Coisas que nunca contaram ao Instrutor de Trânsito durante o curso de formação
Há muito mais coisas entre a teoria e a prática do que um Instrutor de Trânsito imagina antes de pisar em um CFC. Leia o artigo.
Há muito mais coisas entre a teoria e a prática do que um Instrutor imagina antes de pisar em uma sala de aula de um Centro de Formação de Condutores e ficar frente a frente com os candidatos à Primeira Habilitação.
Depois de assumir uma turma, qual Instrutor não sentiu que havia uma grande distância entre a teoria e a prática da profissão? Muitos aprendem, assim como os professores do ensino regular, errando e acertando e, principalmente, fazendo correções no percurso. A prática do dia a dia melhora os profissionais de qualquer área e não seria diferente com os instrutores de CFC.
A realidade da sala de aula com as dificuldades que, de início, parecem incontornáveis, aos poucos, com o passar dos anos, deixam de ser um cenário desesperador, causador de noites sem dormir e até crises de ansiedade.
O que não nos contam no curso de formação de instrutores de trânsito?
Lidar com o inesperado
Todos os dias em sala de aula são imprevisíveis, sempre surge uma situação nova, perguntas para as quais não nos preparamos para responder. A participação em uma atividade proposta foi pior do que imaginamos, a qual preparamos com cuidado e atenção. Ensinar é a arte de saber improvisar, lidar com o inesperado. Prepare-se para isso e não será surpreendido.
Grupo de alunos
Às vezes o Instrutor imagina que não vai conseguir chegar ao final daquele curso, com aquela turma! Fique tranquilo, esse sentimento é recorrente entre todos as pessoas que lidam com educação, em todos os níveis. Até os profissionais mais experientes se sentem dessa forma em algum momento.
Alguns candidatos são mais participativos e interessados, aceitam tudo que é proposto. Outros querem apenas concluir a carga horária exigida e nunca mais olhar para trás, se possível, esquecer que um dia frequentaram um CFC.
Não se cobre tanto e não desanime, na grande maioria das vezes, há no grupo, pessoas interessadas em realmente aprender. E essas são as que temos a certeza de que serão condutores conscientes e darão o melhor de si por um trânsito mais seguro.
Ser exemplo
Muitas vezes, você será a referência dos alunos, faça a sua parte para que seja uma referência positiva. Que seus alunos lembrem do Instrutor que praticava o que falava.
Imagine um Instrutor dar uma aula sobre uso de equipamentos de segurança por motociclistas e ao sair do CFC subir em uma motocicleta e sair pilotando sem usar capacete?!
Fazer a diferença
Você será lembrado por coisas que nem imagina: uma notícia que discutiu em sala de aula, uma discussão sobre sinalização, direção defensiva e até uma aula de primeiros socorros que explicou determinado procedimento que um aluno precisou realizar em algum momento.
Você pode e faz a diferença na vida desses alunos, lembre-se disso quando for preparar a sua aula.
Alguém está ouvindo o que você tem a dizer e vai utilizar esse conhecimento não apenas para ser aprovado na prova do DETRAN, mas em sua vida. Suas instruções podem salvar vidas.
Todos erram
Nem sempre temos razão, não somos os únicos detentores do conhecimento. Nós também erramos, nem sempre temos todas as respostas e nem sempre tomamos as melhores decisões sobre os imprevistos que surgem na nossa prática profissional.
Como qualquer ser humano, estamos sujeitos a erros e acertos. Acontece. E não é errado reconhecer os nossos erros, muito pelo contrário, dar o exemplo aos alunos de que errar em determinadas situações não nos torna menos competentes. O instrutor pode, inclusive, usar isso para mostrar que, no trânsito, um erro pode significar a morte de uma pessoa. O único lugar onde é inadmissível errar, é no trânsito.
Estudar sempre
A formação de instrutores não foi bem como imaginava, com o passar do tempo foi percebendo que precisava de mais informações e preparo do que o curso ofereceu? O ideal então é correr atrás de uma preparação melhor, aprimorar seus conhecimentos e ampliar seus horizontes.
Lembrando que as aulas de 3, 5 anos atrás, não podem ser as mesmas de hoje. Para sobreviver na profissão, temos que investir em formação continuada, não só em conhecimentos teóricos relacionados ao trânsito propriamente dito, mas também em didática para aplicação desses conhecimentos em sala de aula.
A arte do improviso
E por último, mas não menos importante: improvisar é parte importante do trabalho do Instrutor. Aula planejada, entra em sala de aula e surge um problema com a conexão da internet. Uma notícia importante nos jornais sobre um tema relacionado ao trânsito….não dá para simplesmente ignorar e se fechar dentro do quadradinho do planejamento ou mesmo cancelar a aula.
Tem que aproveitar o tema, tirar o melhor da situação e agir no improviso. É extremamente importante ter uma carta na manga, usar a sua criatividade e seguir em frente.
Dica
O trabalho do Instrutor é extremamente importante. Muitas vezes desgastante e cansativo, mas muito recompensador. Formam, não só melhores condutores, mas cidadãos mais responsáveis, empáticos e preocupados em humanizar o trânsito.
Com isso, são peça fundamental dentro de um complexo sistema que tem como objetivo reduzir o número de acidentes e mortes no trânsito.
Bom trabalho!