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21 de novembro de 2024

Em 11 estados brasileiros mais da metade dos proprietários de motocicletas não tem CNH do tipo A

Conforme o estudo, esse número indica que ou esses proprietários não pilotam seus veículos ou o fazem de forma irregular.


Por Mariana Czerwonka Publicado 17/09/2024 às 08h15
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CNH tipo A
Pesquisa da Senatran faz um levantamento sobre proprietários de motocicletas no país. Foto: bermek para Depositphotos

Para conduzir veículos do tipo motocicletas,motonetas e similares é preciso ter mais de 18 anos e possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de categoria A. No entanto, um levantamento da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) traz um dado preocupante que pode explicar o crescente número de mortes envolvendo motociclistas no Brasil. Em onze estados brasileiros mais da metade dos proprietários de motocicletas, motonetas e ciclomotores não tem habilitação do tipo A, necessária para dirigir este tipo de veículo.  As regiões Norte e Nordeste lideram esse ranking.

De acordo com a pesquisa da Senatran, no Brasil, a preferência por motocicletas, motonetas e ciclomotores em vez de automóveis pode ser atribuída a diversos fatores econômicos e práticos.

“Dessa forma, esses veículos são mais acessíveis em termos de custo inicial e manutenção, além de oferecerem uma economia significativa de combustível, e na questão urbana, onde o trânsito é frequentemente congestionado, conseguem proporcionar maior agilidade e mobilidade, permitindo que os motociclistas cheguem mais rapidamente aos seus destinos”, diz o estudo.

Os dados, porém, mostram que dos 34,2 milhões de proprietários de motocicletas, motonetas e ciclomotores registrados no Brasil, 17,5 milhões não possuem habilitação na categoria. A quantidade representa 53,8% do total de proprietários desse tipo de veículo.

Veja aqui os onze estados brasileiros onde mais da metade dos proprietários de motocicletas, motonetas e ciclomotores não tem habilitação do tipo A:

EstadoPorcentagem de proprietários de moto sem CNH A
MA70%
PI61,8%
PB57,8%
AL55,6%
AM54,5%
RN52,7%
SE51,4%
PA51,3%
BA50,9%
PE50,8%
CE50,5%

Conforme o estudo, esse número indica que ou esses proprietários não pilotam seus veículos ou o fazem de forma irregular. “Esse dado aponta questões sobre o uso de veículos compartilhados, aluguel de motocicletas ou motonetas, ou até mesmo a preferência por utilizar veículos de familiares e amigos, o que pode indicar mudanças nas dinâmicas de condução desses veículos no Brasil”, diz a Senatran.

Infrações de trânsito

Outro aspecto abordado pela pesquisa se refere às infrações de trânsito. Entre os anos de 2023 e agosto de 2024 os órgãos de trânsito brasileiros registraram ao menos 714,7 mil infrações por dirigir moto, motonetas e ciclomotores sem habilitação. 

Minas Gerais foi o campeão de multas, aparecendo com um total de 124,1 mil neste período. Em segundo lugar aparece São Paulo, totalizando 112,6 mil. E o Rio Grande do Sul ocupa a terceira posição, com 57,2 mil infrações do tipo nos dois anos observados.

Olhar mais atento

Atualmente o Brasil possui 34,2 milhões de motos, motocicletas e ciclomotores registrados e 32,5 milhões de donos de motocicletas. Isso representa 28% de toda a frota nacional. As projeções feitas pela Senatran indicam que em seis anos esse percentual pode chegar a 30%.

De acordo com o secretário Nacional de Trânsito, Adrualdo Catão, a pesquisa revela mudanças na dinâmica da mobilidade urbana, dificuldade de acesso à carteira de motorista por parte da população devido ao valor e crescimento dos aplicativos de serviços para entrega e transporte, impulsionados tanto por quem consome, quanto por quem tem nesses serviços fonte principal ou complemento de renda.

“O acesso à carteira de habilitação implica em uma maior formalização e isso tem duas externalidades positivas. A primeira é que aumenta a segurança viária. O cidadão, quando está regularizado, tende a agir conforme as regras. O segundo ponto é a questão da inclusão social. É muito importante termos consciência do quanto a questão da CNH está ligada ao emprego formal e à atividade econômica remunerada”, disse.

Para ele, é precisa olhar com mais atenção para as estatísticas.

“Esses dados levam a uma série de questionamentos sobre o aumento no uso de motocicletas e como isso tem impacto no trânsito. É preciso conscientizar a população sobre a importância de conduzir de acordo com a lei e democratizar o acesso à CNH”, conclui Adrualdo Catão.

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