A fiscalização eletrônica é, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma importante ferramenta de controle de velocidade nas cidades. E, ainda conforme a OMS, o controle de velocidade é essencial para a segurança no trânsito. Para contribuir com essa afirmativa, a tecnologia dos novos radares está cada vez mais precisa e eficaz monitorando outras infrações, além do excesso de velocidade, e aperfeiçoando medidas para coibir o famoso “jeitinho” para fugir das multas. Uma dessas medidas é a fiscalização pelo cálculo da velocidade média. Os novos radares implementados na maioria do país já possibilitam a fiscalização pela velocidade média, no entanto, os condutores ainda não podem ser autuados pois não existe regulamentação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) para que isso ocorra.
Esse tipo de fiscalização, porém, pode estar perto de acontecer no Brasil.
Pelo menos é o que afirmou Fernando Oliveira, superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Paraná, que participou da Live Portal Convida recentemente. Ele disse que há estudos que preveem a implementação e regulamentação desse tipo de fiscalização eletrônica no Brasil.
“Existe uma tendência de o motorista respeitar a sinalização somente quando sabe que está sendo fiscalizado, seja presencialmente por uma viatura policial ou pelo radar fixo. Quando esse motorista percebe que não há fiscalização, ou que ela é falha, os abusos costumam acontecer com maior frequência”, garante.
O superintendente explica porque é fundamental que seja aprovada no Brasil a fiscalização de velocidade por média. “Hoje o motorista reduz a velocidade apenas quando passa num posto policial ou por uma viatura da PRF. Ou ainda, quando passa por um radar fixo. Acompanhamos muitos casos de acidentes que ocorrem um quilômetro após o radar, pois o motorista voltou a acelerar. Como é algo inviável colocar radar a cada quilômetro de rodovia, é fundamental termos uma regulação da fiscalização por média ao longo de um trecho. Assim, o motorista saberá que se ele passar muito rápido naquele trecho, independente do ponto exato onde ele acelerou mais do que devia, ele poderá ser autuado”, reforça.
Como calcular a velocidade média
Conforme Celso Mariano, especialista em trânsito, o cálculo é simples. Ao passar pelo ponto A, um radar identifica a placa do veículo e calcula o tempo que ele levou para percorrer até o radar do ponto B, que também identifica essa placa. Sabendo-se da distância em quilômetros entre esses dois pontos e o tempo que o veículo levou para percorrer esse trajeto, sabe-se, por consequência, a velocidade média de condução entre os pontos A e B.
Ainda de acordo com o especialista, já se utiliza essa tecnologia na França, por exemplo, desde 2017, conforme o site oficial do governo francês. (antai.gouv.fr ).
“Lá essa tecnologia vem sendo utilizada com sucesso e, segundo a Agencia Nacional de Tratamento Automatizado de Velocidade da França, esses radares estão instalados em trechos de curvas perigosas, entradas e saídas de túnel, trechos com alto índice de acidentes e em trechos com muita entrada e saída de veículos”, conclui.
Veja a reportagem completa do Portal do Trânsito sobre os novos radares que flagram a velocidade média!