ou para lidar com problemas, e mudar esse comportamento não é fácil”, explicou. Almeida ressalta a importância da fiscalização intensiva para inibir a prática. “Quando há um relaxamento na fiscalização, as pessoas voltam a dirigir sob influência de álcool, acreditando na impunidade”, alertou.

Letalidade alta

O médico do Tráfego Alysson Coimbra destaca que a preocupação da PRF faz sentido. “Sinistros provocados por excesso de velocidade são mais letais bem como têm maior potencial de fazer vítimas. No caso do álcool, o desafio é mudar a mentalidade dos motoristas. Precisamos encontrar formas mais eficazes de educar para o trânsito e conscientizar sobre temas básicos, como não beber e dirigir, usar cinto de segurança e respeitar os limites de velocidade, por exemplo”.

O coordenador da PRF destaca a importância da parceria com outros órgãos, como o DNIT, ANTT e concessionárias de rodovias para aprimorar a segurança viária, considerando a premissa das “rodovias que perdoam”, ou seja, estradas preparadas para minimizar os erros humanos.

Saúde dos motoristas

Outro foco importante de atuação que a PRF também planeja para 2025 são as ações educativas assim como campanhas de conscientização, além de parcerias com o SEST/SENAT e associações médicas para abordar a saúde dos motoristas, incluindo aspectos físicos e mentais.

“A saúde influencia muito nos sinistros de trânsito. Durante essas ações detectamos motoristas com pressão arterial alterada, fadiga e problemas relacionados ao uso de substâncias ilícitas”, relatou Almeida, defendendo mecanismos legais para verificações de saúde mais frequentes, utilizando a CNH como instrumento.

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