23 de dezembro de 2024

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23 de dezembro de 2024

Dados gaúchos da mortalidade no trânsito nas rodovias federais do Estado

Os dados foram reunidos e analisados pela ABRAMET RS, com base no painel de acidentes da Confederação Nacional dos Transportes.


Por Assessoria de Imprensa Publicado 31/10/2024 às 18h00
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De janeiro a junho de 2024, as rodovias federais do Rio Grande do Sul foram palco de 1962 sinistros de trânsito (acidentes), com 6.329 pessoas envolvidasresultando em 174 mortes. Um levantamento detalhado revela que a faixa etária mais atingida é a de pessoas com mais de 45 anos, que representam 42% dos óbitos, com 73 vítimas fatais. Seguem as faixas entre 26 e 35 anos, com 39 mortes (22,4%), e entre 37 e 45 anos, com 34 vítimas (19,5%). Os dados sobre mortalidade nas rodovias foram reunidos e analisados pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego do RS (ABRAMET RS), com base no painel de acidentes da CNT (Confederação Nacional dos Transportes).

A predominância das vítimas fatais do sexo masculino é expressiva, correspondendo a 80,5% (140 homens), enquanto as mulheres somam 19,5% das mortes, com 34 óbitos. Entre os tipos de acidentes, as colisões são as mais letais, responsáveis por 62,9% das mortes, totalizando 109 vítimas. Atropelamentos vêm em seguida, com 28 mortes (16,1%), e sinistros por saída de pista correspondem a 14,9% dos óbitos, com 26 vítimas.

Em relação aos veículos envolvidos, dos 4.564 contabilizados, os automóveis são os mais presentes nas fatalidades, com 70 mortos (40,2%). Já 42 vítimas (24,1%) foram relacionadas a veículos não identificados. Motocicletas e caminhões aparecem com 28 e 16 óbitos, respectivamente.

Custos da mortalidade nas rodovias

Os custos também são alarmantes e totalizaram R$ 493,5 milhões, somente até junho de 2024. Destes, R$ 168,3 milhões foram de sinistros com mortes, R$ 302,5 milhões de ocorrências com vítimas e R$ 22,5 milhões sem vítimas.

No comparativo com o mesmo período de 2023 (de janeiro a junho) houve pequena queda tanto do número de sinistros com vítimas quanto do número de mortes, o que demonstra que o comportamento do motorista no trânsito não tem mudado e que ações efetivas mais severas precisam ser realizadas por parte das esferas públicas.

Comparativo

  • Total de sinistros com vítimas nas rodovias federais até junho de 2023: 1.963 mil
  • Total de sinistros com vítimas nas rodovias federais até junho de 2024: 1.962 mil
  • Queda de 0,1% em comparação ao mesmo período de 2023.

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  • Total de mortes em rodovias federais até junho de 2023: 179 óbitos
  • Total de mortes em rodovias federais até junho de 2024: 174 óbitos
  •  Queda de 2,8% em comparação ao mesmo período de 2023.

A ABRAMET/RS, que trabalha constantemente com a promoção da saúde dos condutores na direção veicular, lembra que estes números são parciais, já que ainda não foram contabilizadas as ocorrências do segundo semestre do ano, o que torna a situação ainda mais preocupante.

“Não nos alegra trazer este panorama de tragédias nas estradas, mas analisamos estes números para chamar atenção da população e das esferas públicas para que providências sejam tomadas com a máxima urgência. Não vamos descansar enquanto este cenário fizer parte da nossa realidade, pois estamos perdendo vidas para o trânsito e, na maioria das vezes, podemos evitar estas perdas”, lamenta o presidente da Associação Gaúcha, Ricardo Hegele, também especialista em Medicina do Tráfego.

PRF reforça fiscalização no Estado

Mortalidade nas rodovias RS
Segundo a PRF, após a crise climática, houve grande aumento de feridos e mortos em sinistros de trânsito. Foto: Divulgação PRF.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) também demonstra preocupação com a mortalidade nas rodovias e a segurança viária no estado gaúcho. Nesse sentido, aumentou a fiscalização no estado com o objetivo de reverter o quadro de aumento no número de acidentes nas rodovias federais em relação ao ano passado. Segundo o órgão, entre junho e julho deste ano, a PRF registrou 213 acidentes, uma alta de aproximadamente 15% em relação ao mesmo período de 2023, que foi de 185.

O número de mortos nas rodovias federais, durante o mesmo período, também aumentou, passando de 43, em 2023, para 76, neste ano, um incremento de 76%. Somente no dia 18 de julho, a colisão entre dois carros e um caminhão matou 6 pessoas na BR-471, em Rio Pardo. É por essa necessidade urgente de prevenção e redução de acidentes de trânsito nas rodovias federais que cortam o estado do Rio Grande do Sul que a PRF tem ampliado o reforço na fiscalização.

