Uso de celular ao volante cresce no RS e infrações ultrapassam 89 mil em 2024
O número deste tipo de infração aumentou 2,09% em 2024 em relação a 2023.

O uso de celular ao volante continua sendo uma das infrações mais registradas no trânsito do Rio Grande do Sul. De acordo com análise da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego do RS (ABRAMET(/RS), em cima dos últimos dados do Departamento Estadual de Trânsito do RS (Detran(/RS), até dezembro de 2024, contabilizou-se 89.513 mil infrações relacionadas ao uso do celular enquanto se dirige. O número deste tipo de infração aumentou 2,09% em 2024 em relação a 2023, quando foram registradas 87.679 mil infrações.
O uso de celular na direção é a terceira causa de sinistros (acidentes) de trânsito no Brasil. Está atrás apenas do excesso de velocidade e uso de álcool na direção veicular. Atender chamadas, enviar mensagens de texto ou de áudio pelos aplicativos e navegar nas redes sociais aumentam significativamente os riscos de sinistros.
De acordo com o presidente da ABRAMET/ RS e especialista em Medicina do Tráfego, Ricardo Hegele, mais de 90% dos acidentes de trânsito têm como causa o fator humano. Ou seja, não ocorrem por acaso.
“Ao verificar o celular, o condutor se distrai e o risco na direção aumenta em 400% se o motorista estiver digitando. Mesmo uma pequena olhadinha na tela pode ter consequências fatais”, diz o médico, e acrescenta, que “a distração pode ocorrer durante o manuseio do celular para digitar, quando o motorista tira a mão do volante, sendo que as duas mãos deveriam estar segurando a direção. Pode ocorrer também pelo abalo emocional que o teor da conversa pode trazer (notícia/informação inesperada, grave e pelo denominado efeito ‘pós chamada’, em que a nossa capacidade cognitiva permanece com foco na informação recebida mesmo após o término da comunicação ou leitura de mensagem. Essas situações podem distrair o motorista e, também, aumentar o seu tempo de reação e capacidade decisória”, explica Hegele.
Hegele ainda informa que para se ter uma ideia da gravidade, a situação é comparável ao perigo de dirigir sob o efeito do álcool. “O motorista não consegue manter a trajetória delimitada ao responder ou ler uma mensagem, ele perde a visão central e o controle do veículo. “Durante a digitação ou recebimento de uma mensagem de celular vai haver uma redução da velocidade daquele veículo, aumento do tempo de frenagem, no caso de uma emergência, aumentando o risco, além da possibilidade de desvio lateral do veículo, podendo invadir a pista contrária. O risco é grave, celular e direção não combinam definitivamente”.
Estudos também apontam que as reações dos motoristas ficam até 35% mais lentas enquanto leem ou escrevem mensagens de texto.
Texto de Marcele Saffi – Assessoria de Imprensa ABRAMET/RS