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07 de setembro de 2024

“O instrutor de trânsito é tão importante quanto o bombeiro”, opina especialista. Entenda o porquê!


Por Mácio Amaral Publicado 11/08/2021 às 11h12 Atualizado 08/11/2022 às 21h24
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Saiba quais requisitos técnicos e comportamentais para desempenhar a atividade de instrutor de trânsito, que pode salvar vidas.

O processo para obter a primeira Carteira Nacional de Habilitação (CNH) conta com um personagem fundamental: o instrutor de trânsito. O profissional acompanha o candidato durante toda a carga horária teórica e prática, e é essencial para a formação dos futuros condutores.

O exercício da atividade envolve, além de conhecimento técnico sobre legislação de trânsito, diversos fatores, como didática, psicologia e habilidade com relações humanas, pois cada aluno chega aos Centros de Formação de Condutores (CFCs) com sua própria visão e expectativas sobre o trânsito e a direção.

O Portal do Trânsito conversou com Anna Prediger, especialista de trânsito, instrutora e coordenadora na formação de instrutores no Centro de Ensino Técnico de Trânsito (Centec), para entender o que é necessário para se tornar um instrutor e desempenhar a função com excelência.

Requisitos para ser instrutor de trânsito

A atividade de instrutor de trânsito foi regulamentada pela Lei nº 12.302, de 2010. Na época, uma das exigências era de que o instrutor deveria ter pelo menos dois anos de efetiva habilitação legal para a condução de veículo e, no mínimo, um ano na categoria D.

Esse requisito dividiu opiniões, sendo considerado dispensável, especialmente porque muitos profissionais ministravam somente aulas teóricas, ou aulas práticas nas categorias, “A” e “B”, para motocicletas e automóveis, respectivamente. Portanto, não havia necessidade de possuir habilitação na categoria “D”, que permite o transporte de veículos que acomodem mais de 8 passageiros: ônibus, micro-ônibus e vans.

Quase 10 anos depois, em 2019, a Lei nº 13.863/19 alterou a regulamentação e excluiu a exigência da categoria D.

Hoje, para exercer a atividade de instrutor, o cidadão deve ter mais de 21 anos, ser habilitado há no mínimo dois anos, ter ensino médio completo e o curso de capacitação específico para a atividade, em uma das entidades de ensino credenciadas pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran).

Além disso, não pode ter tido a CNH cassada e nem ter cometido nenhuma infração de trânsito de natureza gravíssima nos últimos 60 dias. Sobre isso, Ana diz que, apesar de ser uma das exigências, nunca viu o Detran bloquear um instrutor por conta da infração. Isso porque ele pode entrar com defesa e recursos estabelecidos por lei. Durante o tempo de recurso, a infração não será imposta.

Atuação do instrutor de trânsito

A especialista aponta o período na autoescola como sendo decisivo para a mudança de comportamento do futuro condutor.

“A pessoa chega a um CFC com uma visão de trânsito. E muitas das vezes esse é o único momento para se resgatar aquele futuro condutor ou infrator, através da conscientização. Não é fácil, mas é gratificante quando você percebe que aquela pessoa não está saindo como entrou. Isso faz toda a diferença para salvar vidas. O instrutor é tão importante quanto o bombeiro, porque ele ajuda a evitar a ida do bombeiro a um sinistro de trânsito”, declarou.

Questionada sobre as deficiências da atividade no país e o que pode ser feito para extrair ao máximo o potencial do instrutor, Ana diz que é preciso que os instrutores se reinventem nos métodos didáticos. Além disso, passem a relacionar melhor a legislação com a prática, dando exemplos das principais situações vivenciadas por um condutor no dia a dia.

“Certamente sempre podemos melhorar, quem acha que está bom não faz nada para sair do lugar. Não sei se seria correto dizer que falta um ensino superior, acredito que uma pessoa com ensino médio também consegue se dedicar ao trabalho. Posteriormente ela pode se capacitar ainda mais, pois o amor pelo trabalho faz com que queiramos aprender mais”, opina a especialista.

Ela ressalta, ainda, que o trabalho ainda exige muita paciência e dedicação, para acreditar na boa formação de condutores. Esse é um passo essencial para ajudar a salvar vidas no trânsito.

 

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