Entre as justificativas para o aumento da acidentalidade nas rodovias federais estão as obras em andamento nas rodovias devido aos danos causados pelas enchentes (aumento de 6% nos acidentes envolvendo problemas na via) e o comportamento do motorista e dos demais envolvidos no trânsito (aumento de 5% no número de acidentes envolvendo causa humana).

Reforço no número de policiais de serviço e nas fiscalizações

Desde o início das crises climáticas, PRFs de outros estados vêm reforçando o policiamento nas rodovias federais gaúchas. No início, a função principal é emergente era socorrer vítimas. Com a estabilização da situação, o foco passou a ser o combate ao crime e a
segurança no trânsito, com a fiscalização principalmente das infrações mais envolvidas com acidentes graves, como embriaguez ao volante e ultrapassagens indevidas.

Nos dos primeiros meses após a crise climática (junho e julho) foram 84.538 autuações por infrações de trânsito, quase o dobro dos 43.067 do mesmo período de 2023. Somente por infrações relativas à embriaguez ao volante foram 1.600, aumento de 60% em relação ao ano passado.

Entre as ações já realizadas pela PRF estão grandes operações voltadas para a fiscalização de cargas indivisíveis e de produtos perigosos. Além disso, no mês de setembro aconteceu, junto a outros órgãos estaduais e federais, a análise viária para constatar os pontos críticos em que os acidentes acontecem com mais frequência e, a partir disso, planejar uma rodovia mais segura para os motoristas.

Cenário Nacional sobre mortalidade nas rodovias

O Brasil registrou um número alarmante de sinistros de trânsito (acidentes) nas rodovias federais até junho de 2024. Ou seja, foram 29.435 mil sinistros de trânsito, que resultaram em 85.549 mil pessoas envolvidas e 2.906 mil mortes. Estes números foram analisados pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego do RS (ABRAMET/RS), com base no painel de acidentes disponibilizados pela CNT (Confederação Nacional dos Transportes). Assim, revelando a gravidade dos sinistros nas estradas do país. A ABRAMET/RS vem analisando números e fazendo comparativos constantes durante todo o ano de 2024. A conclusão é que nada supera ou é maior do que a epidemia de mortes no trânsito. 

Além das trágicas perdas humanas, que são irrecuperáveis, os sinistros nas rodovias federais também geraram um impacto econômico considerável. O custo total foi de R$ 7,5 bilhões. Desses, atribui-se R$ 2,8 bilhões às mortes e R$ 4,4 bilhões às vítimas feridas nestas ocorrências. Ainda há R$ 231 milhões relacionados ao número de sinistros sem vítimas.

Entre os tipos de sinistros, as colisões foram os sinistros de trânsito que mais ocorreram. Elas foram responsáveis por 64,4% das tragédias com mortes nas estradas (1.871 mil óbitos). Em seguida, os atropelamentos foram o segundo tipo mais comum, representando 16,3% dos sinistros com mortes (475 óbitos). Para o presidente da ABRAMET/RS e especialista em Medicina do Tráfego, Dr Ricardo Hegele, a quantidade de sinistros e o impacto financeiro significativo apenas no primeiro semestre deste ano, reforçam a importância de investimentos em infraestrutura e a necessidade de uma mudança cultural para melhorar a segurança viária no Brasil.

“Esses dados refletem uma situação preocupante nas rodovias brasileiras e evidenciam a necessidade de medidas urgentes para que mudanças efetivas amenizem este cenário. Sabemos da importância da fiscalização nas estradas e das políticas públicas que visam a redução de sinistros, mas é preciso uma consciência maior por parte de quem dirige, pois é o motorista que está no controle”, diz Hegele.  

Perfil das Vítimas

Ao analisar as vítimas fatais, percebe-se que as faixas etárias mais atingidas são as que incluem adultos em fases produtivas da vida. Do total de óbitos, 1.094 pessoas (37,6%) pertenciam à faixa etária acima de 45 anos, sendo a mais impactada. Já 621 mortes (21,4%) foram vidas perdidas entre os 36 e 45 anos e 573 pessoas (19,7%) tinham entre 26 e 35 anos. Das vítimas, 81,1% eram do sexo masculino e 18,7% do sexo feminino.

Dias Críticos

Curiosamente, os dados revelam que o dia da semana com mais registros de acidentes é o domingo, com 4.550 sinistros, que resultaram em 597 mortes, o que representa 20,5% do total de óbitos. O sábado e a sexta-feira aparecem logo em seguida, com 4.521 sinistros, resultando em 518 mortos e 4.493 sinistros, com 436 mortes, respectivamente.

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