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21 de novembro de 2024

Deputados pedem redução dos limites de velocidade em vias urbanas


Por Agência de Notícias Publicado 05/05/2022 às 11h15 Atualizado 08/11/2022 às 21h11
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De acordo com a União dos Ciclistas do Brasil, a redução dos limites de velocidade em vias urbanas pode diminuir em 50% as mortes no trânsito.

Participantes de reunião da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro da Câmara dos Deputados pediram ontem (03/04) a redução dos limites de velocidade em vias urbanas. Atualmente, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) fixa a velocidade, em vias sem sinalização regulamentar, da seguinte forma:

  • 80 km/h nas vias de trânsito rápido:
  • 60 km/h nas vias arteriais;
  • 40 km/h nas vias coletoras;
  • 30 km/h nas vias locais.

Esse é um dos objetivos do programa “Vias Seguras”, lançado pela União dos Ciclistas do Brasil (UCB), para levantar dados e propor soluções de mobilidade urbana para melhorar o convívio de pedestres, pessoas com mobilidade reduzida e ciclistas. A iniciativa foi apresentada aos deputados.


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A diretora da UCB Ana Carboni defendeu que se altere o limite atual para 60 km/h em vias de trânsito rápido. Além disso, a velocidade em vias rurais passe a ser de até 30 km/h. “Existem boas práticas nesse sentido no Brasil. Por exemplo, Fortaleza, que atingiu a meta da ONU, e o Rio de Janeiro, que também está readequando a velocidade das vias”, explicou.

A capital cearense, frisou Carboni, reduziu em 50,3% o número de mortes no trânsito na última década.

Segundo ela, o alto limite de velocidade está relacionado com o aumento da morte de ciclistas no trânsito durante o período da pandemia. Carboni informou que o atropelamento e a morte de ciclistas no país aumentaram 30% de 2019 para 2020, e mais 30% de 2020 para 2021.

Custo político

Apesar de ser uma medida de alto custo político, o analista do instituto de pesquisa WRI Brasil Bruno Rizzon disse que é possível aprovar a redução da velocidade nas vias urbanas. Ou seja, isso se for baseada em pesquisas e no exemplo de iniciativas exitosas em mobilidade urbana.

“A gente está querendo salvar vidas ou a velocidade? Com os compromissos que o País está tomando, estamos indo na direção correta. Os estudos apresentados também ajudam a direcionar a segurança viária com a devida precaução, para que nossas cidades sejam mais seguras”, sustentou.

O deputado Hugo Leal (PSD-RJ) disse que as alterações devem ser feitas com justificativa à população. “Quando você fala em redução da velocidade a população tem uma certa irritação. Vai muito de como se passa a informação, é preciso haver esclarecimentos técnicos sobre o que causa um impacto em uma determinada velocidade”, disse.

Ambos, Hugo Leal e Rizzon, observaram que o Brasil já conta com legislação que permite revisar os limites de velocidade de acordo com o entorno das vias. Bem como, adaptá-los às indicações de organizações internacionais, como é o caso do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans).

Mobilidade ativa

A deputada Christiane de Souza Yared (PP-PR) disse que é muito difícil conhecer os desafios enfrentados pelo ciclista sem nunca ter usado esse modal para se locomover. “Ninguém pertence a uma causa que não conheça. Não se tem mudança de comportamento, se não se pertence àquilo”, sustentou.

Nesse sentido, a deputada destacou um programa em Curitiba pelo qual motoristas de ônibus experimentaram usar a bicicleta e se submeteram a situações pelas quais passa o ciclista. Conforme Yared, a capital do Paraná conseguiu reduzir em 41% as mortes no trânsito na última década.

Em defesa do uso de modais em que a pessoa é responsável pelo seu próprio deslocamento, a presidente da UCB, Ruth Costa, informou que 80% dos espaços viários das cidades são dedicados a automóveis que são usados por apenas 30% das pessoas. “Isso gera inúmeros impactos negativos, entre eles o tempo de viagem, os problemas de saúde e a emissão de poluentes”, disse.

Ela destacou que a Lei da Política Nacional da Mobilidade Urbana atribui aos municípios a competência de elaborar programa que privilegie a mobilidade ativa, bem como o transporte coletivo,  em alternativa à dependência aos automóveis.

A pesquisadora do instituto Multiplicidade Mobilidade Urbana Gláucia Pereira também defendeu a ênfase na modalidade ativa como medida para reduzir a mortalidade no trânsito. “Descobrimos que 53,7% das mortes que envolvem motocicletas envolvem também automóveis. Além disso, mais de 48,5% de pedestres e ciclistas são mortos em acidentes com automóveis”, disse, citando dados de São Paulo.

As informações são da Agência Câmara de Notícias

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