Uma das regras de segurança no trânsito mais efetivas para evitar acidentes é o “ver e ser visto”. E, para isso, a luz -seja natural ou artificial- é um fator fundamental. No entanto é preciso estar atento, pois ela pode se tornar uma condição adversa se estiver em falta ou excesso.
O primeiro passo é o condutor saber exatamente para que serve cada uma das luzes do veículo, além de manter o sistema elétrico e de iluminação em perfeito estado de uso. “A luz é um fator de segurança e existem casos que a visibilidade depende completamente da luz emitida pelos faróis do veículo. E, com a visibilidade limitada ao alcance dos faróis, à potência das lâmpadas e à largura do facho, são necessários cuidados para se conduzi”, afirma Eliane Pietsak, especialista em trânsito e instrutora de cursos especializados.
Para isso, cada condição pede um tipo de iluminação e o condutor deve saber interpretá-las e escolher a iluminação correta. Além disso, é preciso observar algumas regras.
De acordo com a Resolução 970/22 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que dispõe sobre as características e especificações técnicas dos sistemas de sinalização e de iluminação, é vedado, por exemplo, a colocação de adesivos, pinturas, películas ou qualquer outro material que não seja original do fabricante nos dispositivos dos sistemas de iluminação ou sinalização de veículos.
Outra norma é que a substituição de lâmpadas originais dos sistemas de iluminação ou sinalização de veículos por outras de potência ou tecnologia diferentes, assim como a instalação de novos dispositivos, somente pode ocorrer se o uso dessas lâmpadas estiver previsto em manual ou literatura oficial do fabricante do veículo.
“Além de manter o sistema em condições perfeitas de uso, o condutor deve sempre reduzir a velocidade em situações de pouca visibilidade, aumentar a distância de segurança e, se possível, evitar trafegar à noite e de madrugada”, orienta Pietsak.
Sabendo disso tudo, para ver e ser visto corretamente, o Portal do Trânsito explica para que serve cada uma das luzes do veículo.
Luz baixa
É um facho de luz destinada a iluminar a via diante do veículo, sem ocasionar ofuscamento ou incômodo aos demais condutores e outros usuários da via que venham em sentido contrário.
Na prática, usa-se à noite, com chuva forte e em túneis. Seu uso durante o dia é obrigatório em rodovias de pista simples para veículos não equipados com luzes de rodagem diurna, e também para veículos de transporte coletivo, motocicletas, motonetas e ciclomotores.
Luz alta
É um facho de luz do veículo destinado a iluminar a via até uma grande distância do veículo, conforme CTB. Utiliza-se à noite em estradas sem iluminação.
“O condutor deve estar atento a mudar para a luz baixa sempre que encontrar outros veículos vindos em sentido contrário e mesmo à frente, para não causar o ofuscamento pelo retrovisor”, explica a especialista.
Lanternas de posição
Luzes que servem para indicar a presença e a largura do veículo. Devem ser usadas durante o dia, em caso de chuva ou neblina – embora seja recomendável o farol baixo ou de neblina. E, à noite, com o carro parado, no embarque e desembarque de passageiros ou em operações de carga e descarga.
Farol de Rodagem Diurna
É o facho de luz voltado para a frente do veículo, utilizado para torná-lo mais facilmente visível, quando em rodagem diurna.
Luz de ré
Luzes brancas que acendem automaticamente quando a marcha ré está engatada. É a luz do veículo destinada a iluminar atrás e advertir os demais usuários da via que o veículo está efetuando ou a ponto de efetuar uma manobra de marcha à ré.
“Sua função é clara, alertar os outros motoristas e pedestres que o carro está se movendo para trás. O fato de iluminar a traseira do veículo é muito útil à noite ou durante o estacionamento em garagens”, esclarece Pietsak.
Lanterna de freio
Como o próprio nome diz são aquelas que se utiliza para indicar aos demais usuários da via que se encontram atrás do veículo, que o condutor está utilizando os freios.
Pisca-pisca
É a luz do veículo destinada a indicar aos demais usuários da via que o condutor tem o propósito de mudar de direção para a direita ou para a esquerda. Apesar de seu uso ser óbvio, muitos condutores não a utilizam.
Conforme Pietsak, essa comunicação é muito importante.
“Ao saber das intenções de outros condutores, é possível prever ações e seguramente evitar freadas bruscas, pequenas colisões e até mesmo grandes acidentes”, descreve.
Lanterna de advertência (pisca-alerta):
Operação simultânea de todas as lanternas indicadoras de direção para mostrar que o veículo encontra-se imobilizado. Ou, ainda, temporariamente está em situação de emergência ou representa perigo especial aos demais usuários da via.
Farol de neblina
É a luz do veículo destinada a aumentar a iluminação da via em caso de neblina, chuva forte assim como em nuvens de pó. Em algumas circunstâncias, a iluminação principal é insuficiente bem como precisa de faróis adicionais para oferecer uma melhor visibilidade. Este é o caso do farol de neblina. Composto por um facho largo e colocado numa posição baixa, usa-se esse tipo de luz para iluminar a via por baixo da neblina.
É possível usá-lo sozinho ou em conjunto com o farol baixo e a luz alta. Não é obrigatório e, por isso, não equipa todos os veículos. O uso em outras situações pode acarretar multa ao condutor.