O Brasil aumentou sua rede de ciclovias em 4% em 2023

São Paulo lidera com 689,1 km, seguido de perto por Brasília e o Rio de Janeiro.


Por Agência de Conteúdo
ciclovias no Brasil
Curitiba está entre as capitais com as maiores redes de ciclovias e ciclofaixas no Brasil. Foto: Luiz Costa/SMCS

Atualmente, o uso da bicicleta ganhou relevância significativa na consciência coletiva de vários países, tornando-se uma opção de mobilidade sustentável e amigável ao meio ambiente. Essa mudança de paradigma não foi impulsionada apenas pela necessidade de reduzir a poluição atmosférica, mas também pelos vários benefícios que ela traz para a saúde e o bem-estar geral da sociedade.

No Brasil, a tendência de uso da bicicleta tem aumentado, embora ainda esteja em um estágio de consolidação. De acordo com dados fornecidos pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), 7% dos brasileiros preferem a bicicleta como meio de transporte.

Esse indicador aponta para a necessidade de se continuar trabalhando na promoção da mobilidade por bicicleta e na implementação de infraestrutura adequada para incentivar seu uso.

A expansão das redes cicloviárias nos grandes centros urbanos tem muitas vantagens, mas, apesar dos benefícios óbvios, é preocupante notar que o crescimento da rede de ciclovias não está atendendo plenamente às demandas atuais.

No último ano, o aumento da extensão de ciclovias e ciclofaixas nas capitais brasileiras foi de 4%, passando de 4.196 km em 2022 para 4.365 km em 2023, um aumento de 169 km em apenas um ano.

A pesquisa foi realizada pela Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas). A entidade entrou em contato com todas as prefeituras das capitais brasileiras por meio da Lei de Acesso à Informação.

A pesquisa abrangeu o período de junho de 2022 a junho de 2023. Ele projetou que cada uma das capitais do país encerraria o ano passado com uma média de 161,7 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas.

É fundamental observar que os dados abrangem exclusivamente estruturas segregadas e exclusivas para bicicletas. Por esse motivo, as rotas para ciclistas e outras infraestruturas compartilhadas com veículos motorizados não estão incluídas no total de 4.365 km considerados.

“A construção de mais ciclovias e ciclofaixas é um ponto fundamental para incentivar a mobilidade e mostra o interesse dos municípios em oferecer soluções para o deslocamento urbano. Proporcionar segurança e um local adequado para o uso das bicicletas pode trazer enormes mudanças positivas para o cotidiano das pessoas e das cidades, contribuindo em diversos aspectos. Que essa tendência de crescimento continue e avance em todos os municípios brasileiros”, disse o vice-presidente da Aliança Bike, André Ribeiro.

No estudo, foram realizadas entrevistas com todas as administrações municipais das 26 capitais estaduais, assim como com o Distrito Federal. Entre as cidades que tiveram o maior crescimento na implantação de quilômetros, a que apresentou o maior progresso em termos percentuais foi Palmas, no Tocantins, com um impressionante aumento de 39,8%. Em seguida, Maceió, em Alagoas, com 27%, e Brasília, no Distrito Federal, com um aumento de 20,8%.

Ao comparar o volume de ciclovias e ciclofaixas com a população residente, Florianópolis, em Santa Catarina, se destaca com 22,96 km a cada 100.000 habitantes. Em seguida, vem Brasília, com 21,79 km a cada 100.000 habitantes, e Palmas, no Tocantins, com 20,48 km.

Além disso, entre as capitais com as maiores redes de ciclovias e ciclofaixas, refletindo um compromisso significativo com a mobilidade sustentável, São Paulo lidera a lista com uma extensa rede de 689,1 km. Está seguida de perto por Brasília, com 636,89 km.

Outras cidades que se destacam nesse aspecto são o Rio de Janeiro (487 km), Fortaleza (419,2 km), Salvador (306,64 km) e Curitiba (245,7 km). Além de Recife (174,3 km), Florianópolis (131,86 km), Belém (116,5 km) e Belo Horizonte (105,78 km).

Vale ressaltar que 2023 representou o segundo ano consecutivo em que a Aliança Bike realizou um censo sobre esse tema. O objetivo dessa iniciativa é estabelecer uma série histórica que sirva como um sólido banco de dados para acompanhar a evolução da infraestrutura cicloviária no Brasil.

Panorama em São Paulo

O Centro de Estudos da Metrópole (CEM) da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo apresentou o estudo ” Priorizar o transporte ativo por bicicletas!”. Ele forneceu um instrumental de análise do planejamento ligado ao sistema cicloviário dessa cidade. Nesse relatório, a situação atual foi comparada com projeções para o futuro, todas sob a perspectiva das desigualdades.

Nesse contexto, constatou-se que, embora o sistema cicloviário de São Paulo tenha como objetivo reduzir as desigualdades de mobilidade, a cidade não as mede nem monitora.

O estudo do CEM identificou vários fatores que reforçam as disparidades na cidade. Como, por exemplo, a restrição do compartilhamento de bicicletas e a concentração de ciclovias e ciclofaixas nas áreas centrais, caracterizadas por sua maior riqueza e densidade de carros. A escassa infraestrutura nas áreas periféricas tende a ser desconectada da rede principal. E, em áreas com baixas taxas de veículos, a ausência dessas faixas exclusivas é notável.

No entanto, deve-se observar que, de acordo com a mesma pesquisa da CET, o uso do modo de transporte teve um aumento de 14% nos dois primeiros meses de 2023. Isso, em comparação com o ano anterior. Essa pesquisa aconteceu na cidade de São Paulo.

Além disso, em 2022, houve a venda de 3,77 milhões de bicicletas, de acordo com a Aliança Bike. Com uma redução de 3,9% no preço médio ao consumidor dos modelos elétricos em relação a 2021, as bicicletas a bateria também tiveram um crescimento notável. Isso ocorreu impulsionado também pela acessibilidade financeira por meio de empréstimos pessoais.

Vale mencionar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 14.729 no ano passado. Dessa forma, marcando um passo crucial para promover o uso de bicicletas como meio de transporte.

Essa medida não apenas fornece incentivos adicionais, mas também estimula a participação ativa da comunidade na implementação de infraestrutura para o uso da bicicleta. Dessa forma, ressalta a importância e a transformação positiva necessária para a mobilidade no Brasil.

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