Um mapeamento feito pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) auxiliará nas ações de trânsito do Governo do Distrito Federal (GDF) e na conscientização dos motoristas do DF. O documento aponta as principais regiões com ocorrências de acidentes no ano de 2022 e as causas determinantes dos sinistros. Manobras indevidas e interceptação – a famosa “fechada” – estão entre as principais responsáveis pelos acidentes de trânsito.
O relatório aponta também que a falta de reação dos condutores, o excesso de velocidade, a reação tardia dos motoristas, perda de controle e condução na contramão estão entre as motivações para acidentes. As vias e regiões que mais registraram acidentes foram a DF-001, a área central de Brasília e as cidades de Ceilândia e Taguatinga.
Para realizar esse levantamento, foram analisados 925 locais de acidentes que passaram por perícia e tiveram laudos técnicos emitidos. O estudo abrangeu acidentes com vítimas fatais ou lesões corporais leves, graves ou gravíssimas. Assim, incluindo incidentes com viaturas da PCDF e crimes de trânsito, como embriaguez ao volante ou perigo de dano. A PCDF destaca que nem sempre é possível realizar exames no local, devido a possíveis interferências das autoridades de trânsito, partes envolvidas ou outras pessoas.
O perito criminal e chefe da Seção de Delitos de Trânsito (SDT) da PCDF, Rodrigo Monteiro, enfatiza a importância desses dados para prevenção de acidentes e educação no trânsito.
A análise dessas informações resultou em um mapa de calor interativo que representa geograficamente as ocorrências, identificando os locais e causas dos acidentes.
“São sinistros em que a Seção de Delitos de Trânsito é acionada para perícias. Este ano, fizemos um mapa de calor e colocamos uma nova camada de informações, que é vincular a causa determinante, sem a qual o acidente não ocorreria; com isso, conseguimos entender os locais mais sensíveis em relação ao tipo de sinistro, e os dados poderão subsidiar os órgãos competentes no sentido da prevenção de acidentes e educação do trânsito”, explica Rodrigo.
Dados técnicos
Para a análise dos dados, a PCDF elaborou uma ferramenta capaz de representar os pontos geográficos dos fatos presentes nos documentos técnicos expedidos pela SDT durante o ano de 2022 em um mapa de calor interativo. Dessa forma, determinando exatamente os locais e as causas dos acidentes.
O mapa de calor revela que áreas como a região central do Plano Piloto e o Pistão Norte, em Taguatinga, são pontos de acidentes. Muitos desses ocorrem por causa de imprudência dos motoristas, como manobras indevidas e interceptações. “A região central do Plano Piloto, o entorno da Rodoviária de Brasília, Eixinho e Eixão são pontos que aparecem em várias ocorrências de acidentes. A região do Pistão Norte, em Taguatinga, próximo ao final da Hélio Prates, foi a que teve mais acidentes por conta do excesso de velocidade”, afirma o chefe da SDT.
No caso das manobras indevidas, o balão entre as avenidas Araucárias e a Copaíba de Águas Claras é onde mais a infração é flagrada. As quadras 700 e 900 da Asa Sul também aparecem com muita incidência.
Educação e fiscalização
Para promover a conscientização dos motoristas e um trânsito mais seguro, o GDF realiza campanhas educativas, policiamento ostensivo bem como fiscalização. De acordo com o órgão, o Departamento de Estradas de Rodagem do DF (DER) concentra esforços na prevenção do excesso de velocidade, alcoolemia e uso do celular ao volante. O órgão realiza blitze educativas, distribui materiais de conscientização e promove campanhas com o público infantil para criar futuros motoristas mais responsáveis.
“As ações visam prevenir e coibir as ações de trânsito que podem ocasionar acidentes. O excesso de velocidade, alcoolemia e o uso do celular na direção são os principais fatores e as prioridades nas campanhas, pois são as maiores causas de acidentes. Não basta ter uma via bem-sinalizada; depende muito dos condutores, ser habilitado, manter o veículo nas condições de circulação, dirigir de maneira defensiva e cautelosa”, recomenda o gerente de campanhas educativas do DER, Adhemar Filho.
Por meio da Escola Vivencial de Trânsito, a Transitolândia, as crianças aprendem de maneira didática e lúdica os principais cuidados para convivência segura e responsável nas vias. “Atendemos 600 crianças por semana de escolas públicas assim como particulares. Ou seja, eles são os futuros motoristas e são agentes fiscalizadores. Isso porque levam as regras e cobram das famílias o que aprenderam com o uso do cinto, a velocidade, e isso é bastante positivo”, completa o gerente do DER.
As informações são da Agência Brasília