Com reajuste médio de 7% no preço do combustível, o número de pessoas que pediram por habilitações para motociclistas foi o maior dos últimos dois anos.
As motocicletas têm sido uma boa saída para quem quer fugir dos altos preços dos combustíveis e do trânsito nas grandes cidades. Levantamento exclusivo do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran/SP) indica que o número de primeiras habilitações para motociclistas (categoria A) emitidas em março deste ano cresceu 64,7% no Estado de São Paulo, se comparado com o mês de fevereiro.
Foram 2.002, contra 1.214 no mês passado. Esse é o maior número registrado desde janeiro de 2020, quando 2.104 habilitações para motociclistas foram emitidas. Esse crescimento em março coincide com a alta no valor da gasolina, que aumentou 6,9% no período, e atualmente está, em média, na casa dos R$ 7,32 por litro, segundo levantamento do Índice de Preços Ticket Log, empresa de gestão de frotas que monitora os preços de 21 mil postos do país. Até agora, este é o preço mais alto pago no litro da gasolina pelos brasileiros em 2022. Em janeiro e fevereiro, o gasto médio dos motoristas era, respectivamente, de R$ 6,908 e R$ 6,880 por litro.
Assim, os veículos de duas rodas são opções interessantes para quem procura gastar menos com gasolina. Com apenas um litro de combustível, motos, scooters e motonetas podem rodar até 50 km. Um carro popular dentro das melhores condições circula em média de 14 a 19 km/l com a mesma quantidade do combustível.
A alta reflete a busca por um combustível mais econômico.
“Os números mostram que a troca do carro pela moto é uma das alternativas encontradas para condutores que circulam constantemente. Mas é muito importante que todos os cidadãos façam todo o processo de habilitação de forma correta, nas autoescolas credenciadas pelo Detran.SP”, destaca Neto Mascellani, diretor- presidente do Detran/SP.
O presidente do Sindautoescola.SP, José Guedes Pereira, acredita que, além da alta do combustível, esse aumento tem relação com o desemprego causado pela pandemia. “Em março, o principal fator pelo aumento foi a alta dos combustíveis, pois rodar de motocicleta gera um melhor custo para quem trabalha com o veículo. Mas, durante a pandemia, a procura deu sinais de evolução, pois muitas pessoas que perderam ou tiveram o salário reduzido viram o veículo de duas rodas como uma ferramenta para fonte de renda”, destaca Guedes.
Facilidade no deslocamento
Por conta do trânsito das grandes cidades, muitos motoristas optam pela motocicleta, pois, além da economia, elas possuem dimensões menores e com isso, rodam com maior rapidez quando comparadas a um automóvel.
“Rodar de moto é melhor no trânsito, pois elas são menores e mais ágeis. O condutor não precisa pagar estacionamento também, como com um carro, por exemplo. Além disso, na capital paulista, o motorista consegue usar a moto no dia do rodízio municipal. É outro grande beneficio para quem trabalha com o veículo todos os dias”, explica Gilberto Almeida dos Santos, o Gil, presidente do SindimotoSP e da Febramoto.
O administrador de empresas Marcos Bueno, de 57 anos, é um desses condutores que optou pela moto mesmo com um carro na garagem. Ele utiliza a motocicleta no dia a dia para se deslocar de casa ao trabalho. Morador da zona leste da capital, Bueno roda 220 km semanalmente até a zona central da cidade. Ou seja, são 44km diários. “Se eu fosse trabalhar com o carro, eu gastaria 2h30 por dia no trânsito. De moto, são 40 minutos”, afirma.
Além do tempo, a economia no combustível também é enorme. Com a motocicleta, o administrador de empresas gasta 1,5 litro/dia de combustível. “Se eu utilizasse o carro, seriam 6 litros. Assim, uso o meu automóvel somente para viajar com a família ou para percursos mais curtos, como uma ida ao mercado ou ao shopping”, completa.
Processo de habilitação
Conforme o Detran/SP, para quem precisa realizar o processo para habilitações de motociclistas na categoria A, 2.748 autoescolas estão credenciadas pelo órgão no Estado de São Paulo. A legislação prevê que o cidadão realize o exame médico, bem como o psicológico (psicotécnico) e 45 horas de curso teórico. Ao final, o aluno realiza o exame teórico.
Após concluir esse processo, são mais 20 horas de aulas práticas de direção veicular. E, por fim, o teste prático. Para mais informações, o Departamento de Trânsito traz o passo a passo completo pelo site (www.detran.sp.gov.br).
Programa Motofretista Seguro
Para condutores que produzem renda utilizando a motocicleta, como os motofretistas, o Detran/SP oferece através do Programa Motofretista Seguro, melhores condições de trabalho, e além disso, a possibilidade de regularizar a atividade.
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O Motofretista Seguro é uma iniciativa pioneira e oferece a oportunidade de regularização da documentação necessária para o exercício mais seguro da profissão, bem como possibilita crédito, facilidades de financiamento e formação para os motofretistas, investindo na construção de uma rede de proteção para a categoria.
Para mais informações sobre O Programa Motofretista Seguro, acesse:(https://www.motofretistaseguro.sp.gov.br/).