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Oportunidade ou ameaça: app de instrutores oferece treinamento para habilitados


Por Mariana Czerwonka Publicado 08/07/2019 às 03h00 Atualizado 08/11/2022 às 22h01
 Tempo de leitura estimado: 00:00
Uber dos instrutoresA grande dúvida é se o aplicativo veio para acabar com o emprego dos instrutores. Foto: Pixabay.com

Um aplicativo, no estilo Uber (só que com instrutores cadastrados), que se propõe a ensinar condutores habilitados a dirigir com segurança e habilidade: é isso que o 77 Drive está apostando com sua plataforma, lançada há pouco tempo no mercado.

Muitos instrutores estão se perguntando se essa é uma ameaça ou uma oportunidade de trabalho, afinal qualquer instrutor pode se cadastrar, assim como qualquer pessoa pode se cadastrar como motorista do Uber.

É preciso deixar claro que esse treinamento só poderá ser realizado por pessoas já habilitadas. A legislação brasileira não permite que candidatos em processo de primeira habilitação aprendam a dirigir fora de um Centro de Formação de Condutores (CFCs).

O aplicativo começou em São Paulo, depois se expandirá para o Sudeste e para o restante do País.

Em entrevista à Marcia Pontes, no canal Superação do Medo de Dirigir, Francisco Soares, um dos idealizadores do projeto, defendeu que o aplicativo veio para modernizar a forma como se contrata aulas de direção. “Em contrapartida queremos melhorar a forma com se ensina e como se aprende a dirigir. Queremos padronizar o comportamento dos condutores”, afirmou Soares na entrevista à Márcia Pontes.

Como foi dito anteriormente, o aplicativo é destinado a pessoas que já tem a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

“É para aquela pessoa que infelizmente não teve tempo hábil para aprender na autoescola ou fez tudo e a autoescola não atendeu da melhor forma possível. A gente sabe que o tempo é curto, não dá para aprender muita coisa”, explicou o representante do App.

A grande dúvida é se o aplicativo veio para acabar com o emprego dos instrutores. De acordo com Soares, o aplicativo oferece justamente o contrário. “O aplicativo tem como objetivo melhorar as condições de ensino para os instrutores e para os alunos. Além de tornar possível que os instrutores aumentem a sua renda mensal ou semanal. Viemos para agregar, não acabar”, disse Soares em resposta a Márcia Pontes.

Para se cadastrar no aplicativo há algumas exigências. Para completar o cadastro, o aplicativo pedirá alguns documentos indispensáveis que deverão ser enviados para os administradores, como forma de validar o cadastro. Dentre esses documentos está a CNH – de acordo com os organizadores, mesmo com pontos na CNH será possível o cadastro- a credencial do instrutor junto ao Detran, além de dados do veículo.  O veículo que será utilizado pelo instrutor deve estar em dia com a documentação e em boas condições, e ser, no mínimo, do ano de 2008.

Os instrutores, assim como os motoristas do Uber, também serão avaliados no aplicativo.

“Estaremos sempre monitorando e aqueles instrutores que não seguirem a risca os critérios de segurança levando a melhor aula e os melhores conceitos de segurança para o aluno, terão suas aulas invalidadas tanto pelo aluno quanto por nós do aplicativo”, respondeu Soares.

O que pensam os instrutores

Fabrício Medeiros, instrutor de trânsito de Santa Catarina, acha a ideia interessante. “Atingirá um público que, muitas vezes, acha dispendioso procurar um CFC para treinar, ou tem vergonha de ser visto num carro de autoescola. Também há aqueles que nem sabem que os CFCs oferecem esse serviço ou não conhecem os autônomos, conhecidos como “Treinamento para Habilitados”. Isso irá ajudar muito a essas pessoas”, afirma.

Para Medeiros, o aplicativo não afetará o trabalho do instrutor no CFC.

“Não trará grande impacto, visto que a legislação não permite para Primeira Habilitação. Além disso, percebo ser pouco o volume de treinamento para habilitados. Na verdade creio até que trará um bom aumento de ganhos para a classe”, acredita o instrutor.

Existe apenas uma preocupação sobre o fato do instrutor cadastrado poder ter pontos na CNH. “Particularmente ter pontuação não desabona o instrutor frente ao aluno, pois provavelmente não terá acesso a este dado, porém deve-se constatar se não é um infrator contumaz”, diz o instrutor.

Para Anna Maria Garcia Prediger, que é instrutora de trânsito e também dá aula para habilitados no Paraná, a ideia também parece ser interessante. “Acho que se for como uma plataforma, que tem bons profissionais e tem como ter uma segurança e realizar avaliações, é interessante sim”, conclui a instrutora.

Já a instrutora Carla Clara, do Rio de Janeiro, vê a iniciativa com preocupação.

“Acho arriscado. Na minha opinião, é mais seguro procurar as empresas que hoje são autorizadas pelo Detran a dar aula, que no caso são as autoescolas”, argumenta.

A entrevista completa, com detalhes do aplicativo, divulgada pela especialista Márcia Pontes, você encontra aqui.

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