Governo lança Política Nacional de Transição Energética
A PNTE promoverá a articulação e coordenação da transição energética no Brasil.
Alguns podem não entender, e nem ter ouvido falar, mas em breve o termo transição energética estará mais próximo da população. Isso porque esse é um assunto atual que provavelmente delineará muitos aspectos do nosso futuro e terá um impacto muito forte na mobilidade urbana.
Nesse sentido, ontem (26/08) aconteceu o lançamento oficial da Política Nacional de Transição Energética (PNTE). Esse é um programa do Governo Federal que tem como objetivo impulsionar a chamada economia verde. O Governo estima que o Brasil pode receber R$ 2 trilhões em investimentos.
De acordo com a Agência.gov, a PNTE promoverá a articulação e coordenação da transição energética no Brasil, criando sinergia entre as políticas governamentais, como a Política Nacional de Mudança do Clima e o Plano de Transformação Ecológica, de forma a fortalecer a nova economia global com geração de emprego e renda no país, promovendo uma transição justa e inclusiva.
“O Brasil vai protagonizar, no mundo, a nova economia, a economia verde. Energia eólica, solar, hídrica, nuclear, biomassa, biodiesel, etanol, diesel verde, captura e estocagem de carbono, combustível sustentável de aviação, hidrogênio verde. É o renascimento da indústria do Brasil em bases sustentáveis. É agregação de valor ao produto brasileiro produzido com energia limpa e renovável. É a oportunidade de impulsionar o uso do nosso conteúdo local”, enfatizou Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia.
O que é matriz energética e o que ela tem a ver com o futuro da mobilidade
A matriz energética é um elemento central na discussão sobre o futuro da mobilidade, especialmente diante dos desafios ambientais e da busca por soluções sustentáveis. Uma das certezas que temos hoje é que a transição para fontes de energia mais limpas e renováveis é crucial para reduzir as emissões de gases poluentes, gases de efeito estufa e mitigar os impactos das mudanças climáticas.
Atualmente, a matriz energética global ainda é dominada por combustíveis fósseis, como petróleo, carvão e gás natural. No entanto, há uma crescente conscientização sobre os seus efeitos negativos, como a poluição do ar e as emissões de CO2, que contribuem para o aquecimento global. Como resultado, governos, empresas e consumidores estão buscando alternativas mais sustentáveis.
De início se pensava que uma das principais tendências no futuro da mobilidade seria a eletrificação dos veículos. Isso porque a eletrificação do transporte prometia, e ainda promete, reduzir significativamente a dependência de combustíveis fósseis e as emissões de gases poluentes.
Especialistas, porém, já começam a apontar que os veículos elétricos talvez não sejam tão sustentáveis assim, como se pensava. Esse fato se dá porque a produção das baterias dos carros elétricos também gera impactos ambientais negativos, como a extração de metais raros e o descarte dos resíduos. A Agência Internacional de Energia (AIE), por exemplo, estimou que a demanda por lítio, cobalto e níquel pode aumentar até 20 vezes até 2030 por causa dos veículos elétricos, o que pode levar à escassez desses recursos e à exploração de áreas sensíveis. Nesse sentido, os carros híbridos abastecidos com combustíveis renováveis já são apontados como uma opção mais ecológica e econômica do que os puramente elétricos.
Pelo que dá para perceber, a transição para uma matriz energética mais limpa e o desenvolvimento de novas tecnologias ainda enfrentará desafios significativos. E, para superá-los com o objetivo de alcançar uma mobilidade mais sustentável, será necessária uma abordagem integrada que envolverá governos, empresas, cientistas e toda sociedade civil. Isso inclui políticas de incentivo, investimentos em pesquisa e desenvolvimento, parcerias público-privadas e educação pública sobre os benefícios dessa transição.