Mão inglesa ou Mão francesa, afinal qual a diferença?
Independentemente se a via segue a "mão francesa" ou a "mão inglesa" o ponto aqui é seguir o sistema de trânsito implementado no local onde você está dirigindo ou pilotando
Em primeiro lugar, no Brasil o sistema de trânsito utiliza a mão francesa como oficial. Ou seja, nós dirigimos pelo lado direito da via e fazemos as ultrapassagens pelo lado esquerdo.
Entretanto, países como Reino Unido, Japão e Austrália, utilizam o sistema de mão inglesa. Com isso, eles têm o volante do lado direto do veículo e trafegam pelo lado esquerdo da via.
Mas além disso, há mais alguma diferença entre os sistemas de trânsito de mão francesa e mão inglesa?
O que é mão inglesa e mão francesa?
A origem desses termos é curiosa! Antigamente, na Inglaterra medieval, a maioria dos cavaleiros eram destros. Ou seja, era mais fácil e seguro montar a cavalo do lado esquerdo da estrada.
Com isso, a mão direita ficava livre para segurar espadas ou lanças.
Porém, mesmo com o decorrer do tempo, essa tradição permaneceu. É por isso que ainda hoje a Inglaterra e alguns outros países que herdaram esse costume dirigem e pilotam seguindo a “mão inglesa”.
Por outro lado, durante a Revolução Francesa, Napoleão Bonaparte ordenou que se guiassem os à direita. Isso porque ele era canhoto e seus cocheiros, que conduziam os cavalos em suas carruagens, deveriam cruzar com ele do lado “certo”. Isso acabou dando origem a “mão francesa”.
Pode-se usar mão inglesa no Brasil?
De acordo com o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), é proibido o registro de licenciamento de veículos com o volante de direção no lado direito. Isso porque dirigir no nosso sistema (mão francesa) utilizando um veículo com direção na direita tornaria, por exemplo, praticamente impossível fazer uma ultrapassagem em via de mão dupla com segurança.
Outra situação, bem diferente, é dirigir na mão inglesa, com veículos com volante do lado direito. Ou seja, para nós, brasileiros, dirigir na “mão inglesa” é o oposto do que estamos acostumados, tanto na questão de perspectiva das vias, como na posição de alguns comandos, como o câmbio, por exemplo, que é invertida. Como nosso cérebro já se acostumou a seguir esse padrão, é perigoso dirigir pela “mão inglesa” sem se preparar adequadamente para isso. Ao viajar para países que utilizam a mão inglesa, as pessoas que precisam dirigir acabam se adaptando, após algum tempo de prática.
Além disso, a legislação e a sinalização de trânsito brasileira, composta por placas, sinais e luzes, são pensadas e aplicadas para que os motoristas sigam pelo lado direito da pista.
Permite-se dirigir pelo lado esquerdo, somente em vias de mão única, pois em vias de mão dupla corresponde a dirigir na contramão de direção, só admissível em ultrapassagens e em trechos onde se permite essa manobra.
No entanto, percebemos em algumas cidades brasileiras, vias específicas onde o sentido de tráfego acontece em mão inglesa. Isso acontece como alternativa para facilitar a fluidez do trânsito em determinadas situações. Especialistas alertam que nesses casos é possível adotar a mão inglesa, mas com precauções.
Conforme Fabrício Medeiros, especialista em sinalização de trânsito e ex-secretário de Ordem e Mobilidade Urbana (SMOMU) de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, a legislação só cita sobre a mão inglesa em dois casos:
- quando fala da utilização do sinal R-5b (proibido retornar à direita) em vias onde a mão inglesa é feita na pista oposta, mas separada por canteiro central;
- quando fala da infração do Art. 206, I no MBFT em retornar à direita em locais sinalizados com o sinal R-5b ou linha contínua amarela, simples ou dupla, onde há a mão inglesa.
“Portanto, a legislação, até o momento, não diz como deve ser sinalizada, mas intrinsecamente entende sua existência”, conclui.
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