Entenda o que é distância de frenagem
Saiba também quais são as diferenças de distância de frenagem entre automóveis e como a atenção do motorista pode afetar a segurança ao dirigir.
Você sabe o que é uma distância de frenagem? De acordo com Wilson Parisotto, professor e coordenador dos cursos de Engenharia Mecânica e Produção do UniBrasil, a distância de frenagem corresponde ao espaço percorrido por um carro ou moto até o momento em que o veículo para completamente.
Segundo o professor, entender como a distância de frenagem funciona pode diminuir drasticamente o risco de colisões.
A velocidade do veículo, por exemplo, possui um efeito crítico na distância da frenagem. Ao dobrar a velocidade do veículo, por exemplo, a distância da frenagem quadruplica.
“Um sistema de frenagem em boas condições e tecnologias, como o ABS (sistema de frenagem anti-bloqueio), por exemplo, pode reduzir a distância de frenagem”, diz o professor.
Outros fatores que devem ser considerados são as condições climáticas. Parisotto aponta que estradas ou ruas molhadas, com óleo ou, ainda, com pedregulhos, areia ou cascalho podem exigir uma distância da frenagem maior, pois nesses cenários a aderência dos pneus fica comprometida.
“O tempo de reação do motorista antes de iniciar a frenagem também influencia a distância total para parar o veículo, embora isso tecnicamente seja parte da distância de parada (que inclui o tempo de reação mais a distância de frenagem)”, ressalta Parisotto.
Como acontece na prática?
Depende muito do tipo de sistema de freio utilizado, do peso e da sua distribuição no veículo.
“Em carros modernos, o ABS ajuda a manter o controle do veículo, evitando o bloqueio das rodas e permitindo uma frenagem mais eficiente, especialmente em condições adversas”, ressalta o professor.
Entretanto, no caso das motocicletas, além do tipo de sistema de frenagem, vale considerar a aderência dos pneus e a técnica de frenagem do motociclista.
“A frenagem em motos requer uma coordenação cuidadosa entre o freio dianteiro e traseiro para evitar derrapagens e manter a estabilidade do veículo. Motos modernas frequentemente vêm equipadas com ABS para ajudar a manter o controle durante uma frenagem brusca”, explica Parisotto.
De acordo com o professor, com um carro viajando a 80 km/h, por exemplo, em uma estrada em perfeitas condições, a distância de frenagem será de aproximadamente 40 metros.
“Se a mesma situação ocorre em uma estrada molhada, por exemplo, essa distância pode aumentar para cerca de 60 m. Em uma moto, a distância de frenagem a 80 km/h pode ser ligeiramente menor que a de um automóvel, devido ao menor peso. Porém, exige mais habilidade do piloto para evitar derrapagens e manter a estabilidade”, ressalta.
Diferença entre carro, ônibus e caminhão?
Cada veículo e situação pedem uma distância de frenagem específica. De acordo com o professor Wilson Parisotto, influências do peso, o tipo de sistema de frenagem, a distribuição de carga (entre outras características), influenciam na distância de frenagem.
Um automóvel, por exemplo, de forma geral é mais estável. Já motocicletas, motonetas e ciclomotores são veículos mais leves, o que pode resultar em uma distância de frenagem menor.
“A distribuição de peso em motos é diferente, com mais peso na parte dianteira durante a frenagem, o que pode ser vantajoso ou desvantajoso dependendo da técnica de frenagem utilizada”, destaca Parisotto.
No caso dos ônibus, o professor esclarece que, por serem consideravelmente mais pesados que carros ou motos, exigem uma distância de frenagem maior. Além disso, nesses veículos a eficácia também depende do estado geral de conservação. O peso total (com lotação total ou sem passageiros) também afeta distância de frenagem desses veículos.
Já caminhões, no geral, possuem um peso total maior que os demais veículos. Isso, somado à quantidade de eixos e à altura total do veículo (quando totalmente carregado) resulta em uma maior complexidade no momento de se calcular a distância de frenagem ideal.
“Caminhões também usam sistemas de freios a ar, que são robustos, mas requerem manutenção rigorosa para funcionar de maneira eficaz (…) caminhões também podem ter múltiplos eixos, que complicam a dinâmica de frenagem”, complementa Parisotto.
Quais são as comparações práticas médias de distância de frenagem?
Na comparação abaixo, Parisotto lista a distância de frenagem ideal para cada veículo, considerando condições ideais:
- Moto a 80 km/h: a distância de frenagem pode ser em torno de 30 m a 40 m em condições ideais.
- Carro a 80 km/h: a distância de frenagem é geralmente em torno de 40 m a 50 m em condições ideais.
- Ônibus a 80 km/h: a distância de frenagem pode ser superior a 60 m, devido ao peso e à distribuição de carga.
- Caminhão a 80 km/h: a distância de frenagem pode facilmente ultrapassar 80 m, especialmente se o caminhão estiver carregado.
Atenção
De acordo com Parisotto, a atenção do motorista é crucial. “Esse fator é comumente dividido em dois componentes principais: o tempo de reação e a distância de parada”, destaca.
Segundo o professor, a reação é o intervalo entre um momento da necessidade de parar e o momento para aplicar os freios. Diversos fatores podem alterar esse tempo. Se o condutor estiver cansado ou distraído, por exemplo, provavelmente terá um tempo mais longo de reação.
Iluminação, visibilidade e condições climáticas também podem afetar o tempo de reação.
“No caso de distrações, como o uso de celular, conversas com passageiros ou outras distrações aumentam o tempo de reação. Nesse último quesito, a distração pelo uso do celular no trânsito tem sido uma das maiores causas de acidentes no trânsito”, aponta Parisotto.
De acordo com o professor, a distância de parada é a soma da distância percorrida durante o tempo de reação e da distância da frenagem. Confira o cálculo abaixo:
Distância de Reação = Velocidade × Tempo de Reação
Exemplo: a 80 km/h, um tempo de reação de 1,5 s resultaria em uma distância de reação de aproximadamente 33 m
(80 km/h = 22 m/s => 22 m/s × 1,5 s ≈ 33 m)
A qualidade dos pneus também influencia
A qualidade e a durabilidade dos pneus são fatores críticos e podem afetar diretamente a eficiência da frenagem de um veículo.
“Para garantir uma melhor eficiência de frenagem, é essencial manter os pneus em boas condições através de inspeções regulares e manutenção adequada. Por exemplo, a verificação dos pneus, inspeção da banda de rodagem, alinhamento e balanceamento. E, por fim, o rodízio de pneus”, finaliza Parisotto.
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*Matéria produzida pela Accio Comunicação