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07 de setembro de 2024

Óculos para daltônicos melhoram visibilidade no trânsito


Por Mariana Czerwonka Publicado 07/08/2015 às 03h00 Atualizado 08/11/2022 às 22h47
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Daltônicos no trânsitoÓculos que corrigem o daltonismo também melhoram a visão de contraste que é alterada em quem usa óculos de grau

A mais recente novidade em óculos lançada nos EUA corrige o daltonismo ou dificuldade de enxergar cores. Já comercializado no Brasil pela internet, o novo óculos pode beneficiar além dos 16 milhões de brasileiros que são daltônicos, quase metade da população. Isso porque, segundo o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, perito em medicina do tráfego e membro da ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego) este é o índice de brasileiros que precisam usar óculos de grau e por isso tem redução da visão de contraste. Esta redução e a dificuldade de enxergar cores, explica,  aumentam o risco de acidentes no trânsito porque diminuem a velocidade de reação dos motoristas. Pode parecer exagero, mas numa velocidade de 120km/hora, o atraso no reflexo dos condutores com problemas de visão  chega a quase um segundo, tempo suficiente para causar uma colisão.

Como funciona

O especialista afirma que entre daltônicos acontece uma anomalia genética nos cones, células da retina responsáveis pela visão de cores. São 3 classes de cones que absorvem cumprimentos diferentes de luz: vermelho, azul e verde. Estudos mostram que 75% dos daltônicos têm deuteranopia, ou seja, não enxergam a cor verde;  24% têm protanopia ou  dificuldade com o vermelho e 1% têm tritanopia ou deficiência visual para a cor azul e o amarelo.

Queiroz Neto diz que  os óculos para daltonismo corrigem a dificuldade  para  enxergar verde e vermelho. A correção se dá através de um filtro na lente que  separa as cores e permite a captação correta pelos olhos.

É este filtro, explica, que também aumenta  a visão de contraste comprometida em pessoas com miopia, hipermetropia ou astigmatismo. A melhora da visão de cores e contraste, otimiza a visão de profundidade que ajuda  motoristas frearem em tempo seguro, pondera.

O fabricante estima que mais de  80% das pessoas com daltonismo verde/vermelho alcancem boa correção visual com os óculos. Para o médico, só não corrige todos os casos porque em uma parcela entre 15% e 20% a sobreposição dessas cores nos cones é total e neste caso o filtro não consegue separar. Os óculos podem ser adquiridos no Brasil, inclusive com adição de grau, pelo site enchroma.com. O valor é de US$ 325 a US$ 450.

Daltonismo pode passar despercebido

O oftalmologista afirma que muitos daltônicos não sabem que têm a alteração. Isso acontece como se trata de uma alteração genética a maioria já nasce com o problema e acaba se adaptando à visualização limitada de cores.  A recomendação é encaminhar a criança ao oftalmologista para passar pelo teste de Ishihara quando os pais, ou um deles é daltônico.  O problema atinge 8% da população na proporção de 7% dos homens para 1% das mulheres. Segundo Queiroz Neto. embora incomum,  pode ocorrer na idade adulta como efeito colateral de medicamentos para hipertensão arterial e problemas psicológicos ou pela exposição a produtos químicos como fertilizantes.

Como a maioria dos daltônicos já conhecem a posição das luzes do semáforos, dificilmente são barrados no exame de CNH (Certeira Nacional de habilitação) embora a nossa legislação exija o reconhecimento de cores para conduzir veículos. “Corrigir o problema melhora a dirigibilidade e pode ter influência positiva na psique”, conclui.

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