Tempo gasto no trânsito aumenta mais para mulheres
De acordo com levantamento do Ipea, o tempo médio de viagem entre casa e o local de trabalho subiu aproximadamente 10% entre as mulheres, contra 3% entre os homens
Problemas cada vez mais graves nos centros urbanos, como o aumento do tempo gasto no trânsito, têm afetado mais as mulheres do que os homens nos últimos anos. De acordo com levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), entre 2008 e 2009, o tempo médio de viagem entre casa e o local de trabalho subiu aproximadamente 10% entre as mulheres, contra apenas 3% entre os homens.
Esse cenário se deve em grande medida à inserção das mulheres no mercado de trabalho, fruto por sua vez da criação de emprego e de políticas setoriais voltadas para as mulheres.
Porém, embora o aumento tenha sido maior para as mulheres, essa variação representou uma aproximação do tempo gasto pelos homens. No início dos anos 1990, os homens gastavam cerca de três minutos (8,6%) a mais do que as mulheres em suas viagens diárias entre casa e trabalho. No entanto, esta diferença entre os sexos diminuiu significativamente nas últimas décadas, chegando a quarenta segundos (1,7%) entre 2008 e 2009.
O Ipea considera que também colaboraram para essa mudança um conjunto de alterações sociodemográficas, como a redução das taxas de fecundidade, as mudanças na composição familiar, com aumento do número de domicílios chefiados por mulheres e com menor número de crianças, e o significativo aumento do nível educacional.
Por renda
Apesar da média geral de tempo gasto no trânsito ser praticamente o mesmo para homens e mulheres, o Ipea observou que ainda persistem diferenças maiores quando consideradas faixas de renda muito altas ou muito baixas.
Segundo avaliação do instituto, “entre as possíveis razões para a persistência desta desigualdade nos extremos de renda pode estar a maneira como as famílias de diferentes classes sociais lidam com a distribuição do trabalho e das responsabilidades domésticas entre homens e mulheres, além das diferenças em termos de posse de veículo e nível salarial”.
Fonte: DCI