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15 de novembro de 2024

Mortes de motoqueiros em SP se compara a situações de guerra


Por Talita Inaba Publicado 20/12/2012 às 02h00 Atualizado 08/11/2022 às 23h54
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Sábado passado passei a manhã no pronto socorro da Santa Casa, em São Paulo, e algo me chamou a atenção. No curto período que estive lá, três jovens deram entrada no hospital por conta de acidente de moto. Fiquei pensando que, durante a semana, a situação deve ser ainda pior. Recentemente, no entanto, tivemos uma boa notícia sobre esse assunto. Pela primeira vez desde 2008, o número de mortes de motociclistas no trânsito de São Paulo diminuiu, passando de 395 mortes entre janeiro e setembro de 2011 para 331 no mesmo período deste ano, uma queda de 16,2%.

Apesar disso, ainda morre um motoqueiro por dia no trânsito de São Paulo! Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) a diminuição no número de mortes foi resultado da política de redução da velocidade máxima permitida nas vias da cidade. Grandes avenidas como a 23 de Maio e até mesmo as marginais dos rios Pinheiros e Tietê passaram a ter velocidade máxima de 60 km/h. Outro motivo seria o aumento da fiscalização, que procura coibir a imprudência dos motociclistas. Uma das medidas adotadas para isso foi a adoção de radares exclusivos para flagrar motos em alta velocidade. Na tentativa de investir na capacitação e conscientização dos pilotos de motos, a prefeitura de São Paulo inaugurou esta semana a “escolinha de motociclistas”, oficialmente chamada Centro Educacional Paulistano (Cepam), na Vila Carrão.

A ideia é que a escola atenda 20 mil pessoas por ano, em cursos de pilotagem segura, de motofrete, entre outros. A notícia da redução do número de mortes é boa – mas a questão da inserção das motos no trânsito das cidades está longe de ser resolvida com estas medidas. A frota de motos vem crescendo no país inteiro, tendo quadruplicado nos últimos dez anos, passando de 4 para 16 milhões. Hoje, em quase metade das cidades brasileiras, as motocicletas representam a maior parte dos veículos. Com a facilidade de crédito, em várias cidades, como São Paulo, é mais barato comprar e manter uma moto do que pagar a tarifa do transporte público. Segundo dados da CET, de 2005 até setembro de 2012, a frota de motocicletas da cidade passou de 494.928 unidades para 957.034, um aumento de 48,28%. E a frota de carros também cresce em ritmo exponencial. A competição entre motos, carros, ciclistas e pedestres nas vias da cidade se dá num verdadeiro cenário de guerra onde, certamente, pedestres, motoqueiros e ciclistas são as maiores vítimas – porque estão mais expostos e vulneráveis. Mas, como em qualquer guerra, essa situação atinge a todos.

Fonte: Yahoo Notícias

1 comentário

  • Luiz Antonio De Bortoli
    08/03/2023 às 11:17

    Ações educativas são sempre positivas e, certamente, contribuirão com a melhoria da segurança. Mas, indiscutivelmente, as ações fiscalizadoras são eficazes e rapidamente diminuiriam em muito o número dos desastres com motociclistas. Basta observar o comportamento de grande parte deles para perceber que muitos têm de ser retirados das ruas, seja pela apreensão de motos irregulares, seja pelo flagrante de falta de CNH. A autoridade de trânsito mostra-se omissa.

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