De janeiro a novembro de 2022, foram registrados 140 óbitos no trânsito de Fortaleza, capital do Ceará. O número representa uma redução de 19% em relação ao mesmo período do ano passado e, se comparado aos últimos 20 anos, de 58%. Os resultados evidenciam a eficácia das políticas públicas implementadas pela Prefeitura de Fortaleza na área.
De acordo com levantamento da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), foram contabilizadas 172 vítimas fatais entre janeiro e novembro no ano passado. Os motociclistas continuam sendo os mais vulneráveis no trânsito, correspondendo a 49% das mortes, seguido por pedestres (39%), ciclistas (6%) e ocupantes de automóveis (6%). Há 20 anos, os 11 primeiros meses registraram 333 mortes.
“A responsabilidade no trânsito é compartilhada entre todos que estão nas vias. Enquanto devemos fazer nossa parte enquanto Poder Público, é preciso que a população respeite as normas de circulação, especialmente neste fim de ano, momento de festas e confraternizações”, destaca Antônio Ferreira, superintendente da AMC.
Políticas integradas
As políticas públicas para reforçar a segurança viária refletem em ações integradas implementadas pela AMC nas áreas de engenharia, fiscalização preventiva e educação para o trânsito.
Algumas medidas são bastante conhecidas da população, como, por exemplo, a readequação da velocidade para 50 km/h em ruas e avenidas com alta taxa de acidentalidade no trânsito de Fortaleza. Diversos estudos, inclusive, já validaram essa medida. O último, apresentado em setembro, mostrou uma redução de 68,1% na média de acidentes com mortes em 16 vias. Há também outras intervenções como faixa de retenção para motocicletas, ampliação da malha cicloviária, travessias elevadas, extensão de calçadas, esquina segura, praças vivas e áreas de trânsito calmo.
Para incentivar a mudança de comportamento e induzir o respeito às normas de circulação entre todos que compartilham o trânsito, agentes da AMC atuam em todos os turnos nas ruas. Ou seja, tanto em ações educativas como de fiscalização preventiva. Só durante as operações Lei Seca, 15.945 condutores passaram pelo teste da alcoolemia de janeiro a novembro. Dentre eles, 824 se recusaram a se submeter ao etilômetro – o que indica consumo de álcool – e 77 deram positivo.
Ainda nas ruas, agentes distribuem material informativo bem como dialogam com condutores, pedestres e ciclistas sobre o respeito à legislação e os fatores de risco no trânsito. Também é feita a captação de usuários para os cursos de pilotagem segura para ciclistas e motociclistas, que prepara para enfrentar qualquer situação em vias.
Plano de Segurança Viária, Sistemas Seguros e Visão Zero
Neste ano, a cidade passou a contar com o Plano Municipal de Segurança no Trânsito, principal instrumento norteador da política de segurança viária. O plano que institucionaliza uma série de estratégias bem sucedidas ao longo dos últimos anos, tornou, por exemplo, Fortaleza a primeira capital do País a criar uma lei municipal sobre o tema.
A política tem como base a abordagem de Sistemas Seguros assim como do Visão Zero. Eles têm a premissa que nenhuma morte ou lesão grave no trânsito é aceitável, apesar de reconhecer que erros humanos são inevitáveis. No entanto, os sinistros podem ser menos severos a partir do planejamento urbano.