15 de abril: data celebra o ciclista e chama atenção para desafios urbanos
Além de reconhecer a importância dos ciclistas, a data também convida à reflexão sobre os desafios enfrentados por quem pedala nas cidades brasileiras.

Hoje, 15 de abril, é celebrado o Dia Mundial do Ciclista, uma data que homenageia todos aqueles que escolhem a bicicleta como meio de transporte, esporte ou estilo de vida. Além de reconhecer a importância dos ciclistas, a data também convida à reflexão sobre os desafios enfrentados por quem pedala nas cidades brasileiras.
Avanços e desafios da mobilidade urbana
Nos últimos anos, o uso da bicicleta tem ganhado destaque como alternativa sustentável e eficiente de mobilidade urbana. Segundo pesquisa realizada pela Transporte Ativo e LABMOB/UFRJ, em 2021, 73,6% dos ciclistas pedalam mais de cinco dias por semana, com deslocamentos médios de 30 minutos. A faixa etária predominante é de 25 a 34 anos, representando 36,4% dos usuários. A pesquisa entrevistou 10.767 ciclistas em 25 cidades brasileiras.
Apesar desse avanço, os ciclistas ainda enfrentam desafios significativos, como a falta de infraestrutura adequada e a insegurança no trânsito. De acordo com a mesma pesquisa, 78,7% dos entrevistados apontaram esses fatores como os principais obstáculos para o uso da bicicleta no dia a dia.
A bicicleta e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
A bicicleta é reconhecida como um meio de transporte sustentável, acessível e benéfico para a saúde. Em 15 de março de 2022, a Assembleia Geral da ONU adotou uma resolução sobre a integração do ciclismo nos sistemas de transporte público, enfatizando que a bicicleta contribui para o crescimento econômico, redução das desigualdades e combate às mudanças climáticas.
Cidades que incentivam o uso da bicicleta
Curitiba é uma das cidades que têm se destacado por suas iniciativas em prol da ciclomobilidade. Desde 2017, o município expandiu sua malha cicloviária em 75,2 km, totalizando 283,7 km de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas. O Plano Cicloviário de Curitiba prevê alcançar 400 km até 2025
Outras capitais com destaque na infraestrutura cicloviária:
São Paulo (SP)
- Possui a maior malha cicloviária do país, com 710,9 km de ciclovias e ciclofaixas.
- Apesar de sua extensa rede, a cidade ocupa a 18ª posição no ranking de malha cicloviária por habitante, com 5,9 km por 100 mil habitantes.
Brasília (DF)
- Conta com 551,5 km de infraestrutura cicloviária.
- Destaca-se com 19,58 km de ciclovias por 100 mil habitantes, refletindo um compromisso com a mobilidade sustentável.
Fortaleza (CE)
- Apresenta 443,1 km de ciclovias e ciclofaixas.
- A cidade tem investido continuamente na expansão da infraestrutura cicloviária, promovendo a mobilidade ativa.
Rio de Janeiro (RJ)
- Possui 316,56 km de ciclovias e ciclofaixas.
- A cidade tem buscado integrar a bicicleta ao seu sistema de transporte, incentivando o uso desse meio sustentável.
Salvador (BA)
- Conta com 308,59 km de infraestrutura cicloviária.
- A capital baiana tem implementado políticas para ampliar e melhorar as condições para os ciclistas.
Palmas (TO)
- Destaque no crescimento percentual da malha cicloviária, com um aumento de 35,7% entre 2023 e 2024.
- Lidera o ranking nacional de ciclovias por habitante, com 30,73 km por 100 mil habitantes.
Florianópolis (SC)
- Apresenta 142,32 km de ciclovias e ciclofaixas.
- É a segunda capital com maior proporção de infraestrutura cicloviária por habitante, com 26,49 km por 100 mil habitantes.
Goiânia (GO)
- Registrou o maior crescimento percentual entre 2023 e 2024, com um aumento de 66% na malha cicloviária, passando de 47 km para 78,2 km.
Reflexão sobre o 15 de abril e o ciclista
O Dia Mundial do Ciclista é uma oportunidade para celebrar os avanços na promoção do uso da bicicleta e refletir sobre os desafios que ainda precisam ser superados. Com investimentos em infraestrutura e políticas públicas, é possível tornar as cidades mais seguras e acessíveis para todos os ciclistas.
Infelizmente o CONTRAN pensa que “resolveu” todas as questões relacionadas aos ciclistas publicando o Manual Volume VIII – Sinalização Cicloviária, que aborda somente questões de sinalização. ERRADO! Projetar ciclovias é muito mais que isso. Envolve a determinação das geometrias ciclovias (largura da ciclovia, raios de curva dos meios fios das ciclovias, dimensão da sarjeta, inclinação transversal da ciclovia, rampas das ciclovias, raios gerais de curvatura das ciclovias, etc), pavimentação (tipos de pavimento, rugosidade, camadas de assentamento, padrão de cores de pavimento e uniformidade). Então, resumir tudo em tinta, tachão e placa é desprezar o projeto cicloviário.