O Portal do Trânsito & Mobilidade está apresentando uma série especial chamada “Reconstrução Rio Grande do Sul” onde o produtor Joel Dewes conta histórias, desafios e revela soluções que a própria população encontrou para recriar caminhos e reconectar cidades após a tragédia climática que acometeu o estado em maio de 2024. Nesta segunda reportagem, mostraremos um compilado de depoimentos que comprovam que a união do povo gaúcho foi fundamental nesse processo de reconstrução do Rio Grande do Sul. Assista acima!
Direito de ir e vir e união pelo Rio Grande do Sul
De acordo com os moradores, se houve algo de positivo diante da catástrofe climática vivenciada no Rio Grande do Sul foi a união do povo gaúcho. Esse pacto entre poder público, empresas privadas e a população permitiu o encontro de soluções para garantir o simples direito constitucional de ir e vir. Isso porque enxurradas e deslizamentos destruíram, em muitas cidades, todas as pontes e vias.
“Nunca passamos por nada parecido. Para se ter uma ideia, temos dez pontes ainda para serem reconstruídas e as estradas do interior também estão em situação precária”, conta Germano Stevens, prefeito do município de Imigrante.
O direito de ir e vir parece algo simples, mas quando uma região inteira fica isolada percebe-se o risco que o simples fato de não poder se locomover pode causar à economia e à saúde. “O fator principal que fez a gente mobilizar todo esse time, esforço e dinheiro, sem dúvida alguma, foi o impacto de as pessoas estarem vivendo sem as pontes, sem essas conexões de caminhos”, explica Roberto Lucchese, empresário da região.
Em Caxias do Sul, outro exemplo de superação e junção de esforços. Um bairro inteiro da cidade teve todos os seus acessos destruídos pela força das águas. Diante da situação, uma família local teve a ideia de unir todos os moradores e agricultores que tinham tratores e máquinas e iniciou uma ação de reconstrução do trecho da BR-116 que havia sido levado pela enchente. “Essa solução paliativa trouxe muitos benefícios, principalmente para quem trabalha aqui e para as crianças terem acesso às escolas”, disse Leocir Guiotto, morador local.
Em todos esses casos percebe-se o esforço descomunal de todos, na tentativa de devolver o mínimo de normalidade aos gaúchos.
Contextualização
A tragédia climática que abateu o Rio Grande do Sul entre o final de abril e o início de maio de 2024 causou prejuízos incalculáveis. Além das vidas perdidas, o que não tem preço, os percursos para a reconstrução do estado ainda são tortuosos e complexos. Não se sabe se a vida, um dia, voltará a ser como era antes. O Brasil inteiro, comovido, se uniu para tentar ajudar, ou pelo menos amenizar, todo o desastre causado pelas chuvas. Agora, porém, restam histórias e muitos caminhos a serem reconstruídos.