A implantação da ônibus elétricos na Rede Integrada de Transporte faz parte das iniciativas de Curitiba de liquidar as emissões de CO2 até 2050.
O maior evento latino-americano de mobilidade, realizado recentemente em São Paulo recebeu os presidentes do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Luiz Fernando Jamur, e da Urbanização de Curitiba S/A, Ogeny Maia Neto, acompanhados de equipes técnicas. O objetivo foi consolidar a estratégia de implantação de ônibus elétricos em ampla escala na capital paranaense.
Na ocasião, os executivos se reuniram com representantes da Mercedes, conheceram as linhas de produção dos motores e chassis e a plataforma onde serão montados os veículos elétricos, como parte de uma parceria entre a Mercedes e a Eletra. Além disso, visitaram as instalações da fábrica em São Bernardo do Campo.
Tiveram, ainda, a oportunidade de acompanhar um test-drive dos veículos Mercedes/Eletra e conhecerem os modelos de ônibus elétricos das empresas Marcopolo, BYD, Caio, Iveco e o chassis elétrico da Volvo.
Rede Integrada de Transporte
Em Curitiba, a base do Programa de Mobilidade Sustentável está na inserção de ônibus elétricos. Estes, por sua vez, tem como âncora os projetos de evolução do transporte curitibano, focando em duas específicas linhas de ônibus da cidade. O projeto tem financiamentos externos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do New Development Bank (NDB), respectivamente.
A implantação da eletromobilidade na RIT integra as iniciativas de Curitiba de liquidar as emissões de CO2 até 2050. Nesse sentido, a estratégia faz parte do Plano de Ação Climática (PlanClima), incluindo as ações globais de sustentabilidade.
“Estamos trabalhando intensamente para a introdução dos ônibus elétricos em Curitiba. Através de estudos, conversas com fornecedores assim como operadores traremos para a cidade a escolha mais adequada às características da nossa Rede Integrada de Transporte (RIT)”, ressalta Ogeny Maia Neto, presidente da Urbs.
Ônibus elétricos devem representar 10% da frota
Os veículos elétricos devem representar, dentro de dois anos, 10% da frota de ônibus de Curitiba. A perspectiva é que na primeira etapa do projeto, sejam adquiridos 134 veículos elétricos no período. “É o início da transição para a eletromobilidade, com emissão zero de ruído e CO2. Além disso, os veículos, do tipo Ligeirão, aquele com menos pontos de parada, trarão ainda outros ganhos para o usuário. Como, por exemplo, a redução do tempo de deslocamento”, acrescenta Maia Neto.
Atualmente, apenas 4% da frota de ônibus da cidade funciona com energia limpa ou de baixa emissão. No médio prazo, até 2030, 33% da frota deverá operar com emissão zero; alcançando 100% até 2050.
De acordo com ele, o alto custo de aquisição dos ônibus elétricos, bem como das baterias, que representam 50% do valor do veículo são alguns dos desafios da Prefeitura. Para viabilizar a substituição gradual dos veículos a diesel para os elétricos, por exemplo, também será necessário montar uma infraestrutura eficiente. Ou seja, com pontos de recarga e ampliação da rede de energia.
“Esses projetos representam um marco para a cidade. Não apenas no aspecto ambiental e tecnológico, mas também vão influenciar o modelo de negócio do próximo edital de concessão do transporte coletivo, em 2025”, finaliza o executivo.