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23 de dezembro de 2024

Abramet orienta médicos do tráfego no exame de pessoas com Esclerose Múltipla

A diretriz publicada pela Abramet apresenta instrumentos para a avaliação do candidato à concessão ou renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).


Por Assessoria de Imprensa Publicado 30/09/2024 às 13h30
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esclerose múltipla
Abramet preparou uma diretriz de conduta para esclarecer seus aspectos mais importantes e orientar o médico especialista na avaliação de candidatos portadores da doença. Foto: ambrozinio para Depositphotos

Doença crônica, neurodegenerativa e autoimune, que impacta o sistema nervoso central, a esclerose múltipla afeta cerca de 40 mil pessoas no Brasil, especialmente adultos jovens, com idade entre 20 e 40 anos, acarretando deficiências graves em diversas áreas, como cognição, mobilidade e visão. Atenta ao risco da doença para a condução de veículos, a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) preparou uma diretriz de conduta para esclarecer seus aspectos mais importantes e orientar o médico especialista na avaliação de candidatos portadores da doença. 

“Esse documento é mais uma contribuição do nosso departamento científico para a atualização e capacitação continuada do médico do tráfego brasileiro, cumprindo a nossa missão de oferecer a esse profissional condições de tomar as melhores decisões no atendimento ao cidadão”, afirma Antonio Meira Júnior, presidente da entidade. 

ACESSE AQUI A DIRETRIZ

A Abramet apresenta um panorama sobre a esclerose múltipla e os riscos para a condução veicular. “A maioria das PEM (pessoas com esclerose múltipla) não tem a capacidade de perceber que deficiências provocadas pela patologia podem prejudicar seu desempenho na condução de veículos automotores. Esse quadro e frequentemente agravado pelo comprometimento cognitivo, que pode ocorrer desde os estágios iniciais da doença, interferindo na decisão de cessarem a condução ou mesmo modificarem a frequência e o comportamento com que dirigem para que os riscos sejam minimizados”, diz o documento. 

“Cerca de 23% das PEM cessam a condução veicular após a confirmação do diagnóstico. Aquelas que permanecem dirigindo o fazem com menor frequência sendo que as que apresentam déficits cognitivos leves são mais conscientes de suas limitações”, pontuam os especialistas.

A diretriz ressalta que, a despeito da ausência de farta literatura científica, estudos permitem apontar características da doença que podem interferir na capacidade de dirigir.

O documento apresenta os principais aspectos de déficit cognitivo, visual e motor. Assim como instrumentos para aferir a presença de tais sintomas e abordagens para apoiar o portador da doença. A Abramet sinaliza, inclusive, o efeito potencial das medicações usadas pelo paciente de esclerose múltipla.

Outro esclarecimento relevante diz respeito ao diagnóstico. A investigação não cabe ao médico do tráfego, mas conhecer o procedimento ajuda esse profissional a lidar com portadores da doença no dia a dia. “Deve-se fazer o diagnóstico com base nos Critérios de McDonald, revisados em 2017. Eles requerem a evidência de disseminação das lesões desmielinizantes no tempo e no espaço. Para isso consideram-se os sintomas clínicos, a ressonância magnética e a presença de bandas oligoclonais (imunoglobulina G – IgG) no líquor”, explica a entidade. Além disso, acrescenta as três formas principais de esclerose múltipla: remitente recorrente (EMRR), secundariamente progressiva (EMSP), e primariamente progressiva (EMPP).

“Conhecer as características da doença e a forma de obter o diagnóstico dá segurança ao médico do tráfego para cumprir os procedimentos de avaliação desse candidato a condutor”, aponta Flávio Adura.

A diretriz publicada pela Abramet apresenta instrumentos para a avaliação do candidato à concessão ou renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Também apresenta uma visão da legislação brasileira e internacional e dos direitos do portador da doença

A diretriz inédita é fruto do trabalho de um grupo de especialistas que teve a liderança de Flávio Emir Adura, diretor científico da Abramet. Além do próprio Meira, participaram da elaboração os médicos Alysson Coimbra de Souza Carvalho, Aquilla dos Anjos Couto, Arilson de Souza Carvalho Junior, Dirceu Diniz, Egas Caparelli Moniz de Aragão Dáquer, Ester Vago, Joan Faber, José Heverardo Montal, Lilian Kondo, Ricardo Irajá Hegele, Rita Cristina Mainieri Ramos de Moura e Simone Abrante Lucatto. 

O lançamento do documento aconteceu em uma live promovida pela Abramet, disponível no canal da entidade no YouTube. Durante a transmissão, os especialistas discutiram os principais pontos abordados na diretriz e responderam dúvidas sobre a avaliação de motoristas com esclerose múltipla. 

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