​O que um motorista que transporta carga perigosa precisa saber?


Por Agência de Notícias
Gustavo T. Falleiros-
Agência CNT de Notícias
Carga perigosaCom a formação, o motorista ganha elementos para evitar riscos e sanar emergências. Foto: Fernando Oliveira/PRF/Divulgação.

O que você faria? Você dirige um caminhão carregado de carbureto de cálcio e sofre um acidente. A carga se espalha sobre asfalto. Começa um foco de incêndio e você precisa agir rapidamente. Populares se aproximam do veículo para prestar socorro. Você vê que eles trazem baldes de água para apagar o fogo. E agora?

Esse exemplo fictício ajuda a entender a importância do Curso para Condutores de Veículos de Transporte de Produtos Perigosos – muito conhecido pela sigla MOPP (Movimentação Operacional de Produtos Perigosos). Entre os cursos presenciais oferecidos pelo SEST SENAT, esse é um dos campeões de procura.
Com a formação, o motorista ganha elementos para evitar riscos e sanar emergências. É importante que ele conheça as 9 classes de produtos perigosos, assim como as cores e os símbolos relacionados. Também é indispensável o entendimento da ficha de emergência, que contém telefones úteis e instruções diversas, e do equipamento de proteção individual (EPI).
“Esse profissional saberá que o carbureto de cálcio, quando molhado, solta acetileno, que é um gás inflamável. Nesse caso, a água alimentaria o fogo. O correto seria aguardar a chegada do Corpo de Bombeiros, que usaria pó químico seco”, ensina o instrutor do SEST SENAT Tiago de Oliveira Melo, que é técnico em química e pós-graduado em Gestão de Educação e Segurança no Trânsito.
“Além disso, o condutor tem de ter responsabilidade, ser uma pessoa comprometida e ter a consciência de que a carga transportada pode prejudicar muitas pessoas”, lista o instrutor. Em suas turmas de MOPP, ele sempre repassa os famosos elementos de direção defensiva: conhecimento, atenção (difusa e concentrada), previsão (mediata e imediata), decisão e habilidade.
Para ficar mais claro, previsão mediata é aquela feita antes do surgimento de um problema. No universo das cargas perigosas, um exemplo seria: um produto classe 3 (combustível) é incompatível com outro da classe 5 (oxidante). Se entrarem em contato, ocorrerá liberação de calor (reação exotérmica), ou seja, pegará fogo. Portanto, o motorista conhecedor dessas características não aceitará a proximidade desses dois produtos, pois está prevenido.
E se, apesar da cautela, o veículo com carga perigosa se envolver em algum acidente?
“O condutor tem de manter a calma e sinalizar para as pessoas manterem a distância”, explica Tiago de Oliveira Melo. “Terá de afastar os curiosos. Infelizmente, hoje as pessoas querem filmar tudo. Então é preciso manter essa distância mínima e sinalizar bem o local. Não se esqueça de utilizar o EPI, que muda de produto para produto”, aconselha.
O Curso para Condutores de Veículos de Transporte de Produtos Perigosos tem 50 horas de duração e precisa ser renovado a cada 5 anos. Os requisitos da matrícula são aqueles da Resolução 168 do Contran: ser maior de 21 anos; estar habilitado na categoria B, C, D ou E; não estar cumprindo pena de suspensão do direito de dirigir, cassação da CNH, pena decorrente de crime de trânsito e não estar impedido judicialmente de exercer seus direitos.
Clique aqui para saber mais sobre os cursos da Resolução 168.
As informações são da Agência CNT de Notícias
Sair da versão mobile