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Idosos estão cada vez mais em risco no trânsito


Por Mariana Czerwonka Publicado 29/05/2015 às 03h00 Atualizado 08/11/2022 às 22h51
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Idosos em risco Estatísticas mais recentes mostram que acidentes envolvendo pessoas com mais de 65 anos têm aumentado assustadoramente, principalmente nas grandes cidades. “A população brasileira está vivendo, na média, 11 anos a mais do que vivia há três décadas. Essa é uma ótima notícia, mas que vem acompanhada de grandes desafios, e um deles é adaptar o trânsito a essa nova realidade”, explica Elaine Sizilo, pedagoga e especialista em trânsito.

Nos próximos oito anos, a parcela de idosos na população brasileira passará dos atuais 11% para 14,6%. Já em 2040, os indivíduos com 60 anos ou mais de idade representarão mais de 27% dos brasileiros. Em termos absolutos, o número de habitantes nessa faixa etária deixará o patamar atual de cerca de 21 milhões de pessoas, para beirar os 30 milhões em 2020, chegando a ultrapassar a marca dos 55 milhões de indivíduos em menos de três décadas, segundo o IPEA.

De acordo com a Seguradora Líder, que administra o DPVAT, nos últimos cinco anos, as ocorrências de acidentes envolvendo idosos tiveram um crescimento de 33%. Embora a quantidade de óbitos seja menor que a quantidade de casos de invalidez permanente, no período analisado os casos de morte cresceram 40%, contra 28% de invalidez.

Ainda de acordo com os mesmos dados, em 2012, acidentes com automóveis representaram 50% das ocorrências indenizadas envolvendo idosos, sendo que, 63% destas indenizações foram por atropelamentos.

“O processo natural do envelhecimento afeta a visão, a audição, o apetite, o sono, o equilíbrio, enfraquece a musculatura e os ossos. Isso afeta bastante a capacidade cognitiva do idoso, capacidade essa, que é fundamental no trânsito”, explica Sizilo.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Ortopedia a Traumatologia (SBOT), o cenário é mais grave ainda, pois a recuperação de um acidente depois dos 60 anos é mais lenta, requer mais cuidados e, em muitos casos, piora a saúde do idoso, devido a complicações que ocorrem quando a pessoa precisa permanecer na cama, imobilizada, deitada de costas, durante muito tempo .

Segundo Sizilo, se nada for feito em relação a isso, a tendência é a situação piorar. “Para qualquer pessoa idosa é muito importante manter a sua participação ativa na sociedade, movimentando-se livremente como um pedestre ou como motorista. A independência e autonomia que o trânsito oferece são indispensáveis para manter a sua qualidade de vida”, diz a especialista.

Em Curitiba, por exemplo, alguns semáforos de pedestres já foram adaptados pensando nesse novo desafio. A nova tecnologia permite aumentar o tempo de abertura dos semáforos para pedestres  mediante o uso do cartão transporte de idoso ou do cartão de pessoa com deficiência. Os equipamentos serão instalados em 31 pontos da cidade.

Perfil do pedestre idoso

Segundo pesquisa realizada pela Direção Geral de Tráfego (DGT), da Espanha, os idosos têm o seu aspecto mais vulnerável quando circulam como pedestres. E alguns dos principais problemas enfrentados por eles nesta situação são distinguir a cor das luzes e perceber a velocidade efetiva dos veículos na via, além da distração, presente, com mais frequência, nos idosos acima de 70 anos.

De acordo com a pesquisa os pedestres idosos enfrentam um conjunto de obstáculos nas ruas. Dentre eles estão o excesso de velocidade do veículo, a condução imprudente e, em muitos casos, o curto espaço de tempo do semáforo para pedestre.

Dicas de segurança

Segundo Elaine Sizilo, algumas dicas são muito importantes para reduzir os riscos e garantir a segurança dos pedestres idosos.  São elas:

– Para atravessar a rua, esperar sempre o sinal de pedestre ficar verde ou nos locais sem semáforo, pedir ajuda para outra pessoa.

– Nunca parar no meio do cruzamento e atravessar em linha reta.

– Ao andar na calçada, preferir ficar longe do meio-fio, para evitar que uma tontura ou tropeço leve o idoso a cair na via, perto dos carros.

– Evitar carregar peso.

– Usar sapatos adequados e ter muito cuidado com buracos, troncos de árvores ou locais acidentados, que podem causar uma queda;

– Ao sair de um veículo, escolher o lado da calçada para desembarcar.

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