Médicos dão dicas para viagem de férias segura e saudável

A Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) alerta a população para o cuidado redobrado com a saúde do condutor, com as condições dos veículos e o respeito às regras de trânsito


Por Assessoria de Imprensa
Viagem de férias
Na viagem de férias, engajar a população para uma mobilidade segura e saudável é essencial para reduzir a incidência de sinistros e a morbimortalidade no trânsito. Foto: Agência Brasil

As férias escolares chegaram e o deslocamento viário aumentou nas diversas regiões brasileiras. Para fomentar uma mobilidade segura, a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) alerta a população para o cuidado redobrado com a saúde do condutor, com as condições dos veículos e o respeito às regras de trânsito. “Seja qual for o motivo da viagem, o principal objetivo é chegar ao destino e voltar, em segurança”, aponta Antonio Meira Júnior, presidente da entidade. 

Segundo ele, engajar a população para uma mobilidade segura e saudável é essencial para reduzir a incidência de sinistros e a morbimortalidade no trânsito.

“As boas férias podem começar no deslocamento. É muito importante que as pessoas se preparem para viajar da forma correta e tomem todos os cuidados antes, durante e depois”, comenta Antonio Meira Júnior, presidente da entidade. 

Os cuidados recomendados pela Abramet estão consolidados em diretrizes de conduta que orientam médicos do tráfego e profissionais do sistema de saúde, assim como a própria população. Tais documentos trazem recomendações importantes em torno do uso do cinto de segurança, transporte seguro de crianças e animais domésticos, sono de qualidade e cuidados com o consumo de bebidas alcóolicas e medicamentos.

Para proteger os pequenos

O uso de dispositivos de retenção veicular é a decisão mais acertada, e essencial, para transportar crianças em veículos automotores. Deve-se transportar crianças, sempre, no banco de trás e acomodadas em um dispositivo de segurança. Equipamentos como o bebê conforto, a cadeirinha e o assento de elevação foram criados para garantir que o público infantil se desloque com segurança e não devem ser negligenciados pelos responsáveis. 

Além disso, o uso desses mecanismos é obrigatório por lei para a condução de crianças até os 10 anos ou que não tenham atingido 1,45m de altura. A não utilização se considera infração gravíssima de trânsito. Estudos científicos apontam que crianças em uso de dispositivos de retenção apropriados têm alta redução nos índices de risco de morte e de sofrer ferimentos graves em caso de sinistros.

Para tirar o melhor proveito de tais equipamentos, pais e responsáveis devem se informar sobre os modelos disponíveis bem como verificar o mais adequado para suas crianças. Essa escolha deve obedecer a faixa etária das crianças e o uso deve atender as recomendações de fábrica para o uso e instalação. Um ponto que exige atenção é o uso do cinto de segurança. Este é um equipamento importante, mas que tem o momento correto para ser apropriado para o público infantil.

A Abramet alerta que o uso indevido e precoce do cinto de segurança pode trazer prejuízos às crianças. A faixa subabdominal posiciona-se sobre o abdome e a transversal atravessa o pescoço e a face, o que pode causar lesões graves, já que a criança não tem estatura adequada. Dessa forma, podendo ocorrer a chamada síndrome pediátrica do cinto de segurança. Assim, é importante identificar o equipamento de segurança correto para cada faixa etária e posicioná-lo adequadamente no banco traseiro do veículo.

Veja outras dicas para o transporte seguro de crianças:

“O uso do cinto de segurança por condutores e passageiros, para a redução dos efeitos mais graves dos sinistros, como óbitos e sequelas. Esse equipamento de segurança deve ser usado por todos os adultos, nos bancos dianteiros e traseiros, assim como pelo público infantil a partir dos 10 anos de idade ou que tenham atingido 1,45m de altura. No Brasil, usar o cinto de segurança é obrigatório”, lembra o diretor científico da Abramet, Flavio Emir Adura.

Estudos demonstram que o cinto de segurança é efetivo na redução do índice de vítimas fatais ou com lesões graves decorrentes dos sinistros automobilísticos. Quando utilizado de forma adequada reduz ferimentos dos quadris, de coluna vertebral, de cabeça, de tórax, assim como de abdome. Além disso, diminui o risco de perfuração do globo ocular.

Outros cuidados para a viagem de férias

A entidade também alerta o condutor em férias para evitar dirigir se consumir bebidas alcoólicas ou outras substâncias psicoativas. Os efeitos da bebida alcoólica na condução de veículos são diversos, podendo levar a sinistros de trânsito. Conforme a Abramet, a ingestão de bebida alcoólica em qualquer quantidade pode prejudicar a direção veicular e a segurança de trânsito. 

O mesmo cuidado se deve tomar quanto ao uso de medicamentos, cujos efeitos colaterais podem afetar diretamente a habilidade de dirigir dos usuários. A Abramet publicou diretriz inédita esclarecendo os efeitos do uso de remédios sobre o condutor. Assim, trazendo uma análise da literatura científica disponível com a comprovação da associação entre o uso de medicamentos e o desempenho na condução veicular e/ou sinistros automobilísticos, com foco predominantemente em ansiolíticos, sedativos, hipnóticos, antidepressivos, analgésicos opióides e anti-histamínicos;

A diretriz preparada pela entidade avalia um conjunto de medicamentos usados pela população assim como aponta os riscos associados à direção segura:

ANTIDEPRESSIVOSSonolência, hipotensão, tontura, diminuição do limiar convulsivo, prejuízo nas funções psicomotoras.
ANTI-HISTAMÍNICOSSedação, aumento tempo de reação e desempenho psicomotor prejudicado.
BENZODIAZEPÍNICOSQuase todos os domínios cognitivos do desempenho do condutor são afetados.
HIPNÓTICOS ZSedação, lapsos de atenção, erros de rastreamento, diminuição do estado de alerta, instabilidade corporal.
OPIÁCEOSSedação, diminuição do tempo de reação, reflexos e coordenação, déficit de atenção, miose e diminuição da visão periférica

“Remédios para dor, depressão, dormir, epilepsia, alergia, doenças dos olhos, emagrecer, gripe, entre outros podem prejudicar o motorista, causando tonturas, dificuldades de concentração, confusão, alucinações, convulsões, distúrbios visuais, bem como sonolência e sedação. É recomendado que o motorista pergunte ao seu médico se o medicamento receitado pode prejudicar a direção”, orienta José Montal, também diretor da Abramet.

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