Pesquisa aponta que índice de acidentes de trajeto é 67% maior em empresas que não realizam ações educativas
Esse resultado mostra que, efetivamente, campanhas de educação e sensibilização funcionam e evitam acidentes de trajeto. Veja outros dados da pesquisa.
O Sesi Paraná, em parceria com o Centro Internacional de Formação de Autoridades e Líderes (CIFAL Curitiba) e o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), apresentou, na última semana os resultados do estudo “A Caminho do Trabalho: uma pesquisa sobre acidentes de trajeto no setor industrial do Paraná”.
Durante nove meses, gestores de 215 empresas (64% delas de médio ou grande porte e 35% micro ou pequenas), localizadas em 60 municípios do Paraná, responderam a um questionário abordando os modos de transporte utilizados na companhia, uso de empresa terceirizada de transporte, números e características das vítimas e dias de afastamento relacionados a acidentes de trajeto ocorridos com os colaboradores. Também foram avaliadas, por exemplo, informações sobre políticas das empresas e eventual realização de campanhas de sensibilização.
Perfil
Os resultados mostram que os jovens, homens, entre 20 e 29 anos, estão entre as principais vítimas dos acidentes de trajeto. Além disso, os trabalhadores que utilizam moto se acidentam três vezes mais do que quem vai de carro e 30 vezes mais do que quem utiliza ônibus. “É importante destacar também a alta incidência de acidentes envolvendo ciclistas, que assim como a moto é um veículo considerado vulnerável em relação aos outros tipos de veículos”, apontou o professor Dr. Jorge Tiago Bastos, do Departamento de Transportes da Universidade Federal do Paraná, que apresentou a pesquisa em Webinar promovido pelo Sistema Fiep.
Campanhas de sensibilização
Outro ponto que chamou a atenção é que o índice de acidentes de trajeto é 67% maior em empresas que não realizam ações de sensibilização.
“Esse é um resultado importantíssimo porque, em outras palavras, traz justamente a efetividade e importância da realização dessas ações nas empresas”, destacou Bastos.
Soluções para os problemas
Além do levantamento de dados, a pesquisa apontou soluções para os problemas encontrados. Entre eles estão:
- Realização de campanhas de sensibilização, principalmente com foco, em colaboradores mais jovens, do sexo masculino e com menos tempo de empresa.
- Suporte e orientação para micro, bem como pequenas empresas no desenvolvimento de ações de sensibilização.
- Incentivo à oferta de sistema de transporte coletivo por ônibus.
- Incentivo ao uso do transporte público.
- Ações de sensibilização voltadas para motociclistas e ciclistas
- Facilitação do acesso à vestimenta retrorreflexiva para ciclistas e motociclistas.
- Estímulo ao uso de adesivos retrorreflexivos nas motocicletas, bicicletas e capacetes.
- Incentivo ao acesso de capacetes aos ciclistas.
- Realização de iniciativas de orientação às empresas para o registro de informações sobre acidentes.
- Alternância entre jornadas presencial e remota para os casos em que não há prejuízo laboral.
Carlos Valter Martins Pedro, presidente do Sistema Fiep, falou, no mesmo Webinar, sobre a importância da pesquisa e salientou que o Sesi tem como principal pilar a segurança e a saúde do trabalhador e, dentro dessa questão, estão os acidentes de trabalho e de trajeto.
“O primeiro ponto e mais importante da prevenção é a vida, bem como a integridade física do trabalhador. Nesse sentido, o que pudermos fazer para contribuir é muito importante”, completou, enfatizando que prejuízos pessoais e familiares precisam ser evitados.