Saiba o que é uma cidade-jardim e a influência no urbanismo
Cidade-jardim é um conceito urbanístico que busca integrar áreas urbanas e espaços verdes harmoniosamente!
Foto: Rafael Silva / Prefeitura de Maringá.
Você já ouviu falar em cidade-jardim? Oriundo do século 19, o termo foi concebido pelo pré-urbanista inglês Ebenezer Howard, autor do livro “Garden Cities of Tomorrow” (Cidades-jardins de Amanhã). A teoria da “cidade-jardim” propõe a fusão dos benefícios dos ambientes rural e urbano no planejamento de uma cidade, com o objetivo de estabelecer centros urbanos mais harmoniosos, saudáveis e agradáveis.
No final do século 19, antes da publicação do livro e da formulação da teoria, as cidades europeias enfrentavam problemas como poluição e desigualdades sociais. A obra, publicada em 1898, marcou o começo do movimento das cidades-jardim no início do século 20.
No Brasil um exemplo disso é a cidade de Maringá, que foi colonizada pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná (CMNP), de origem inglesa. Ela também foi responsável por fundar 63 cidades e patrimônios, entre elas as cidades-jardim de Umuarama, Londrina e Cianorte.
Maringá atualmente possui uma árvore para cada quatro moradores – média de 55,0 m² de área verde por habitante, de acordo com o município.
A saber: a cidade possui um total de 1,8 milhão de metros quadrados de áreas verdes, em 21 reservas, sendo 14 parques públicos, segundo a Prefeitura de Maringá.
É perceptível o planejamento de cidade-jardim em Maringá, desde áreas residenciais, comerciais, até industriais.
De acordo com o site da prefeitura, os primeiros bairros foram: Zona 1 (região comercial), Zona 2 (residencial, próxima ao centro), Zona 3 (antiga Vila Operária), Zonas 4 e 5 (residenciais), Zona 7 (próxima da Universidade Estadual de Maringá – UEM).
Cidade-jardim Maringá, o planejamento e a cidade-universitária
A cidade-jardim Maringá também é terra de variadas universidades e faculdades, com alunos oriundos de várias regiões ao norte do Paraná. Natural de Barbosa Ferraz, Marcela Lima é uma delas. A fisioterapeuta residiu na cidade por cinco anos e relembrou o tempo necessário para chegar se à universidade.
“A cidade é linda, limpa e organizada. Claramente nota-se que foi planejada. No entanto, os horários (de ônibus) não eram bons. Quando saía da faculdade, ficava 40 minutos esperando no terminal,” recorda.
Natural de Umuarama, o coordenador de projetos sociais Marcos Costa residiu em Maringá por 10 anos e pondera alguns pontos a respeito do planejamento da cidade. “O problema de Maringá é que é uma cidade planejada para ricos, né? Muito bem planejada pra quem pode pagar, porque é uma cidade bem cara e elitista, digamos assim”, afirma.
Ao finalizar a entrevista, Marcos alerta que o poder público precisa acompanhar o crescimento populacional de Maringá.
“A cidade tem recebido muitas pessoas de fora e é necessário seguir esse aumento da população. Sobretudo, o poder público precisa estar preparado para atender esse crescimento,” ressalta.
Investimentos e o futuro da mobilidade em Maringá
Foto: Mileny Melo / Prefeitura de Maringá.
De acordo com a nota enviada ao Portal do Trânsito, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Maringá desenvolveu o primeiro Plano de Mobilidade Urbana (PlaMob). O documento prevê, a propósito, 153 ações divididas em eixos, entre eles: pedestre, ciclista, transporte de passageiros, logística, espaço e circulação.
A nota também menciona investimentos na manutenção e ampliação de ciclovias. A infraestrutura para bicicletas deverá chegar a 50km, de acordo com a previsão da prefeitura. Atualmente, esse número é de 43,8 km.
Quais são outras cidades planejadas e cidades-jardins?
Outras cidades na Inglaterra também seguiram o conceito de cidade-jardim, de Ebenezer Howard: Letchworth Garden City e Welwyn Garden City. Goiânia (GO) e Palmas (TO) também foram planejadas por meio da teoria cidade-jardim.
No Brasil, da mesma forma, há outras cidades que foram planejadas. É o caso de Brasília (DF), por exemplo, criada pelo urbanista Lúcio Costa e arquiteto Oscar Niemeyer. Igualmente, Salvador (BA) teve projeção do arquiteto Luís Dias para ser, além da capital federal, uma cidade-fortaleza.
Por fim, outras cidades planejadas, em épocas e teorias diferentes: Aracaju (SE), Teresina (PI), Belo Horizonte (MG) e Boa Vista (RR).