24 de dezembro de 2024

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nossos sites, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar o Portal do Trânsito, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

24 de dezembro de 2024

Número de conversões para gás natural veicular quase dobra em nove meses no Brasil


Por Pauline Machado Publicado 28/10/2021 às 18h44 Atualizado 08/11/2022 às 21h20
Ouvir: 00:00

O aumento no preço dos combustíveis impulsionou a procura pela conversão para gás natural veicular (GNV). Veja informações importantes. 

O aumento no preço de combustíveis como o álcool e a gasolina – que em alguns estados ultrapassou o valor de R$ 7 por litro no início de outubro – impulsionou a procura pela conversão para gás natural veicular (GNV) em todo o Brasil.

De acordo com dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) – antigo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), nos nove primeiros meses deste ano, mais de 160 mil veículos foram convertidos para gás natural veicular, uma alta de 88,5% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando 86.518 veículos passaram pela conversão.

Vantagens do GNV

De acordo com Everton Pedroso, presidente da Federação Nacional da Inspeção Veicular – FENIVE, em recentes pesquisas feitas em postos de combustíveis em todo o Brasil, utilizando a base de dados dos Organismos de Inspeção, constatou-se que cerca de 40% dos veículos que abasteceram estavam irregulares.

“O GNV é a alternativa mais barata e que apresenta rendimento superior ao da gasolina e do etanol. Isso representa uma economia no bolso dos motoristas, pois o preço dos outros combustíveis subiu muito”, acrescenta.

Além de ser mais barato e menos poluente, o GNV também oferece maior autonomia ao automóvel. O gás natural veicular tem rendimento médio de 13,2 km/m³, enquanto a gasolina costuma render cerca de 10,7 km/l e o etanol 7,5 km/l, conforme uma simulação feita pela Fiat.

Outra vantagem é que alguns estados, como Rio de Janeiro, Paraná e Mato Grosso, oferecem descontos em tributos para os veículos movidos a gás natural veicular, como o Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores (IPVA).

Legislação específica

No entanto, a FENIVE alerta para o fato de que, apesar das vantagens e dos dados oficiais, a comercialização do GNV ainda precisa de um maior rigor nas legislações estaduais, como já acontece nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Goiás, que contam com legislações específicas tornado obrigatório ao motorista, a apresentação do Selo GNV para abastecer o veículo.

O objetivo desse tipo de fiscalização é evitar acidentes que possam colocar em risco a vida das pessoas, ressalta o presidente da FENIVE.

“É muito comum, quando ocorre uma explosão envolvendo um carro abastecido a GNV, verificar irregularidades na documentação do veículo. Ou a instalação do kit GNV era clandestina ou a inspeção veicular não estava sendo realizada com a frequência exigida pela legislação federal”, justifica.

Pedroso reforça ainda que apesar de não existirem números oficiais sobre a frota clandestina de GNV, em alguns estados brasileiros é possível estimar que os veículos circulando com esse tipo de combustível sejam o dobro do que se entende como números oficiais, tomando por base o volume de gás comercializado pelas distribuidoras estaduais e a média de consumo da frota circulante.

Obrigatoriedade do Selo de Segurança

Daniel Bassoli, diretor-executivo da FENIVE, explica que o selo GNV é um documento de porte obrigatório para o proprietário e para o condutor de um veículo movido a gás natural veicular, tendo que ser atualizado anualmente, após a aprovação na inspeção veicular obrigatória exigida para o licenciamento anual do veículo.

Ele detalha que, com a conversão para GNV, o veículo passa por um processo de alteração de suas características de fábrica, por isso, a necessidade de um novo CRV. Bassoli alerta, ainda, que, para que esse processo de conversão para gás natural veicular ocorra de forma adequada, o proprietário do veículo precisa estar atento a três questões: produtos certificados pelo INMETRO; oficinas registradas para a conversão e a verificação de segurança do veículo em um organismo de inspeção veicular acreditado pelo Instituto de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO).

“O selo GNV é uma forma de evitar a utilização de produtos sucateados, a execução do serviço por pessoas não habilitadas e ainda proporciona a rastreabilidade e a segurança ao proprietário do veículo”, orienta.

Objetivos do Selo:

• Comprovar que o sistema GNV foi instalado dentro das normas e regulamentos, é seguro e, ainda, que o veículo se encontra em perfeitas condições de segurança;

• Confirmação de que os componentes do sistema são certificados pelo INMETRO e que a oficina instaladora é registrada no INMETRO;

• Evitar o uso de cilindros com testes vencidos (mais de 5 anos) ou o reaproveitamento de
cilindros sucateados em instalações clandestinas;

• Evitar a instalação clandestina e ou a manipulação de sistemas GNV por pessoas não habilitadas.

Proposta de Padronização

Para solucionar o problema da frota irregular e evitar que a fiscalização no momento do abastecimento do GNV fique sob a responsabilidade de pessoas não habilitadas, a FENIVE apresentou à diretoria do INMETRO a proposta de desenvolvimento de um software através de um termo de cooperação técnica, que faz a vinculação do kit do GNV à documentação do veículo. Dessa forma, qualquer carro que esteja fora dos padrões de conformidade exigidos pela legislação fica impedido de abastecer com o gás natural veicular, restringindo sua circulação.

Bassoli explica que a FENIVE reapresentou a plataforma ao INMETRO durante um encontro em Brasília, no mês de outubro.

“A Federação, inclusive, se propôs a fazer a doação do sistema, sem custo algum para o INMETRO. O objetivo é promover a segurança no trânsito, facilitando o rastreamento desses veículos e impedindo a instalação e o abastecimento de carros que estejam equipados com cilindros comprometidos e que já deveriam ter sido descartados”, conclui.

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *