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16 de setembro de 2024

Os perigos de fumar dentro do carro

Mais do que uma infração de trânsito, o uso do cigarro é uma conduta muito prejudicial à saúde.


Por Thabita Yuri Publicado 03/09/2024 às 15h00
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Fumar dentro do carro
Fumar dentro do carro é uma atitude de risco em vários sentidos. Foto: thodonal para Depositphotos

Mexer no celular ao volante é um tema que sempre está em debate e é comprovado que a distração com o aparelho pode resultar em sinistros graves de trânsito. Mas quando o assunto é distração ao volante, podemos citar outros elementos, além do smartphone, que dispersam a atenção do condutor. Como, por exemplo, trocar fazer um lanche e também fumar enquanto dirige.

Qualquer uma dessas atividades é considerada uma infração quando lemos o artigo 252 do Código de Trânsito Brasileiro, onde diz:

Capítulo XV – DAS INFRAÇÕES

Art. 252 Dirigir o veículo: […] V – com apenas uma das mãos, exceto quando deva fazer sinais regulamentares de braço, mudar a marcha do veículo, ou acionar equipamentos e acessórios do veículo; […]”

Mesmo que seja uma atitude comum do dia a dia, acender um cigarro enquanto dirige reduz a segurança na via, pois a distração para manusear o objeto reduz o tempo de reação, caso ocorra uma situação de emergência. O valor da multa é de R$ 130,16 e se considera uma infração média.

Outra situação que vemos bastante no trânsito é o descarte inapropriado das bitucas de cigarro na via, que segundo o artigo 172 do Código de Trânsito Brasileiro, também é considerada uma infração média:

“Capítulo XV – DAS INFRAÇÕES

Art. 172 Atirar do veículo ou abandonar na via objetos ou substâncias;

Mais do que uma infração de trânsito, o uso do cigarro é uma conduta muito prejudicial à saúde.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o tabagismo está relacionado a vários tipos de câncer, inclusive com cerca de 90% das mortes por câncer de pulmão. No mundo, o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas anualmente, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Cigarro no carro

É fácil reconhecer veículos onde se faz uso do cigarro. Isso porque o teto se torna amarelado com o tempo. Essa parte, porém, ainda é possível resolver com produtos de limpeza, mas o maior perigo é invisível aos olhos. Segundo o médico pneumologista, Ciro Kirchenchtejn, os resquícios do cigarro permanecem no ambiente mesmo após apagado e sem fumaça.

“O cigarro tem entre cinco e sete mil substâncias químicas. Entre elas, oitenta que causam câncer e o monóxido de carbono. Quem fuma inala estas substâncias e se arrisca a desenvolver as doenças mais letais do mundo ocidental, e o mesmo pode acontecer com os fumantes passivos“ salienta o doutor.

A fumaça do cigarro é altamente contaminante e o médico explica com um exemplo. “Mesmo que se use a substância em uma sala e as crianças da casa já tivessem ido dormir em outro cômodo, no dia seguinte, caso fossem submetidas a um exame de urina, seria possível detectar nicotina nas amostras”, explica.

Ou seja, a fuligem do cigarro fica em tapetes, no chão, até mesmo na própria pele. Esse vício é conhecido por desenvolver asma, bronquiolite, meningite, dores de cabeça e até mesmo, em casos de longo prazo, o próprio câncer de pulmão.

Vape

Além da infração de trânsito e dos perigos à saúde, o ato de fumar dentro de ambientes fechados, como o carro, é um possível causador de incêndios. E todo esse alerta não é apenas para o cigarro comum. Os “famosos” cigarros eletrônicos também devem receber uma atenção quando falamos sobre utilizar em ambientes fechados.

Nos últimos anos, o aparelho entrou na moda e ganhou espaço, principalmente entre jovens e adolescentes. O Vape, como é conhecido, não precisa de fogo e, além disso, é saborizado. E por muito tempo vendeu-se a ideia de que seria uma alternativa menos nociva à saúde do que os outros cigarros. No entanto, isso não é verdade.

Conforme uma pesquisa publicada na revista Drug and Alcohol Dependence, os fumantes que utilizam o cigarro eletrônico dentro do carro por ser mais prático, na verdade estão se intoxicando cerca de 22 vezes mais do que fumar o aparelho em ambiente aberto. As toxinas microscópicas, identificadas como material particulado (PM2,5), são liberadas e inaladas mais uma vez pelo consumidor.

“Como o material particulado gerado pelo uso do vape está correlacionado com substâncias tóxicas nocivas produzidas pelo uso do dispositivo, aqueles que andam em veículos enquanto fumam estão expostos a altas concentrações de produtos químicos tóxicos gerados pelos cigarros eletrônicos”

Uma vez dentro do organismo, a toxina penetra nos pulmões. Além disso, irrita todo o sistema respiratório, o que pode causar ou agravar diversas doenças já citadas no artigo, além de dificultar a respiração. O ideal de toda essa situação seria abandonar o vício, seja de cigarros comuns ou eletrônicos. Ou, pelo menos, que isso ocorra apenas em ambientes abertos, evitando maiores riscos e até mesmo preservando a saúde das pessoas que convivem com você.

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