Empresas de transporte por aplicativo enviam proposta para regulamentar remuneração mínima a entregadores e motoristas

Documento prevê uma proposta para definição de remuneração para motoristas e entregadores que trabalham em transporte por aplicativo.


Por Pauline Machado
Motorista de transporte por aplicativo remuneração
As plataformas propuseram remuneração aos motoristas de transporte por aplicativo, com valor mínimo por hora trabalhada de R$15,60. Foto: Depositphotos

As maiores empresas brasileiras de entrega e transporte por aplicativo apresentaram no início da segunda quinzena de agosto documento entregue ao governo e representantes de trabalhadores do setor durante reunião do Grupo de Trabalho, no Ministério do Trabalho, que debate a regulação dos aplicativos, uma proposta para definição de remuneração mínima para motoristas e entregadores que trabalham em transporte por aplicativo.

A proposta foi concebida e entregue pela Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia – Amobitec, que reúne as empresas iFood, Uber, Lalamove, 99 e Amazon, entre outras.

As plataformas propuseram aos motoristas de app, o valor mínimo por hora trabalhada de R$15,60. Para os entregadores, este valor alteraria de acordo com o modal usado pelo trabalhador. Já no caso das bicicletas, o valor mínimo seria de R$ 6,54, enquanto para carros R$ 10,86 e para motos, R$ 10,20, enviados juntos com  os devidos documentos e respectivos cálculos e condições do pagamento mínimo.

Por hora, o valor apresentado pelas plataformas para remuneração é maior que o do salário mínimo, de R$ 6 por hora. Isso é o equivalente a R$ 1.320 mensal, que considera os custos dos trabalhadores, com veículo e telefonia móvel. No entanto,  as empresas sugerem algumas condições para que o trabalhador receba o valor proposto.

Como justificativa, as plataformas consideram que o ganho mínimo deve deve acontecer com base no que chamam de hora efetivamente e comprovadamente trabalhada. Ou seja: o cálculo não leva em consideração o tempo em que o entregador e motorista está conectado ao aplicativo. Leva apenas o tempo em que está efetivamente em uma corrida ou entrega, contando do período em que aceitou a solicitação.

Progresso das negociações

Apesar de concordarem com os fatores apresentados pelas empresas para chegar ao cálculo de remuneração mínima, parte dos trabalhadores envolvidos no Grupo contestam o valor final apresentado.

Edgar Francisco da Silva, presidente da Associação dos Motofretistas de Aplicativos e Autônomos do Brasil – AMABR e um dos fundadores da Aliança Nacional dos Entregadores por Aplicativos – ANEA, considera o formato interessante. No entanto, os valores, não, e, portanto, uma proposta insuficiente.

Até a próxima reunião do Comitê, empresas e trabalhadores concordaram em realizar encontros bilaterais para apresentarem pontos de consenso. Enquanto, o objetivo do governo é, até setembro, enviar um projeto de lei aos parlamentares com a proposta de regulação.

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